domingo, 29 de junho de 2014

QUALIDADES DO ESPÍRITO – Miramez.

0198/LE
Não é o fato de uma criança ter falecido em tenra idade que a faz pertencer ao reino dos anjos, como de costume se fala em outras religiões. Ela se agrupa, depois da morte do corpo físico, em esferas condizentes com o seu tamanho evolutivo, por suas qualidades espirituais.
Ninguém faz anjos; o que transforma o Espírito das trevas para a luz é a maturidade espiritual, é o tempo, sob as bênçãos do Criador.
Pode acontecer que o corpo de uma criancinha esteja sendo animado por um Espírito angélico, assim como, em muitos casos anima uma criancinha um Espírito de condições inferiores. Quando cresce, ele se denuncia, exteriorizando o que realmente é. È pela vivência que reconhecemos quem se encontra animando esse ou aquele corpo, seja da idade que for.
Conhecemos a alma por suas qualidades, e essas qualidades as reconhecemos na vivência do dia a dia..
Passamos por diversas provas no cadinho da vida, e a vida nos educa como sendo filhos do seu coração. Ela não se esquece de nos ministrar aulas a todos os momentos, pelos fios do amor, conquanto esse amor pode nos vir por meios diferentes daqueles que esperamos.
As leis de Deus são verdadeiras e iguais para todos os Seus filhos, porém, cada qual recebe sua influência de acordo com a sua evolução. Certamente que um animal não pode receber o mesmo tratamento que um ser humano, nem esse o de anjos. Contam nesse transe de merecimento, as condições espirituais, os valores adquiridos. Eis a beleza da vida, pagando o salário correspondente ao trabalhador.
Muitos, em muitas religiões, acham que pela simplicidade das crianças, por não existirem erros nos seus caminhos, por lhes faltar o tempo para errar, quando desencarnam em tenra idade têm seguro seu lugar no céu. O céu é lugar de quem merece; ela, a criança, não errou, mas também não acertou. Ainda mais, temos o fato da reencarnação. A criança pode pertencer, na escala da vida, a uma posição elevada. Se assim for, certamente que irá para o lugar a que fez jus, no entanto, se ela ainda não adquiriu a tranqüilidade de consciência, tornará a voltar à Terra ou a outro mundo para continuar sua jornada e viver experiências que lhe trarão a felicidade.
A alma deve despertar o que traz por dentro, e esse fato só ocorre no decorrer dos milênios sem conta. Não poderia ser de outra forma, pois todos passam por esses processos, obedecendo à justiça do Criador. Se alguns Espíritos saíssem das mãos do Pai já com todas as condições de permanecerem nos céus, e outros passassem por provas e tropeços, onde estaria o Amor? A razão nos diz o contrário: todos têm os mesmos direitos e deveres, e os que estão à frente, saíram pelos caminhos da vida primeiro. Quem saiu depois, também chegará ao porto seguro desfrutando do amor que semeou na imensa lavoura do tempo.
Cuidemos das crianças sem nos esquecermos dos idosos, porque já participamos destes estágios e voltaremos a ele no momento em que o Senhor achar conveniente. Se plantamos educação nas diretrizes do amor, colheremos paz na plenitude da verdade.
Livro: Filosofia Espírita. Vol. IV.
Miramez / João Nunes Maia.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Sorte das crianças depois da morte
198. Não tendo podido praticar o mal, o Espírito de uma criança que morreu em tenra idade pertence a alguma das categorias superiores?
Se não fez o mal, igualmente não fez o bem e Deus não o isenta das provas que tenha de padecer. Se for um Espírito puro, não o é pelo fato de ter animado apenas uma criança, mas porque já progredira até a pureza.

COISAS MÍNIMAS - Emmanuel

 “Pois se nem ainda podeis fazer as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?” -  Jesus. (LUCAS, capítulo 12, versículo 26.)
Pouca gente conhece a importância da boa execução das coisas mínimas.
Há homens que, com falsa superioridade, zombam das tarefas humildes, como se não fossem imprescindíveis ao êxito dos trabalhos de maior envergadura. Um sábio não pode esquecer-se de que, um dia, necessitou aprender com as letras simples do alfabeto.
Além disso, nenhuma obra é perfeita se as particularidades não foram devidamente consideradas e compreendidas.
De modo geral, o homem está sempre fascinado pelas situações de grande evidência, pelos destinos dramáticos e empolgantes.
Destacar-se, entretanto, exige muitos cuidados. Os espinhos também se destacam, as pedras salientam-se na estrada comum.
Convém, desse modo, atender às coisas mínimas da senda que Deus nos reservou, para que a nossa ação se fixe com real proveito à vida.
A sinfonia estará perturbada se faltou uma nota, o poema é obscuro quando se omite um verso.
Estejamos zelosos pelas coisas pequeninas. São parte integrante e inalienável dos grandes feitos. Compreendendo a importância disso, o Mestre nos interroga no Evangelho de Lucas: “Pois se nem podeis ainda fazer as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?”
Livro: Caminho, Verdade e Vida.
Emmanuel / Chico Xavier.

