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Deus jamais
ficou, fica ou ficará inativo. Não podemos conceber um Deus sem ação permanente
dentro da sua criação; Ele é o sol espiritual de vida, mantenedor de todas as
vidas e a Ele estamos ligados.
Quando falamos
que Deus criou o universo, é por faltar em nossa linguagem o verdadeiro
significado de criação. Na dialética fraca dos homens, criação é dar
existência, é usar a mente e as mãos para que algo tome forma ou feição. Escapa
ao nosso raciocínio o que significa criar, no dicionário da natureza divina. Se
Ele criou, onde buscou o princípio da formação das coisas?
Essa é uma
fórmula que Ele não achou conveniente que os homens soubessem. Nesse campo
profundo, somente os Espíritos puros, altamente evoluídos, têm notícias dessa
ciência espiritual, estendendo falanges e mais falanges em toda a extensão
infinita, operando na dimensão que lhes é própria.
A matéria
existe, desde a eternidade, como Deus? Somente Ele o sabe, nos informa o “O
Livro dos Espíritos””. Só podemos dizer que a idade da matéria se perde para
nós, na noite dos milênios incontáveis, e que o seu cinetismo é uma realidade,
não que ela se movimente por si só mas porque se move por vontade dAquele que
nunca fica sem atividade. Há segredos que ficarão por muito tempo sem serem
desvendados, por nos faltarem sentidos e capacidade para suportar as revelações
e saber fazer uso das belezas imortais, dos valores do Espírito.
Se podemos dar a
Deus uma mente, ou vê-lo desta forma, ela tem uma corrente de idéias contínuas
no verdadeiro sentido do verbo. Cessando a sustentação, desmorona-se todo o
universo. Sabemos que esse fluído cósmico, ou hálito divino, desprendido da sua
magnânima personalidade e incomparável poder é que nos dá vida e mantém o nosso
equilíbrio espiritual.
Somos dotados de
sentidos apropriados, com valores desenvolvidos e a desenvolver, que
transformam essa essência oriunda do Senhor, em fluído animal ou magnetismo
humano, energizando seu valor com os nossos sentimentos mais ou menos puros.
O éter divino é
sensível ao nosso caráter, como também grava as nossas deficiências.
O santo o usa na
sua cândida feição, despertando os seus mais profundos valores, pela força do
amor e da caridade para ajudar, servindo todas as criaturas que carecem de
amparo e de socorro, O ser humano, mesmo encarnado, compreendendo a ciência das
mutações, poderá fazer prodígios, se souber lidar com esses segredos da
natureza em favor do bem, deixando estender a fé nos limites que ela pode
socorrer os desfalecidos.
Isso corresponde
às atividades de Deus, onde Ele for respeitado e amado. Para tanto, Ele criou
leis que regem todas as atividades menores e estabilizam o equilíbrio de todas
as coisas. É bom e justo que pensemos que não existe nada separado de Deus, no
entanto, é melhor entender que a sua inconfundível personalidade é única no
seio de todas as formas surgidas pela sua majestosa vontade.
Pormenorizar as
atividades de Deus é salientar a nossa ignorância acerca dEle, pois, somente
Ele se conhece e aos seus segredos mais profundos. Nós ainda temos de adentrar
as primeiras sendas do conhecimento de nós mesmos, ambiente infinito de
sabedoria, para depois começarmos a pensar, estudar e compreender o livro, da
natureza, onde os atributos da Divindade estão em evidência. As portas pelas
quais deveremos entrar para nos conhecer são ensinadas por Cristo, no seu
Evangelho. A vivência dos preceitos que Ele nos ofereceu nos faz compreender o
que se deve pensar acerca de Deus e da sua criação.
Livro: Filosofia
Espírita – Vol. I
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
21. A matéria existe
desde toda a eternidade, como Deus, ou foi criada por Ele em dado momento?
Só Deus o sabe.
Há uma coisa, todavia, que a razão vos deve indicar: é que Deus, modelo de amor
e caridade nunca esteve inativo. Por mais distante que logreis figurar o início
de Sua ação, podereis concebê-Lo ocioso, um momento que seja?
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