sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Submissão e Resignação - Preces

30. Prefácio _ Quando sofremos uma aflição, se procurarmos a sua causa, encontraremos sempre a nossa própria imprudência, a nossa imprevidência, ou alguma ação anterior. Nesses casos, como se vê, temos de atribuí-la a nós mesmos. Se a causa de uma infelicidade não depende absolutamente de nenhuma de nossas ações, trata-se de uma prova para a existência atual, ou de uma expiação de falta cometida em existência anterior e, neste caso, pela natureza da expiação podemos conhecer a natureza da falta, desde que somos sempre punidos naquilo em que pecamos. (Cap. V, nº s 4, 6 e segs.).
Naquilo que nos aflige, vemos em geral apenas o mal presente, e não as conseqüências ulteriores e favoráveis que ele pode ter. O bem é freqüentemente a conseqüência de um mal passageiro, como a cura de um doente resulta dos meios dolorosos que se empregam para obtê-la. Em todos os casos, devemos submeter-nos à vontade de Deus, suportar corajosamente as atribulações da vida, se quisermos que elas nos sejam contadas, e que se apliquem a nós estas palavras do Cristo: Bem-aventurados os que sofrem. (Cap. V, nº 18).
31. Prece - Meu Deus, soberana é a Vossa justiça: todo sofrimento neste mundo, portanto, deve ter uma causa justa e a sua utilidade. Aceito a aflição que estou provando (ou que acabo de provar) como uma expiação para as minhas faltas passadas e uma prova com vistas ao futuro. Bons Espíritos que me protegem, dai-me a força de a suportar sem murmurar (ou de a lembrar sem queixa); fazei que eu a encare como uma advertência providencial; que ela enriqueça a minha experiência; que abata o meu orgulho e diminua a minha ambição, a minha tola vaidade e o meu egoísmo; que contribua, enfim, para o meu adiantamento.
32. Prece - Sinto, Meu Deus, a necessidade de orar para Vos pedir as forças necessárias a suportar as provas que me enviastes. Permiti que a luz se faça em meu espírito, com a devida intensidade, para que eu possa apreciar toda a extensão de um amor que me aflige porque me quer salvar! Submeto-me com resignação, oh! Meu Deus, ai de mim! É tão frágil a criatura humana que, se não me sustentardes, poderei sucumbir! Não me abandoneis, Senhor, pois sem o Vosso amparo eu nada posso!
33. Prece - Elevei o meu olhar para Ti, oh! Eterno, e me senti fortalecido. Porque és a minha força e te peço, meu Deus, que não me abandones! Estou esmagado ao peso das minhas iniqüidades! Ajuda- me, pois conheces a fraqueza de minha carne! Não afastes de mim o teu olhar! Estou devorado por uma sede ardente. Faze brotar a fonte de água viva, que me dessedentará! Que meus lábios só se abram para te louvar, e não para reclamar das aflições da vida. Sou fraco, Senhor, mas o teu amor me sustentará. Oh! Eterno, só Tu és grande, só Tu é as razão e o fim da minha vida! Seja bendito o Teu nome, quando me feres, pois Tu és o Senhor e eu o servo infiel. Curvarei a fronte sem uma queixa, porque só Tu és grande, só Tu és o alvo das nossas vidas!
Livro: O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, cap. XXVIII.

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