Palavra do Dia / Vorto de la tago - 12

Hejti  - Aquecer (o forno,o recinto), aquentar, alimentar 
(o fogo, o forno). 

1. Estigi varmigan fajron aŭ elektran ardon en tiucela aparato:
    (Aquecer com fogo ou calor elétrico por meio de um aparelho apropriado)
      Miaj geavoj loĝas en la vilaĝo kaj vintre devas hejti la fornon.
      Meus avós moram em um povoado e no inverno devem aquecer o forno.
     Vivi inter forno hejtita kaj tablo kovrita
     Viver entre o forno aquecido e mesa coberta.
     La forno estis tiel forte hejtita, ke ĝi estis arderuĝa.
   O forno estava tão  fortemente aquecido que ficou vermelho incandescente.
     Ni uzas lignon kiel hejtaĵon.
     Nós usamos lenha como combustível.
     Unue necesas antaŭhejti la miksaĵon.
     Primeiramente é necessário pré-aquecer a mistura
     Estis nenio por manĝi, nenio por hejti, jen grandsinjora vivo!
  Não havia nada para comer, nada para aquecer, eis a vida senhoril!
     Mi sidis proksime al hejtilo ĉar estis malvarme.
     Eu sentei perto do aquecedor porque estava frio.

2. Varmigi per speciala aparato:
    (Produzir calor através de um aparelho especial )
La vetero ekstere iĝis malvarma kaj pro tio oni jam komencis hejti la apartamentojn.
Externamente o tempo esfriou e por isso já começamos a aquecer os apartamentos.
     Ni devas multe pagi por la hejtado de nia domo.
     Nós devemos pagar muito pelo aquecimento de nossa casa.
     Ili hejtas sian apartamenton per gasa hejtilo.
     Eles aquecem seu apartamento através de aquecedor a gás.
     Ni ne surmetas la puloverojn, ĉar oni superhejtas la ĉambron.
  Nós não vestimos puloveres, porque superaquecemos o aposento.    
***
Vorto de la Tago - Programo Mia Amiko
Kontribuo de Kelli
Virtuala Brazila Esperanto-Movado - Esperanto@Brazilo

sábado, 28 de junho de 2014

EN LA TRANSAĴO


Pereas hom’ sen scio pri la sorto 
Trans tomb’ malluma, en abismo nuba; 
Terurajn bildojn karbe pentras morto, 
Lin tutan skuas l’ estonteco duba. 

Anim’ foriras sur la rok’ de l’ Fido 
Kaj estas certa, ke ĝin lum’ atendas; 
Pejzaĝoj rozaj, ĉie ĝojo, rido... 
Lulantaj sonoj la ĉielon fendas... 

Jen renkontiĝas unu kun l’ alia; 
Nun estas nuboj kaj abismo for; 
Ekflugas ambaŭ al la Hejmo Dia, 
Kun Fid’, Esper’ kaj Amo en la kor’! 

21/12/1960  - J. CRUZ E SOUZA
Libro: Mediuma Poemaro.
Porto Carreiro Neto.

PELAS PRÓPRIAS OBRAS - Emmanuel

O mundo é oficina.
O corpo é ferramenta.
A existência é oportunidade.
O dever a executar é a missão a cumprir.
O pensamento escolhe.
A ação realiza.
O homem conduz o barco da vida com os remos do desejo e a vida conduz o homem ao porto que ele aspira a chegar.
Eis porque, segundo as Leis que nos regem, “a cada um será dado pelas próprias obras”.
Livro: Ação e Caminho.
Espíritos Diversos / Chico Xavier.

FELICIDADE NA TERRA - Miramez.

