O Evang. Segundo
o Espiritismo – Allan Kardec, Cap. V – Item 18
Amanheceste
chorando pelos que te não compreendem.
Amigos diletos
rixaram contigo.
Nos mais amados,
viste o retrato da ingratidão.
Aspiravas a
desentranhar o carinho nos corações queridos, com a pureza e a simplicidade da
abelha que extrai o néctar das flores sem alterá-las, e, porque não conseguiste,
queres morrer...
Não te
encarceres, porém, nos laços do desespero.
Afirmas-te à
procura do amor, mas não te recordas daqueles para quem o teu simples olhar
seria assim como o sorriso da estrela, descerrado nas trevas.
Mostram a cabeça
encanecida, à feição de nossos pais, são irmãos semelhantes a nós ou são jovens
e crianças que poderiam ser nossos filhos... Contudo, estiram-se em leitos de
pedra ou refugiam-se em antros, fincados no solo, quais se fossem proscritos atormentados.
Não te pedem
mais que um pão, a fim de que lhes restaurem as energias do corpo enfermo, ou
uma palavra de esperança que lhes console a alma dorida.
Não percas o
tesouro das horas, na aflição sem proveito.
Podes ser, ainda
hoje, o apoio dos que esmorecem, desalentados, ou a luz dos que jazem nas sombras;
podes estender o cobertor agasalhante sobre aqueles a quem a noite pede perdão
por ser longa e fria, aliviar o suplício dos companheiros que a moléstia
carcomeou dizer a frase calmante para os que enlouqueceram de sofrimento...
Sai, pois, de ti
mesmo para conhecer a glória de amar!...
Perceberás,
então, que a existência na Terra é apenas um dia na eternidade, aprendendo a
iluminá-la de amor, como quem anda fazendo sol, nos caminhos da vida, e encontrarás,
mais tarde, em cânticos de alegria, todos aqueles que te não amam agora, amando-te
muito mais, por te buscarem a luz no instante do entardecer.
Livro: O
Espírito da Verdade.
Espíritos
Diversos.
Chico Xavier e
Waldo Vieira.
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