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Os Espíritos
maus sempre induzem os outros à maldade, por desconhecerem o valor do bem.
Eles estão no
princípio da sua formação espiritual, e os primeiros caminhos são esses, como o
da criança. Tudo de bom se encontra dormindo no centro da sua personalidade;
aguardando que o tempo e o esforço próprio os despertem; são as qualidades
espirituais, atributos divinos que devem vibrar sob o domínio de si mesmos,
como conhecimento da verdade.
Nesse tipo de
alma vigora a inveja, e o invejoso desconhece o amor, o desprendimento e vive nas
ilusões. Quando encarnados, esse modo de viver se evidencia. Quantos crimes se processam
na Terra por inveja!? O inferior procura eliminar os que estão em posição
melhor que ele, pensando que com isso ele cresce e encontra a sua paz. Como se
engana! As suas qualidades não são conquistadas pela violência; elas são
despertadas pelo modo que Jesus ensinou: perdoando ofensas e subindo com o peso
da cruz em todos os calvários que aparecerem nos caminhos. Toda subida pede
esforço, dores e sacrifícios incontáveis.
O encarnado deve
observar a sua própria vida, analisando a vida dos outros em silêncio, e retirando
delas as lições de que tanto precisa. A vida é cheia de valores imortais, na imortalidade
de tudo que existe. É preciso computar o que faz todos os dias, não perdendo o tempo
que se apresenta em seu favor. Que não se esqueça de abençoar as oportunidades
e usar a oração todos os dias igualmente, porque ela lhe dará uma visão melhor,
assim como despertará seus sentimentos para uma compreensão mais rica, no que
se refere às coisas eternas do coração.
Quando
encontramos Espíritos cheios de maldade, reconhecemos que neles ainda vibram as
paixões, que neles ainda pulsam o egoísmo e o orgulho. São cegos que ainda não
descobriram a cegueira; são surdos que não verificaram ainda a sua surdez.
As almas boas já
aprenderam com Jesus a tolerância, virtude essa que tem a primazia de desfazer
incompreensões, antes que ela possa virar também conivência. As almas elevadas são
caridosas, sabendo discernir entre benevolência e desperdício.
Os Espíritos
puros desprendem de seus corações o amor, aquele que educa e instrui, que ampara
e corrige, que eleva e faz sentir ao Espírito que ele deve usar suas próprias
forças na superação de todas as dificuldades, porque sabe também que a
misericórdia sempre chega para os de boa vontade, para os cireneus da caridade.
Os Espíritos
inferiores se comprazem em nos induzir ao mal pelo despeito, e por não saberem o
valor da fraternidade. É por isso que os Espíritos bons, encarnados e
desencarnados, os cercam igualmente, induzindo-os para o bem, que sempre ganha
a partida.
O mal não
resiste ao bem, e a verdade tem lugar destacado na eternidade.
Existem muitos
companheiros desanimados, mesmo dentre os espiritualistas, dizendo que a Terra
está piorando, em se falando na moralização das criaturas. Como se enganam
esses irmãos! Quem tem olhos para ver e sentir o progresso e sua marcha, tem
outra conclusão. A piora está somente nas aparências; tudo segue para melhores
dias e o que acontece é que em todo o fim de ciclo evolutivo a misericórdia é
mais visível, e as oportunidades para os Espíritos inferiores despertarem são
muitas. Assim, legiões de Espíritos das trevas descem à carne e muitos deles
alcançam sinais de melhora. Os empedernidos no mal recebem as lições e voltam para
os lugares que correspondem ao seu estado íntimo. Se não souberam aceitar a misericórdia,
a justiça tomará conta deles.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume VI
Miramez - João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
281. Por que os
Espíritos inferiores se comprazem em nos induzir ao mal?
Pelo despeito
que lhes causa o não terem merecido estar entre os bons. O desejo que neles
predomina é o de impedirem, quanto possam, que os Espíritos ainda inexperientes
alcancem o supremo bem. Querem que os outros experimentem o que eles próprios
experimentam. Isto não se dá também entre vós outros?
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