0313/LE
A felicidade completa na Terra não existe. Quando alguma alma se encontra feliz com as inferioridades do plano físico, é prova de que está apegado às paixões humanas, que são transitórias e, além disso, elas nos trazem reações que nos fazem sofrer, por serem inferiores.
Essa alegria é, pois, mesclada de aborrecimentos.
A verdadeira felicidade, aquela agradável ao coração no reino da eternidade, se encontra em primeiro lugar na consciência imperturbável, como nos planos superiores do Espírito imortal. O desprendimento dos gozos terrenos ser-nos-á difícil. Somente a maturidade pode nos oferecer esse estado d’alma. Maturidade é sinônimo de tempo, de esforço próprio no clima do amor puro no coração, de modo que a caridade nos abra caminhos para grandes entendimentos espirituais.
Jesus Cristo veio oferecer a chave, a fim de podermos abrir as portas da esperança, na visão interna da felicidade. O Seu Evangelho é um convite para tal prêmio, se a ele fizermos jus pela vivência dos preceitos divinos da Boa Nova do Reino.
Aquele que desacredita da felicidade eterna, e se agarra aos prazeres do mundo em que estagia, depois do fenômeno chamado morte não avança um passo rumo ao seu bem-estar; fica, como Espírito, agarrado onde seu coração se encontra preso, pelos seus apegos às coisas sem importância para a alma.
Fomos todos criados para a alegria pura, e na Terra existem frações desse contentamento, mostrando ao homem de bem que existe a verdadeira alegria no reino do coração. Jesus já dizia com propriedade: “O céu está dentro de vós.” E verdadeiramente a felicidade eterna se encontra no reino interno da alma; basta, para isso, que saibamos buscar esse ambiente de luz, na luz do Espírito. Enquanto a humanidade faz todos os tipos de esforços para buscar a paz por fora, usando métodos extravagantes, de compras e trocas, o Mestre dos mestres nos mostra que ela não se compra com o ouro da Terra, nem se vende pelo metal físico, mas, que se conquista através do tempo e da boa vontade, palmilhando nos caminhos que Jesus nos ensinou.
O favônio, no ambiente de luz dos sentimentos, é força soberana que nos liberta e nos faz sentir Deus no nosso mundo interior. Tudo que está em cima, se encontra embaixo; tudo que se acha no exterior, existe no interior de cada criatura. O Céu e Deus esplendem nos corações dos santos e dos sábios.
Somente os Espíritos inferiores sentem saudades dos gozos terrenos, os que se desprenderam dos bens perecíveis da Terra, já passam a viver algo da felicidade do céu, dentro e fora de si. Todos os tipos de sofrimentos, expiações e provas são comandadas pela desarmonia mental, onde o coração não bate no ritmo do amor. Sobre os grandes seres que sofreram, sob o ponto de vista dos homens, não quer dizer que verdadeiramente sofreram, quais os homens inferiores. A dor, nesse caso, se encontra em outra dimensão.
Precisamos estudar mais o que entendemos por sofrimento de Jesus, porque o próprio “Livro dos Espíritos” nos fala que a alma pura tem a consciência imperturbável.
Preparemo-nos, pois, enquanto estivermos na Terra, revestidos de um corpo de carne, de modo que, ao atravessarmos o túmulo, não nos acompanhem as paixões-inferiores que ainda vibram entre os homens.
Livro: Filosofia Espírita. Vol. VII
Miramez - João Nunes Maia – Miramez.
        Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
313. O homem, que neste mundo foi feliz, deplora a felicidade que perdeu, deixando a Terra?
Só os Espíritos inferiores podem sentir saudades de gozos condizentes com uma natureza impura qual a deles, gozos que lhes acarretam a expiação pelo sofrimento. Para os Espíritos elevados, a felicidade eterna é mil vezes preferível aos prazeres efêmeros da Terra.
A.K.: Exatamente como sucede ao homem que, na idade da madureza, nenhuma importância liga ao que tanto o deliciava na infância.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

COMPAIXÃO EM FAMÍLIA - Emmanuel

"Mas se alguém não tem cuidado dos seus e, principalmente dos da sua família, negou a fé ..." Paulo. (I Timóteo, 5:8. )
São muitos assim,
Descarregam primorosa mensagem nas assembléias, exortando o povo à compaixão; bordam conceitos e citações, a fim de que a brandura seja lembrada; Entretanto, no instituto doméstico, são carrascos de sorriso na boca.
Traçam páginas de subido valor, em honra da virtude, comovendo multidões; mas não gravam a mínima gentileza nos corações que os cercam entre as paredes familiares.  
Promovem subscrições de auxílio público, em socorro das vítimas de calamidades ocorridas em outros continentes, transformando-se em titulares da grande benemerência; contudo, negam simples olhar de carinho ao servidor que lhes pões a mesa.
Incitam a comunidade aos rasgos de heroísmo econômico, no levantamento de albergues e hospitais, disputando créditos publicitários em torno do próprio nome; entretanto, não hesitam exportar, no rumo do asilo, o avô menos feliz que a provação expões à caducidade.
Não seremos nós quem lhes vá censurar semelhante procedimento.
Toda migalha de amor está registrada na lei, em favor de quem a emite.
Mais vale fazer bem aos que vivem longe, que não fazer bem algum.
Ajudemos, sim, ajudemos aos outros, quanto nos seja possível; entretanto, sejamos igualmente bons para com aqueles que respiram em nosso hálito. Devedores de muitos séculos, temos em casa, no trabalho, no caminho, no ideal ou na parentela, as nossas principais testemunhas de quitação.
Livro: Palavras de Vida Eterna.
Emmanuel / Chico Xavier.

A CONTRA PERGUNTA - André Luiz

Quando o Amigo Espiritual se aproximou, a senhora lhe disse quase em pranto:
- Benfeitor querido, as nossas provações continuam grandes... Dificuldade, tropeços, desiluções.
E o que hoje me impressionou é que meu tio nos falou hoje francamente que o nosso grupo familiar chegou a tantos osbstáculos, porque nos preocupamos, excessivamente com a religião e oramos demais...
O irmão que diz a isso?
O Amigo Espiritual meditou longamente e respondeu com outra pergunta:
- Filha, se lutamos tanto, mantendo-nos em prece, o que será de nós se não orarmos?
Livro: Aulas da Vida.
Diversos Espíritos / Chico Xavier.

AUTOPROTEÇÃO - Emmanuel

 “Pois com o critério que julgardes sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”– JESUS. (Mateus, 7:2.)
 A gentileza deve ser examinada, não apenas por chave de ajuste nas relações humanas, mas igualmente em sua função protetora para aqueles que a cultivam.
 Não falamos aqui do sorriso de indiferença que paira, indefinido, na face, quando o sentimento está longe de colori-lo.
 Reportamo-nos à compreensão e, conseqüentemente, à tolerância e ao respeito com que somos todos chamados à garantia da paz recíproca.
 De quando em quando, destaquemos uma faixa de tempo para considerar quantas afeições e oportunidades preciosas temos perdido, unicamente por desatenção pequenina ou pela impaciência de um simples gesto.
 Quantas horas gastas com arrependimentos tardios e quantas agressões vibratórias adquiridas à custa de nossas próprias observações, censuras, perguntas e respostas malconduzidas!. . .
 O que fizermos a outrem, fará outrem a nós e por nós.
 Reflitamos nos temas da autoproteção.
 A fim de nutrir-nos ou aquecer-nos, outros não se alimentam e nem se agasalham em nosso lugar e, por mais nos ame, não consegue alguém substituir-nos na medicação de que estejamos necessitados.
 Nas questões da alma, igualmente, os reflexos da bondade e as respostas da simpatia hão de ser plantados por nós, se aspiramos à paz em nós.
Livro: Ceifa de Luz.
Emmanuel / Chico Xavier.

Perturbação após a morte e o conhecimento – Miramez.

0165/LE
Certamente que a Doutrina Espírita exerce muita influência para diminuir o tempo mais ou menos longo da perturbação espiritual após a morte, no entanto, é preciso que o estudante do espiritismo coloque em prática os ensinamentos colhidos no Consolador prometido.
A perturbação que ocorre no transe da desencarnação, pela passagem de uma vida para outra, sem que esperemos essa mudança brusca, nos causa um impacto e, por vezes, perdemos a razão, cuja recuperação demora mais ou menos, de conformidade com a nossa evolução. Quando estamos dotados de uma pureza de consciência, essa não impede a nossa lucidez. Vale muito o conhecimento das leis naturais, principalmente quando vivemos essas leis, do modo que foi ensinado por Jesus no Seu Evangelho.
Depois da divulgação da Doutrina Espírita na Terra, os espíritas e os Espíritos encontraram maior facilidade de se libertarem da inconsciência depois da morte. Os que já se encontravam fora do corpo, vagando por aí, sem o verdadeiro conhecimento da verdade, foram esclarecidos, e muitos deles hoje trabalham nas fileiras dessa filosofia maravilhosa e santa, capaz de devolver a vida às criaturas mortas por ignorância. O Espiritismo, na sua profundidade, é o mesmo Cristianismo, e mostra, a todos, os caminhos do amor, que na Terra se transforma em caridade e passa a despertar os homens para a vida em Cristo.
O homem bom, paciente nas suas funções, alegre nos seus gestos, honesto na sua vida e que ama a verdade, ao abeirar-se do túmulo, cruza seu portal com tranqüilidade, por saber que os que já se foram com os mesmos ideais o estão esperando, como o bom combatente que venceu a si mesmo.
São duas forças imprescindíveis na vida da criatura: conhecer e praticar. Conhecer o valor do perdão, mas perdoar; conhecer as belezas da gratidão e ser grato aos benefícios recebidos; conhecer os frutos do trabalho com justiça e ser justo em todos os aspectos; conhecer os valores da fraternidade e ser fraterno; sentir e entender que o amor é a vida, mas amar sem distinção. Essas diretrizes nos levam à verdadeira libertação e, se praticarmos todos esses preceitos de Jesus, não passaremos pela morte, porque estaremos sempre na vida, e essa vida pulsa na vida de Deus.
É muito bom e nobre que conheças a Doutrina Espírita; no entanto, certifica se a estás entendendo como ela é, com profundas ligações com Nosso Senhor Jesus Cristo. Se os teus sentidos encontraram o Cristo nela, vá em frente, seguro de que nunca errarás o caminho para Deus por esse prêmio; não obstante, se ela te faltar durante a vida, busca entender o que a dor quer te transmitir ou, então, que ela quer te ajudar a permanecer consciente em todos os transes, principalmente na passagem do mundo físico para o espiritual. Juntemos nossas forças para conhecer e para viver o que aprendemos de bom, mediante os nossos esforços no dia a dia.
Livro: Filosofia Espírita. Vol. IV.
Miramez / João Nunes Maia.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Perturbação espiritual
165. O conhecimento do Espiritismo exerce alguma influência sobre a duração, mais ou menos longa, da perturbação?
Influência muito grande, por isso que o Espírito já antecipadamente compreendia a sua situação. Mas, a prática do bem e a consciência pura são o que maior influência exercem.
A.K.: Por ocasião da morte, tudo, a princípio, é confuso. De algum tempo precisa a alma para entrar no conhecimento de si mesma. Ela se acha como que aturdida, no estado de uma pessoa que despertou de profundo sono e procura orientar-se sobre a sua situação. A lucidez das idéias e a memória do passado lhe voltam, à medida que se apaga a influência da matéria que ela acaba de abandonar, e à medida que se dissipa a espécie de névoa que lhe obscurece os pensamentos.
Muito variável é o tempo que dura a perturbação que se segue à morte. Pode ser de algumas horas, como também de muitos meses e até de muitos anos. Aqueles que, desde quando ainda viviam na Terra, se identificaram com o estado futuro que os aguardava, são os em quem menos longa ela é, porque esses compreendem imediatamente a posição em que se encontram.
Aquela perturbação apresenta circunstâncias especiais, de acordo com os caracteres dos indivíduos e, principalmente, com o gênero de morte. Nos casos de morte violenta, por suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito fica surpreendido, espantado e não acredita estar morto. Obstinadamente sustenta que não o está. No entanto, vê o seu próprio corpo, reconhece que esse corpo é seu, mas não compreende que se ache separado dele. Acerca-se das pessoas a quem estima, fala-lhes e não percebe por que elas não o ouvem. Semelhante ilusão se prolonga até ao completo desprendimento do perispírito. Só então o Espírito se reconhece como tal e compreende que não pertence mais ao número dos vivos. Este fenômeno se explica facilmente. Surpreendido de improviso pela morte, o Espírito fica atordoado com a brusca mudança que nele se operou; considera ainda a morte como sinônimo de destruição, de aniquilamento. Ora, porque pensa, vê, ouve, tem a sensação de não estar morto. Mais lhe aumenta a ilusão o fato de se ver com um corpo semelhante, na forma, ao precedente, mas cuja natureza etérea ainda não teve tempo de estudar. Julga-o sólido e compacto como o primeiro e, quando se lhe chama a atenção para esse ponto, admira-se de não poder palpá-lo. Esse fenômeno é análogo ao que ocorre com alguns sonâmbulos inexperientes, que não crêem dormir. É que têm sono por sinônimo de suspensão das faculdades. Ora, como pensam livremente e vêem, julgam naturalmente que não dormem. Certos Espíritos revelam essa particularidade, se bem que a morte não lhes tenha sobrevindo inopinadamente. Todavia, sempre mais generalizada se apresenta entre os que, embora doentes, não pensavam em morrer. Observa-se então o singular espetáculo de um Espírito assistir ao seu próprio enterramento como se fora o de um estranho, falando desse ato como de coisa que lhe não diz respeito, até ao momento em que compreende a verdade.
A perturbação que se segue à morte nada tem de penosa para o homem de bem, que se conserva calmo, semelhante em tudo a quem acompanha as fases de um tranqüilo despertar. Para aquele cuja consciência ainda não está pura, a perturbação é cheia de ansiedade e de angústias, que aumentam à proporção que ele da sua situação se compenetra.
Nos casos de morte coletiva, tem sido observado que todos os que perecem ao mesmo tempo nem sempre tornam a ver-se logo. Presas da perturbação que se segue à morte, cada um vai para seu lado, ou só se preocupa com os que lhe interessam.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Preces do Coração – 32

Senhor!
Não me deixes ser presa do egoísmo. Hoje compreendo que, vendo o mundo num lance de mesquinho interesse, aniquilo progressivamente a capacidade de raciocinar e me deixo dominar pelas baixas impressões do desejo e da intolerância. Situado na satisfação do desejo de ter, de divertir, de ser compreendido, de ser amado, de ser assistido, de ser ouvido, de ser seguido, vou reduzindo a beleza e a magnitude do pensar livre e abundante. Diminuo a capacidade de compreender os outros, de confiar na vida, de confiar em Ti e de me manter alegre e saudável. O egoísmo me esmaga o pensamento, faz descarregar vibrações desagradáveis no meu corpo e produz as doenças. Dá-me Senhor, a força de vencer o egoísmo e o máximo de confiança em mim mesmo, sustentando-me a mais pura esperança, pois tenho verdadeiramente fé em Ti. Obrigado! Obrigado!
Livro: Preces do Coração.
Lourival Lopes.

Pensando Positivo - 107

Você não pode esperar que as coisas aconteçam de uma hora para outra. Somente com o passar do tempo, você irá receber o fruto do seu trabalho. Portanto, não desista.
A vida nos ensina que as coisas que para nós parecem difíceis do que podemos imaginar. Elas, igualmente a nós, dependem de leis que momento não compreendemos de todo.
Se a dificuldade aparecer, transforme-a em facilidade, pensando com otimismo.
Livro: Pensando Positivo.
Valdemir P. Barbosa.

