0121/LE
Verdadeiramente
fomos criados simples e ignorantes, contudo, as qualidades espirituais perfeitas
estavam vibrando, e vibram ainda, em nós esperando o momento de desabrochar para
a libertação definitiva. Os caminhos do Espírito são inúmeros, em todas as
direções que à vontade de Deus determinou, entretanto, o peso é o mesmo para
cada criatura. Aquele que trilha caminhos incompatíveis com o bem o faz somente
pela ignorância e desde quando conhece a verdade se liberta do que chamamos de
erro. Quando o Espírito recebe, por misericórdia de Deus, o livre arbítrio,
juntamente com ele recebe também, a inteligência para escolher os caminhos que
lhe agradam, roteiros esses que lhe trazem felicidade.
A onisciência de
Deus evidencia que Ele já conhece antecipadamente os caminhos da alma, em toda
a sua jornada de despertamento espiritual. Sendo assim, sabe antecipadamente dos
nossos acertos e desacertos, e as nossas tendências comprovam as diferenças
entre nós.
Quem conhece o
Amor, jamais envereda pelas trevas do ódio. Portanto, quem permanece odiando,
vingando, caluniando, mentindo e perseguindo os semelhantes, é por desconhecer
os efeitos do verdadeiro Amor, sendo ainda comandado pelo modo que foi criado,
dentro da simplicidade, mas pela força da ignorância.
Os caminhos dos
Espíritos são diversos, como já dissemos, mas, em todos eles se irradia a
justiça e, se todos foram feitos iguais, por que a liberdade irá modificá-los
nas atitudes? Os que não desejam mais errar os fazem por experiências que
colheram nas ilusões, e os que permanecem de encontro às leis espirituais, é
por faltar-lhes tempo na escola da educação. Espírito algum já nasceu das mãos
do nosso Criador sábio e desperto. Nós todos recebemos o mesmo carinho, a mesma
proteção, dentro da mesma justiça.
Os anjos e os
Espíritos mais elevados, dos quais temos notícias, também passaram por diversos
problemas, caindo e se levantando no grande aprendizado universal. Não chegaram
à escala em que se encontram por simples atitudes, ou por quererem ser bons;
sofreram na pele as agressões da própria vida, para o devido despertamento das
suas qualidades. Essa é a verdade: em um pé de fruta podemos observar quantas
amadureceram primeiro, por terem nascido primeiro; as que amadurecem por último
nasceram, obviamente, por último. Alma alguma cresce sem o guante da dor, sem o
sacrifício de si mesma, e sem variados problemas, que se transmutam em
qualidades espirituais. Todos passamos pelos testemunhos necessários ao nosso
adiantamento espiritual. O que é bom hoje não foi bom ontem, e o que é ruim
hoje, amanhã será bom. Ninguém foge desta lei, que nos ampara a todos.
Se somente a
ignorância gera o erro, quando esta cessar, desaparecerá a predisposição para
errar, e o bem dominará a alma, pela força do Amor. Precisamos meditar mais e
estudar, com mais interesse de aprender, no clima da oração.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume III
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
121. Por que é
que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal?
Não têm eles o
livre-arbítrio? Deus não os criou maus; criou-os simples e ignorantes, isto é,
tendo tanta aptidão para o bem quanta para o mal. Os que são maus, assim se
tornaram por vontade própria.
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