0386/LE
A simpatia entre
dois seres é força poderosa que se enraíza em vidas passadas. Certamente que
nem todos reconhecem seus parceiros de outras existências, no entanto, há
criaturas mais dotadas de sensibilidades que percebem amigos e inimigos de
épocas recuadas. Se juntos foram felizes, dá-lhes um grande prazer esse
reencontro; quando infelizes, gera-se logo antipatia entre os dois.
A perda de
conhecimento às vezes é um amparo para os dois em processo de novas atividades,
sem o qual não poderiam crescer, voltando ao ponto anterior, fomentando suas
paixões descabidas e, às vezes, perturbando famílias já constituídas. O
reconhecimento pleno dos seres que antes viveram juntos entravaria o progresso.
Se fosse conveniente, eles voltariam juntos; no entanto, não poderemos
generalizar. Quando Deus acha bom, coloca os dois em caminho para que se
encontrem, desde quando os frutos desse encontro sejam bons, não como pensamos,
mas como o Senhor acha melhor. A Doutrina dos Espíritos é fonte de amor.
Ela nos ensina a
fazer simpatias enobrecidas no Evangelho de Jesus, e é capaz de nos mostrar o
amor nas bases da fraternidade pura, de modo a libertar as criaturas das
induções inferiores. A simpatia entre dois seres é tão agradável, e é um
estimulo para o seu adiantamento, quando eles descobrem no reencontro a razão
de viver para Cristo.
O ideal de Deus
para os homens é melhorar e subir, conhecendo a verdade. Se fomos feitos simples
e ignorantes, isso não quer dizer que não tenhamos a semente da perfeição na
nossa intimidade; ela existe dormindo em nós, para ser despertada com o tempo e
o nosso esforço, agindo sob as bênçãos de Deus, que usa o canal divino das mãos
de Jesus Cristo.
Cultivemos a
simpatia onde quer que formos; desfaçamos todas as inimizades, por onde passarmos.
Nessa transformação de paixões para a vida de amor é que a felicidade aparece no
fundo da consciência. Mais tarde, o ódio, a inveja, o ciúme e o egoísmo, como
também o orgulho, deverão desaparecer das cogitações humanas. A geração do
porvir chegará à Terra já predisposta a esse esquecimento do mal, para edificar
o bem com Jesus.
Quando dois
seres se sentirem atraídos um para o outro, devem meditar nessa atração, e cuidar
para que esse encontro seja realmente para o bem dos seus destinos. Assim
também, ao encontramos alguém que nos instile o ódio, não percamos a
oportunidade de fazer-lhe o bem que pudermos, pois essa antipatia é sinal de
inimizade no passado. Toda incompatibilidade deve aparecer dos caminhos dos
Espíritos, encarnados ou fora da carne.
Depois desse
trabalho de perdão, devemos abrir os corações para que sejam invadidos pela força
da fraternidade, que nos fará irmãos ante a presença de Deus, na figura de
Jesus.
O reconhecimento
total das simpatias e das antipatias somente se dá quando se encontrarem novamente
no mundo espiritual. Sentirão, ali, a felicidade, se souberam educar seus sentimentos
e perdoar as ofensas. Qualquer esforço nesse sentido é louvável, porque mãos espirituais
se encontram em torno de todas as criaturas, ajudando-as a melhorar.
Não devemos
esquecer de amar a Deus sobre todas as coisas, mas também ao próximo como a nós
mesmos. Diz Jesus que aí esta a lei os profetas.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume VIII
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O Livro
dos Espíritos – Allan Kardec.
386. Podem dois
seres, que se conheceram e estimaram, encontrar-se noutra existência corporal e
reconhecer-se?
Reconhecer-se,
não. Podem, porém, sentir-se atraídos um para o outro. E, freqüentemente,
diversa não é a causa de íntimas ligações fundadas em sincera afeição. Um do
outro dois seres se aproximam devido a circunstâncias aparentemente fortuitas,
mas que na realidade resultam da atração de dois Espíritos, que se buscam reciprocamente
por entre a multidão.
386-a) Não lhes seria agradável reconhecerem-se?
Nem sempre. A
recordação das passadas existências teria inconvenientes maiores do que
imaginais. Depois de mortos, reconhecer-se-ão e saberão que tempo passaram
juntos. (392).
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