VISITAS AOS TÚMULOS - Miramez


0323/LE
As visitas aos túmulos são manifestações exteriores, herdadas do primitivismo religioso das raças e culturas, para a veneração a ancestrais e entes queridos que, à medida que a conscientização da imortalidade do Espírito e a reencarnação se consolidam, pelo impositivo da razão, vão caindo em desuso. Velhos credos continuarão a sofrer modificações, e até mesmo caindo no esquecimento, pela força da lógica e do progresso, ainda que nos dias atuais muitos sintam necessidade de se postarem diante das edificações de mármore e alvenaria, para se sentirem mais próximos daqueles que já partiram para a Pátria Verdadeira. É o estágio em que se posicionam.
A natureza é excelente selecionadora, reunindo as pessoas do mesmo quilate espiritual e, guardadas as exceções nos casos de Espíritos mais esclarecidos, os choros e apegos sempre levam lembranças e sofrimentos à alma que regressou.
Na verdade, as lembranças proveitosas e úteis aos que se foram serão melhores cultivadas através das boas ações; a visita a enfermos e a encarcerados, a distribuição de alimentos e roupas aos necessitados, em nome dos que partiram, os mantê-los-ão envolvidos em vibrações benfazejas, favorecendo-os de alguma maneira, na condição em que se encontrarem. Já dizia o Mestre: “deixai os mortos enterrarem seus mortos”.
Neste assunto, destacamos a importância do Culto do Evangelho no Lar. A sua prática muda o clima espiritual do lar, de modo que os benfeitores passam a visitar com constância o ambiente evangelizado, e nele agrupar Espíritos necessitados ou esclarecidos, sofredores ou colaboradores e, entre eles, por que não os familiares e entes queridos que, “passando” pelo túmulo, regressaram à Vida Maior?
Orações são feitas para os mortos em templos, casas “santificadas”, muitas vezes como “ato santo”. Não obstante, elas não salvam qualquer pessoa. O que salva, realmente, nos ensina com lógica o Evangelho Segundo O Espiritismo, é a prática da Caridade. Porém, a oração nos encaminha para essa dama de luz que nos mostra o rumo da felicidade interna.
Quem ora com Jesus sente o dever espiritual para com Deus e o próximo. Muitos dizem que não devemos mudar o ato de levar flores aos túmulos, porque muitas famílias vivem disso. Isso é uma desculpa nascida igualmente da ignorância. Quantas famílias vivem de roubos, de assaltos e mesmo da morte de muitos? Devemos igualmente concordar, porque os fora-da-lei usam o produto do erro para alimentar seus filhos?
Para clarificar a alma devemos lutar, e mesmo sofrer de todas as formas possíveis, mas sempre no dever, na honra e na honestidade. As coisas externas não servem para acender luzes nos Espíritos. Os rituais, os cultos exteriores e mesmos as reuniões espíritas, pouco valerão, se as criaturas não mudarem interiormente.
Somente se salva da ignorância quem procurar viver os preceitos do Evangelho, deixando nascer o Cristo no coração, na santificação da caridade.
Jesus, ao deixar vazio o túmulo, visitando os companheiros de apostolado e os estimulando nas várias tarefas, definiu qual deve ser a nossa postura no que se refere a homenagens aos que já partiram: onde estivermos buscando estender a mão àqueles que sofrem, eles estarão conosco, sob a assistência amorosa do Mestre.
Livro: Filosofia Espírita – Volume VII
Miramez / João Nunes Maia.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Comemoração dos mortos. Funerais
323. A visita de uma pessoa a um túmulo causa maior contentamento ao Espírito, cujos despojos corporais aí se encontrem, do que a prece que por ele faça essa pessoa em sua casa?
Aquele que visita um túmulo apenas manifesta, por essa forma, que pensa no Espírito ausente. A visita é a representação exterior de um fato íntimo. Já dissemos que a prece é que santifica o ato da rememoração. Nada importa o lugar, desde que é feita com o coração.

Incerteza – Certeza


A incerteza, quanto ao momento da ocorrência da morte, deve constituir para o homem a mais séria advertência a respeito da transitoriedade do corpo físico. Dentro de cinco minutos, através de uma parada cardíaca; de cinco anos, em um acidente de veículo; ou de cinqüenta anos, por uma enfermidade de longo prazo, dolorosa, ninguém sabe quando acontecerá o desprendimento da alma em relação à matéria.
Uma compleição física, sadia, nem sempre compete com segurança ante uma organização frágil e enfermiça, porquanto a primeira pode interromper-se, enquanto a outra, talvez, permaneça desafiadora.
Um corpo juvenil, atraente e promissor, cede campo para que fique um ser caquético, deficiente físico e mental.
A criança rica de energias deperece, ao tempo que o enfermo desenganado recupera-se...
*
O Espírito é o que conta, no processo reencarnatório.
Os seus atos pretéritos geram-lhe os mecanismos de prolongamento, ou abreviação da vilegiatura carnal.
Nenhuma exceção, porém, produzindo clima de privilégio, ante a morte.
As doenças visitam ricos e pobres com a mesma indiferença; belos e deformados com igual liberdade; moços e idosos de maneira equivalente; bons e maus com naturalidade...
Decompõem-se os corpos sob condições idênticas, nivelando-se as formas e assumindo os mesmos critérios transformadores.
*
A mente, refletindo o estado de evolução intelecto-moral, responde pela maneira como cada pessoa enfrenta a vicissitude do desgaste e o fenômeno da morte.
Morrer, portanto, é acontecimento inevitável.
Bem morrer ou morrer bem, depende da conduta de cada indivíduo.
Aqueles que vivem bem, desfrutam dos favores terrestres, nem sempre morrerão felizes.
Quantas pessoas se deixaram desequilibrar pelos insucessos, que lhes cabia vencer, enfrentam a morte em estado de desventura.
Somente quem soube aplicar a patrimônio do tempo com eficiência, bem morre, libertando-se e sendo ditoso.
*
Pensa na morte, como te preocupas com a vida.
Harmoniza-te ante a sua realidade, permanecendo preparado para a sua ocorrência.
Se forem breves as teus dias terrestres, busca vivê-los com intensidade positiva e se te forem longos as anos, utiliza-os com sabedoria.
Esta incerteza de quando se dará e esta certeza de que a morte virá, são o díptico da vida orgânica, na qual te movimentas.
Faze a luz do discernimento íntimo com o Evangelho de Jesus e, seja em que situação for, permanece em paz e feliz.
Livro: Momentos de Coragem.
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco.

