Alma irmã de nossas almas,
Por que vives triste assim?
Todos os males da Terra
Chegarão, um dia, ao fim.
Se tens o teu pensamento
Na idéia da salvação,
Já deves compreender
Que o mundo é de provação.
É justo que sintas muito
As lágrimas da saudade,
Que chores um ente amigo
Na senda da iniqüidade.
É certo que neste mundo,
Onde há espinho em toda a estrada
Não há lugar para o excesso
Do riso ou da gargalhada.
Mas, ouve. O amor de Jesus
É como um sol de harmonia.
Quem se banha em Sua luz
Vive em perene alegria.
Demasia de tristeza
É sinal de isolamento.
Quem foge à fraternidade
Busca a sombra e o desalento.
Guarda o bem de teus esforços
Num plano superior,
Não há tristeza amargosa
Para quem ama o labor.
Transforma as experiências
Pelas quais hajas passado,
Num livro fraterno e santo
Que ampare o mais desgraçado.
O serviço de Jesus
É tão grande, meu irmão,
Que não oferece ensejo
A qualquer lamentação.
O senso de utilidade
Deve sempre andar contigo.
Transforma em vaso de amor
Teu coração brando e amigo.
Dá sorrisos, esperanças,
Ensinos, consolação.
Espalha o bem que puderes
Na senda da redenção.
Enche a tua alma de fé,
De paz, de amor, de humildade.
Não há tristeza excessiva
Onde exista a Caridade.
Quando, de fato, entenderes
A caridade divina,
Tua dor será no mundo
Como fonte cristalina.
Dá sempre. Trabalha. Crê.
E a tua fonte de luz
Há de cantar sobre a Terra
Os júbilos de Jesus.
Livro: Cartas do Evangelho.
Casimiro Cunha / Chico Xavier.
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