Os companheiros
de trabalho representam nossas mãos em atividade, ajudando-nos a servir com
mais eficiência e a amar em maior escala. Se nada podemos fazer sozinhos, quem
nos ajuda a fazer algo é parte de nós, que merece o nosso respeito e a nossa
alegria.
Quem dirige
alguns trabalhos inspirado no Cristo, como no caso das reuniões espíritas, não
o faz sem os outros que ouvem e os que se dedicam ao aprendizado. As
experiências que não são repartidas começam a desinquietar a consciência dos
que são favorecidos por elas; os celeiros que não são renovados não vêem
multiplicados seus valores e podem atrofiar os poderes acumulados.
Quem dirige uma
casa assistencial jamais deve se posicionar como chefe ou querer ser maior que
todos que o ajudam a ser útil. Isso é fracasso à vista. Jesus, o maior de
todos, disse aos seus discípulos, em resposta à mãe de Tiago e João, registrada
por Mateus, no Evangelho, capítulo 20, versículos 26 a 28: “Não é assim entre
vós, pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que
vos sirva.” Mais adiante, afirma: “E quem quiser ser o primeiro entre vós, será
vosso servo”, para terminar, ampliando o seu amor a todas as criaturas,
procurando nivelar todos os seres: “Do como o filho do homem que não veio para
ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos”.
Esse é o nosso
dever ante os nossos companheiros de trabalho, já que passou a época de dar a
vida, qual fez o nosso Divino Mestre. Darás aos nossos irmãos a atenção devida,
o respeito que eles merecem, não exigirás posição de destaque entre eles, e
farás o que fez o maior de todos nós: pássaras a servi-los, sem esperar
gratidão de forma alguma. Apreciarás com indulgência todos os feitos dos
companheiros, valorizando o bem que por vezes desperta em seus corações. Não
deveras esconder a humildade, fazendo desaparecer o orgulho e a vaidade. Mostra
a tua educação diante deles e esquece a gratidão. Salienta a tua fraternidade
na simplicidade dos verdadeiros benfeitores. Faze tudo por amor à obra,
esquecendo-te da tua pessoa e lembrando-te de toda a comunidade.
A decadência de
uma instituição começa quando o seu dirigente começa a mostrar o que fez
pessoalmente. Quem está olhando ou visitando a casa, tem discernimento bastante
para analisar a obra e, se já é conhecedor dos ensinos do Evangelho, sabe que
ali muitas mãos trabalharam. E as que mais fizeram foram as de Deus e as do
Cristo.
Não queremos
tirar o estímulo dos cooperadores do bem, no tocante ao trabalho. Porém, é de
nosso dever não criar servos naquilo em que realmente somos os menores.
Não e divino
sentir e compreender que todos somos iguais, como filhos de Deus, com os mesmos
direitos e deveres? A humildade é filha da compreensão e a caridade é
conseqüência do amor. A auto-valorização é perda de tempo no espaço precioso
que Deus nos deu para a nossa paz. Certamente o desequilíbrio da nossa mente
passa para os nossos corpos e os órgãos, manifestando as mesmas intenções,
iniciam a guerra intimamente, surgindo daí o desajuste e dele, as doenças.
Busquemos a paz, a saúde e toda a felicidade que existe dentro de cada um,
esperando que descubramos e respeitemos as leis que nos dirigem a todos.
É de lei que
sempre nos reunamos em grupos, para aprendermos com maior facilidade e, além
disso, deixarmos que se manifeste em nós o amor, essa virtude que interliga
todos os corações na verdadeira amizade. E é da mesma lei que haja alguém,
dentro do conjunto de pessoas que orienta, que aja como se fosse em uma aula,
onde o professor expõe seus conhecimentos aos alunos, e com eles aprende o que
ensina. Não obstante, quem dirige deve ser o que mais serve; quem ensina - esta
é da lei da humildade - deve se colocar como o aprendiz mais faminto pela
sabedoria. Vejamos os animais que se expõem ao rigor do tempo para proteger
seus filhotes, indo de encontro aos perigos para salvá-los: quando arranja
alimentos é sempre o último que come. Por que nós, Espíritos encarnados e
desencarnados, não fazemos melhor? Querer mostrar que se é o maior entre os
outros é diminuir-se diante de Deus, é envergonhara consciência, é demonstrar aos
mais elevados que ainda se continua preso à ignorância, que ainda não se
aprendeu a servir como convém.
Jesus tinha
todas as condições de dizer que era o maior de todos, mas não o fez. Decidiu ir
à frente de todos os Seus comandados e dar o exemplo de coragem e de protetor,
de Mestre e de Pastor de todo o rebanho e, por último, entregou a vida, selando
o seu ministério com a confiança imperturbável em Deus, para que os seus
discípulos fizessem o mesmo.
O que se vê em
nossas casas espíritas, infelizmente, é bem diferente.
Quando alguém
fala muito em moral, é porque dela necessita. Quando prega demasiadamente a
coragem cristã, é porque é carente dela; quando o trabalho não sai da boca, não
dá o exemplo no serviço; quando prega muita pureza, já é para fugir da
responsabilidade de começar. E por aí prosseguem os meios de gastar o tempo nas
exigências que a nada levam Não somos melhores do que os que nos seguem, por
humildade e com muito mais capacidade que nós. Eles merecem o nosso respeito e
a nossa admiração. Lembremo-nos aqui do Cristo, quando responde a seus companheiros,
desta forma:
Aquele que
quiser ser o maior, que se faça o menor de todos.
E onde tu estiveres,
meu irmão, procura aparar as arestas que a prepotência faz crescer. Procura
cortar, ou arrancar pela raiz, a árvore má do jardim que o orgulho semeou em
teu coração, e nada deixes nascer, nos teus sentimentos, que as mãos negras do
egoísmo hajam plantado. A respeito disso, avança com Jesus, lado a lado,
aprendendo e exemplificando o verdadeiro amor, tendo em teus companheiros de
todos os dias teus iguais, como tua família, aquela que nunca se desfaz diante
da verdade.
Livro: Segurança
Mediúnica.
Miramez / João
Nunes Maia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário