Irritavas-te,
ainda hoje, no justo momento da caridade.
E pensavas
contigo mesmo: valerá suportar a bílis
do companheiro encolerizado, desculpar o insulto da ignorância, sofrer sem
revolta aos golpes da violência e ajudar aos que me incomodam na via pública?
Refletias a
extensão do mal e confiavas-te ao desespero.
Entretanto, não
se pode julgar o campo pelo talo de erva, nem avaliar espiritualmente a
multidão pelo movimento da praça.
O amigo que te
oferece o semblante áspero guarda provavelmente um espinho de aflição a
espicaçar-lhe o peito, a pessoa que te injuria talvez padeça lastimável
cegueira, a mão que te fere expõe o próprio desequilíbrio e esses rostos ulcerados
que te pedem consolo trazem também consigo um coração suspirando por Deus.
Deixa que a
bondade se externe por ti, estendendo a fonte da esperança e a melodia da
bênção.
Silencia a
palavra candente e apaga todo impulso de crueldade.
Ergue ainda hoje
os que caíram.
Amanhã, é
provável necessites escudar-te naqueles que levantas.
Reflitamos no
Eterno Amigo que passou na Terra, compreendendo e servindo, sem descrer do
amor, embora sozinho nos supremos testemunhos da própria fé.
Ampara, alivia,
ilumina e socorre sempre.
Todo auxílio na
obra do bem é uma prece silenciosa. E, toda vez que auxilias, o anjo da caridade
está perto, orando também por ti.
Espíritos
Diversos / Chico Xavier.
Livro: Passos da
Vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário