Caros
companheiros, é de justiça que nos lembremos não somente de nosso lar, mas
também de nossos amigos. A amizade foi lembrada por Pedro, apóstolo, quando nos
disse: “Granjeai amigos”. Não somente conservar os que temos, mas granjear mais
companheiros da nossa sintonia para que possamos viver em conjunto, na
felicidade que Deus possa nos dar.
A amizade lembra
na profundidade do termo o Afeto - que é a palavra chave da nossa conversa. Se
tivermos afeição àqueles que nos afeiçoam, nada fazemos de bom, senão a
lealdade ao dever de dar a quem nos oferta. O Evangelho nos pede para amar a
quem nos ofende e ainda acrescenta: ora por eles! Não é que devamos de uma só
vez procurar os inimigos pessoalmente e convertê-los em amigos; o exagero
estraga as melhores intenções. No entanto, nas oportunidades que sempre surgem,
devemos aproveitar e fazer o que pudermos por eles - e, se no silêncio, melhor.
Se nada se perde na natureza, o amor é que iria se perder? Ama, que a própria
vida se encarregará de levar o teu amor àqueles que não gostam de ti. Se a
inimizade se instalou, podes desfazê-la com processos inversos e esse é que
deve ser o nosso trabalho com Jesus. A simpatia nasce do esforço no bem, na
caridade sem ostentação, no amor sem barganha.
Teus amigos são
a tua vida e quanto mais crescerem em número, mais conforto terá o teu coração.
Onde existe harmonia, medra a felicidade na expressão do amor. Estamos com teu
amor, pedindo-te com emoção que sejas afável para com as criaturas,
multiplicando teus valores dia a dia, para que o teu coração se torne um sol de
amizade por onde quer que fores, dando - mas dando sem pensar em receber.
Entrega o de que precisas para a lei, que ela é sempre justa.
Já pensaste algum
dia no ambiente terno quando encontras um amigo, daqueles em que a confiança é
o ambiente onde depositas a tua fé? É, pois, saudável, esse encontro. E se
multiplicarmos teus amigos? E se todas as pessoas que te cercam forem teus
companheiros em Cristo? E se teu coração amar toda a humanidade? Eis porque a
Vida Maior nos concita á caridade pelos caminhos do amor. Não existe outro
roteiro para o Reino de Deus. Como é afável a simpatia de uns para com os
outros, como é gostosa a alegria pura que se fecunda de coração para coração! É
o que Cristo deseja de nós, e João nos avisa com a simplicidade que lhe é
peculiar: “Deus é amor”.
O culto do
Evangelho no lar, que sempre incentivamos a realizares em tua casa, faz com que
esse amor cresça nos corações e a felicidade seja visível em tua família; mas
começa tudo isso pelos primeiros passos da amizade. Ela é o fio que pode
interligar todas as pessoas, para que outras virtudes apareçam pela força do próprio
amor. O lar é uma escola, já foi dito muitas vezes e tornaremos a falar quantas
vezes forem necessárias, para que possas guardar esta verdade ao abrigo de teus
sentimentos, E teu Afeto à humanidade começa entre as quatro paredes de teu
lar, com teu companheiro e teus filhos, com teus parentes e amigos, para depois
atingir à comunidade, que é a meta da célula familiar.
Livro: Tua Casa.
Ayrtes /João
Nunes Maia.
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