sábado, 1 de novembro de 2014

AS SENSAÇÕES – Miramez.

0437/LE
Quando o sonâmbulo se encontra em transe, o corpo reflete as sensações da alma, do modo que ela se encontra agindo no mundo dos Espíritos. Isso é prova de que ela está ligada ao corpo por fios invisíveis, o chamado cordão fluídico, cordão de prata ou fio vida; são vários os sinônimos.
Esse cordão de prata serve de canal para as sensações do Espírito, quando esse se acha em viagem, observando o que mais lhe interessa na grande casa de Deus. A sua verdadeira função é manter a vida do corpo quando o Espírito sai por instantes, pelo sono, no sonambulismo, em viagem astral, ou êxtase. Os seres humanos ainda têm muito que estudar sobre esse laço que prende o Espírito ao corpo, com todos os seus corpos de luz. Somente o tempo, a boa vontade dos homens e as bênçãos de Deus podem ir retirando o véu que encobre esses segredos da natureza divina e humana, para a própria felicidade.
É bom que todos os seres, pelo menos os que já acreditam que a vida continua, meditem na possibilidade de compreenderem mais um pouco do corpo de carne que lhe serve, essa maravilha das maravilhas, para que possam começar a entender um pouco mais dos outros corpos dos quais o Espírito se serve para movimentar-se e ganhar mais luz dentro da luz de
Deus.
Observemos que quando sonhamos e depois que acordamos temos sensações em compatibilidade com o sonho. É que, quando se retoma ao corpo, essas sensações já se encontram vibrando no fardo físico, pois elas vieram na frente, por irradiação da mente que as transmitiu. Com menos intensidade quando acordado, pode-se observar o mesmo fenômeno. A mente é transmissora do que vê e ouve com exatidão, para as fibras mais sensíveis do corpo de carne.
É nesse sentido que chamamos a atenção dos encarnados, mostrando os horizontes da mente humana, até onde ela pode atingir com o seu poder mental. A força dos pensamentos em se criando idéias, pode levantar caídos ou derrubar os que se encontram em pé, vacilantes.
Podemos formar sensações nos que nos ouvem pela palavra. Ela vibra nas dimensões da alma e, ainda mais, ela transmite imagens das quais o receptor guarda com freqüência todos os moldes, para depois remoer, como faz o gado vacum no segundo contato com os seus alimentos. Se as idéias de fora podem nos inspirar, somos responsáveis pelas conseqüências que advierem desses fatos. Devemos portanto, educar as nossas sensações, venham elas de onde vierem.
A força das sensações é poderosa; primeiramente ela atinge a intimidade dos que formam essas modulações dos pensamentos, depois, sai com vigor para quem nos ouve e observa.
Observemos quando duas pessoas se encontram falando ao telefone: a eletricidade transmite os pensamentos de quem fala para quem ouve, e forma sensações nas duas criaturas. Cria-se, é o que se sabe, um campo magnético entre as ditas almas, onde são transmitidas as energias sublimadas ou o magnetismo inferior. Tudo é de acordo com os sentimentos que levam o assunto de um para o outro.
Que Deus nos abençoe, para que possamos entender melhor as nossas faculdades.
Livro: Filosofia Espírita – Volume IX
João Nunes Maia – Miramez.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
437. Posto que o que se dá, nos fenômenos sonambúlicos, é que a alma se transporta, como pode o sonâmbulo experimentar no corpo as sensações do frio e do calor existentes no lugar onde se acha sua alma, muitas vezes bem distante do seu invólucro?
A alma, em tais casos, não tem deixado inteiramente o corpo; conserva-se-lhe presa pelo laço que os liga e que então desempenha o papel de condutor das sensações. Quando duas pessoas se comunicam de uma cidade para outra, por meio da eletricidade, esta constitui o laço que lhes liga os pensamentos. Daí vem que confabulam como se estivessem ao lado uma da outra.

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