domingo, 22 de junho de 2014

INTELEKTISMO / INTELECTUALISMO - 1

INTELEKTISMO
204. – Ĉu la homa animo povos sin levi al Dio sole nur per la morala progreso, sen la intelektaj valoroj?
– Sento kaj saĝo estas la du flugiloj, per kiuj la animo sin levos al la senlima perfekteco.
En la malvasta rondo de la Tero, ili ambaŭ estas konsiderataj kiel morala progreso kaj intelekta progreso, sed, ĉar ni ekzamenas nun la ĝustedire mondajn valorojn, aparte, tial ni devas konfesi, ke ili ambaŭ estas nepre necesaj por la progreso. Estas juste tamen konsideri la superecon de la unua super la dua, ĉar la intelekta parto, sen la morala, povas oferi plurajn okazojn de falo ĉe la ripetado de la eksperimentoj, dum la morala progreso neniam estos troa, prezentante la plej gravan nukleon el la evoluaj energioj.  
205. – Ĉu ni povas havi ideon pri la amplekso de nia intelekta kapablo?
– La intelekta kapablo de la surtera homo estas tro malvasta, kompare kun la altaj povoj de la spirita estulo libera de la materiaj ligiloj.
La ĉeneroj de la reenkarniĝo ludas la rolon de lumŝirmilo super ĉiuj antaŭaj konkeroj de la reenkarniĝinta Spirito. En tiu ombro kuŝas la amaso da neklaraj rememoroj, da denaskaj inklinoj, da sennombraj spertoj, da naturaj, spontaneaj valoroj, kiujn vi nomas subkonscio.
La ordinara homo estas parta reprezento de la transcenda homo, kiu revenos al siaj akiraĵoj de la pasinteco, post kiam li estos plenuminta la provon aŭ mision postulatajn de liaj moralaj kondiĉoj, en la meĥanismo de la dia justeco.
Cetere, la intelekta nekapablo de la fizika homo havas sian originon en lia propra situacio, karakterizita de la neceso de amaraj provoj.
La homa cerbo estas fragila, nesufiĉa aparato, kie la falinta Spirito devas valorigi siajn laborajn realigojn.
Prezentu al vi la kranion, kie kuŝas mikroskopaj ĉeloj tute okupitaj pri sia soifo je oksigeno, ne malbezonante eĉ por unu miliono da sekundo da sangofluon ilin irigaciantan; la fragilecon de la filamentoj, ilin kunigantaj, kies konektivoj mezuras cent milionojn da milimetro, kaj tiel vi havos ĝustan ideon pri la mizero de la pensanta maŝino, kiun la saĝulo el la Tero havas por siaj fieraj deduktoj. Kaj tiam vi rimarkos, ke, pro lia kondiĉo de Spirito falinta en la elaĉeta lukto, ĉio emas elpruvi al la surtera homo lian humilan pozicion, tiel ke, en ĉiuj kondiĉoj, li povu kulturi al aŭtentikajn valorojn de la sento.
206. – En la spirita sfero, kiel estas konsiderata la nuntempa intelekta pozicio de la Tero?
– En la modernaj tempoj la surteraj intelektaj valoroj suferas la humiligon de ĉiuj malvirtigaj fortoj de la dekadenco.
La nuntempa generacio, kiu tiom da fojoj sin donis al fanfaronado, atribuante al si mem la plej altajn konkerojn sur la kampo de la pozitiva rezonado, kaŭzis la plej vastajn malekvilibrojn en la evoluaj fluoj de la terglobo, per sia nepravigebla apartiĝo de la sento.
La edukaj rondoj el la Tero neniam posedis tiom da facileco por plivastiĝo, kiel nun, dank’ al la evoluo de la presarto; la libro kaj la ĵurnalo neniam estis tiel disvastigitaj; malgraŭ tio, la gazetaro estas, preskaŭ ĝenerale, ilo de skandalo por la komunumo, kaj centro de ekonomia intereso por la privata medio, dum malmultaj libroj triumfas sen helpo de la privata aŭ oficiala bonŝanco, en la okazo, ke ili pritraktos la altajn vivoproblemojn.
207. – Ĉu la intelekta dekadenco povas pligravigi la malekvilibron de la mondo?
– Sen ia dubo. Tial ni rimarkas en la politika-socia pejzaĝo de la Tero la deflankiĝojn, la teoriajn absurdojn, la ekstremismojn, estigantajn la renverson de ĉiuj valoroj.
Tro multe priokupitaj pri siaj ekstravagancoj, la misiuloj de la intelekto ŝanĝis sian laboron ĉe la spirito por okupo de superregado, kiel la religiaj pastroj, kiuj ŝanĝis la lumon de la fido por la tuŝeblaj prebendoj de la ekonomia situacio. Tia situacio kaŭzis ja la plej altan malekvilibron al la socia organismo de la Tero, kaj, kiel reala pruvo, de tiu aserto, ni memoru, ke la milito de 1914-1918 kostis al la plej inteligentecaj popoloj el la mondo pli ol cent mil miliardojn da frankoj, reliefigante, ke, per malpli ol la centona parto de tiu kvanto, tiuj nacioj povus esti elpelintaj la fantomon de la sifiliso el la scenejo de la Tero.
Libro: La Konsolanto.
Emmanuel / Chico Xavier.
INTELECTUALISMO
Emmanuel
