0129/LE.
Os processos de
despertamento das criaturas de Deus são diversos, como já o dissemos em
variadas oportunidades; não obstante, todos eles nos levam a perfeição. Ainda é
preciso dizer mais: que o Espírito nasce das mãos do Criador com Seus atributos
em estado latente, esperando golpes do tempo pelas mãos do espanco (primeiro passo). Leis
vigoram por todos os ângulos da grande vinha do Senhor, inspirando e
movimentando, do protozoário aos maiores benfeitores que dirigem os mundos.
Podemos comparar
a linha evolutiva dos Espíritos, desde a sua formação a angelitude, como as
vidas humanas, desde o berço ao tumulo. As diferenças são enormes entre os
seres humanos, diferenças estas que partem da maturidade, que nunca é igual, do
tempo de vida de cada ser. Os Espíritos, igualmente, são assim: eles se
diferenciam pelo tempo. Certamente, os mais velhos carregam consigo maior
número de experiências, e essas experiências lhes conferem despertamento mais
seguro. Não negamos o livre arbítrio de todas as criaturas de Deus, porém, não
podemos nos esquecer das suas limitações em todas as direções em que foram
chamadas a viver.
Os Espíritos
saem de Deus em forma de energia divina, dotados de todos os poderes, que
pulsam na sua intimidade, como sendo segredos da Divindade, e percorrem todas
as estações de aprendizado. Em cada uma desabrocham valores registrados pela
eternidade, enriquecendo condições para que surja a razão como conquista da sua
trajetória. Essa energia desce, experimentando todos os tipos de opressões
ambientais, se intensificando em uma unidade grandiosa, para depois surgir o
milagre da individualidade.
Esses processos
ainda escapam às pesquisas da ciência dos homens, mas no alvorecer de um amanhã
próximo, poderás ter algumas noticias sobre o Espírito imortal, sua vida e sua
volta ao Criador, na feição do Espírito filho deste mesmo Deus, onde poderá desfrutar
das glórias espirituais com plena consciência de si mesmo. É nessa descida e
subida, nesse esforço permanente do Espírito, que a vida torna novas dimensões,
pelo acervo de luzes acumuladas na sua estrutura mais intima, como sendo o sol
em completa conexão com o sol maior. Nunca podemos dizer que uns sofrem
tormentos dos seus próprios erros e outros não, que o despertamento de uns se
processam sem sacrifícios, enquanto outros foram torturados pelos seus
desequilíbrios, como sendo demônios.
O livre arbítrio
se expressa noutro sentido, de difícil entendimento, mesmo para os espiritualistas.
Os que escolhem o mal são Espíritos aos quais faltam experiências no campo de
ascensão. O que chamamos de mal convida a alma com as facilidades inerentes as suas
ilusórias conquistas, e todos nós passamos pelas ilusões da vida. Como
precisamos da teoria, para que comecemos as práticas, ninguém toma água, sem
primeiro ter a sede, nem come sem apresentar a fome, e pessoa alguma veste, sem
primeiro estar nua. Como não passar pelas experiências, para depois vivê-las?
Ninguém parte de Deus retamente, sem nenhum problema. As contradições, nós
mesmos é que as criamos, para nós mesmos as resolveremos, assegurando o próprio
mérito no coração, como sendo o esforço da boa luta.
Livro: Filosofia
Espírita. Vol. III
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
129. Os anjos
hão percorridos todos os graus da escala?
Percorreram
todos os graus, mas do modo que havemos dito: uns, aceitando sem murmurar suas
missões, chegaram depressa; outros, gastaram mais ou menos tempo para chegar à
perfeição.
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