0438/LE
O uso das
faculdades com que Deus dotou o Espírito influi muito na sua vida depois da
morte; são as nossas ações que nos abrem ou fecham os caminhos, direcionando a
nossa libertação ou prisão. É nesta assertiva que o Espiritismo vem acordar os
que dormem e instruir os ignorantes, de modo a saber fazer uso de sua
mediunidade em todos os rumos.
Diz o Evangelho:
“Daí de graça, o que de graça recebestes”. As faculdades espirituais todos as temos
e recebemos de Deus por misericórdia, de graça; portanto, devemos usá-las em benefício
do nosso próximo, sem pensarmos em recompensa. Não consta no Evangelho, que Jesus
recebeu alguma coisa pelas curas que fez, que foram milhares. Ele, o Doador
Divino, ainda ensinava a Seus discípulos que se alguém lhes tomasse a túnica,
que deveriam dar também a capa, e a quem lhes pedisse alguma coisa emprestada,
não deveria ser cobrada.
Àqueles que
pretendiam ser seus seguidores, dizia: “Dai tudo que tendes e segui-me”.
O médium que
deseja cobrar pelo seu trabalho não é digno do salário divino, porque já
recebeu a sua recompensa. A caridade, para ser real, nada pode exigir em troca.
A verdadeira caridade tem como caminho certo o amor. Compete a todos os
trabalhadores do Evangelho, na sua área, fazer desaparecer o comércio para
surgir a fraternidade.
Usemos as nossas
faculdades onde quer que seja, sem especular condições. Se procurarmos vender
os dons, eles poderão trazer aflições para as nossas estradas para o além. O
ajuste de contas com a consciência é bem difícil, porque dentro dela está
instalada a justiça. Ninguém engana a ninguém, quanto mais a si mesmo. A mente
registra tudo que faz no ambiente do coração e nos fluidos sensíveis do éter
cósmico, que é o hálito de Deus.
Aquele que veio
ao mundo com o dom da mediunidade, deve analisar bem o que vai fazer dela. Os
campos são abertos para o trabalho. Procuremos Jesus em todos os nossos
serviços que estamos a fazer, pois sem o Mestre dos mestres poderemos nos
perder. Confiemos em Deus e em nós, e depois façamos alguma coisa para melhorar
porque, sem o esforço próprio e a auto-educação todos os dias, como conquistar
a paz? A paz de consciência tem um preço: o amor e a caridade.
Não devemos esconder
os talentos recebidos: eles são dons divinos. Se viemos chorando da espiritualidade,
devemos voltar sorrindo, como um completista. Quem cumpre seus deveres, tem a
paz como vitória e a luz como ouro de Deus para o seu coração. Mesmo que sofra
no mundo da carne, não esmoreça: busque o melhor, esforçando-se para melhorar,
que as mãos de Jesus ampará-lo-ão na subida do calvário. Em atravessando o
túmulo, a sua consciência iluminar-se-á como a dizer, repetindo Paulo: “O
Cristo em mim é motivo de glória”.
Quando o Cristo
nascer nos corações, o reino dos céus estará a palpitar em toda a humanidade e
a Terra iluminada, como uma estrela de primeira grandeza. Falamos do Evangelho,
anunciamos a Boa Nova de Jesus, e por vezes damos a própria vida por ela, mas, se
não passarmos à vivência desse Evangelho, pouco valerão os nossos esforços
teóricos.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume IX.
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
438. O uso que
um sonâmbulo faz da sua faculdade influi no estado do seu Espírito depois da
morte?
Muito, como o
bom ou mau uso que o homem faz de todas as faculdades com que Deus o dotou.
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