204 – A alma humana poder-se-á elevar para Deus, tão-somente com o progresso moral, sem os valores intelectivos?
O sentimento e a sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição infinita.
No círculo acanhado do orbe terrestre, ambos são classificados como adiantamento moral e adiantamento intelectual, mas, como estamos examinando os valores propriamente do mundo, em particular, devemos reconhecer que ambos são imprescindíveis ao progresso, sendo justo, porém, considerar a superioridade do primeiro sobre o segundo, porquanto a parte intelectual sem a moral pode oferecer numerosas perspectivas de queda, na repetição das experiências, enquanto que o avanço moral jamais será excessivo, representando o núcleo mais importante das energias evolutivas.
205 – Podemos ter uma idéia da extensão de nossa capacidade intelectual?
A capacidade intelectual do homem terrestre é excessivamente reduzida, em face dos elevados poderes da personalidade espiritual independente dos laços da matéria.
Os elos da reencarnação fazem o papel de quebra-luz sobre todas as conquistas anteriores do Espírito reencarnado. Nessa sombra, reside o acervo de lembranças vagas, de vocações inatas, de numerosas experiências, de valores naturais e espontâneos, a que chamais subconsciência. O homem comum é uma representação parcial do homem transcendente, que será reintegrado nas suas aquisições do passado, depois de haver cumprido a prova ou a missão exigidas pelas suas condições morais, no mecanismo da justiça divina.
Aliás, a incapacidade intelectual do homem físico tem sua origem na sua própria situação, caracterizada pela necessidade de provas amargas.
O cérebro humano é um aparelho frágil e deficiente, onde o Espírito em queda tem de valorizar as suas realizações de trabalho.
Imaginai a caixa craniana, onde se acomodam células microscópicas, inteiramente preocupadas com sua sede de oxigênio, sem dispensarem por um milésimo de segundo; a corrente do sangue que as irriga, a fragilidade dos filamentos que as reúnem, cujas conexões são de cem milésimos de milímetro, e tereis assim uma idéia exata da pobreza da máquina pensante de que dispõe o sábio da Terra para as suas orgulhosas deduções, verificando que, por sua condição de Espírito caído na luta expiatória, tudo tende a demonstrar ao homem do mundo a sua posição de humildade, de modo que, em todas as condições, possa ele cultivar os valores legítimos do sentimento.
206 – Como é considerada, no plano espiritual, a posição atual intelectiva da Terra?
Os valores intelectuais do planeta, nos tempos modernos, sofrem a humilhação de todas as forças corruptoras da decadência. A atual geração, que tantas vezes se entregou à jactância, atribuindo a si mesma as mais altas conquistas no terreno do raciocínio positivo, operou os mais vastos desequilíbrios nas correntes evolutivas do orbe, com o seu injustificável divórcio do sentimento.
Nunca os círculos educativos da Terra possuíram tanta facilidade de amplificação, como agora, em face da evolução das artes gráficas; jamais o livro e o jornal foram tão largamente difundidos; entretanto, a imprensa, quase de modo geral, é órgão de escândalo para a comunidade e centro de interesse econômico para o ambiente particular, enquanto que poucos livros triunfam sem o bafejo da fortuna privada ou oficial, na hipótese de ventilarem os problemas elevados da vida.
207 – A decadência intelectual pode prejudicar o desequilíbrio do mundo?
Sem dúvida. E é por essa razão que observamos na paisagem político-social da Terra as aberrações, os absurdos teóricos, os extremismos operando a inversão de todos os valores.
Excessivamente preocupados com as suas extravagâncias, os missionários da inteligência trocaram o seu labor junto ao espírito por um lugar de domínio, como os sacerdotes religiosos que permutaram a luz da fé pelas prebendas tangíveis da situação econômica. Semelhante situação operou naturalmente o mais alto desequilíbrio no organismo social do planeta, e, como prova real desse asserto, devemos recordar que a guerra de 1914-1918 custou aos povos mais intelectualizados do mundo mais de cem mil bilhões de francos, salientando-se que, com menos de centésima parte dessa importância, poderiam essas nações haver expulsado o fantasma da sífilis do cenário da Terra.
Livro: O Consolador.
Emmanuel / Chico Xavier.