Meu amigo, eu te desejo
Aquela paz do Senhor
Que transforma as amarguras
Em santas preces de amor.
Nosso Pai ouve a oração
De tua grande ansiedade,
Como te vê no caminho
De dor e dificuldade.
Espera serenamente.
Não obstante a aflição;
Deus é um Pai que não dá pedras
Ao filho que pede pão.
Nos dias angustiados.
De desencanto e doença,
O homem deve apurar
As luzes de sua crença.
Às vezes, dizes, chorando:
- "Socorrei-me, meu Senhor!...
Ai! como tarda o consolo
No dia de minha dor!...
Mas, não lembraste a oração
Com tanta solicitude,
Nas horas irrefletidas
Em que arruinaste a saúde.
A incontinência teimosa
Na rebeldia e no gozo,
Pode ter vindo de outrora,
Do passado tenebroso.
Porque esta vida de agora
É somente uma fração
De teu trabalho à procura
Dos mundos da perfeição.
Nos teus ais, nos teus soluços,
Do corpo dilacerado,
Recorda que a dor existe
Para a luz de um fim sagrado.
Se teu mal é longo e rude,
Renovando-te aflições,
Ele é a válvula divina
Que escoa as imperfeições.
Se a moléstia é passageira,
Tem cuidado na existência;
A dor física, por vezes,
Não passa de advertência.
De qualquer forma, porém,
Sê paciente e sê forte,
Inda que sintas contigo
O augúrio triste da morte.
Acima dos preparados
Que visam a tua cura,
Põe o remédio divino
Da fé milagrosa e pura.
Abençoa, meu irmão,
Essa dor que te conduz
Da sombra espessa da Terra
Para as bênçãos de Jesus.
Livro: Cartas do Evangelho.
Casimiro Cunha / Chico Xavier.
Nenhum comentário:
Postar um comentário