0308/LE
Ao deixar a
veste de carne, o Espírito se recorda de alguns fatos do passado ou, por vezes,
de outras reencarnações, porém, não são todos os Espíritos que podem recordar:
isso acontece somente quando tem utilidade para o seu esclarecimento
espiritual.
A reencarnação,
tanto quanto a desencarnação, são assistidas por benfeitores espirituais, com capacidade
assegurada no amor, para saberem do que precisa o desencarnante, e quais as experiências
que deve ter como lições proveitosas para a sua paz.
O Espírito
evoluído, como dissemos, aciona a sua vontade, quando necessário, vai ao passado,
quando esse lhe é útil, e recorda vida e vidas, no afã de buscar o que deve ser
feito no porvir.
A reencarnação é
uma lei natural em todos os mundos habitados, como sendo trocas de ambientes,
no sentido de o Espírito renovar-se, aceitando e vivendo os preceitos de Jesus Cristo.
Mesmo aqueles
que precisam recordar o passado não o fazem de maneira absoluta. Para exemplo,
vamos lembrar um ditado popular que assim diz: “Para quem sabe ler, um pingo é letra.”
Para que um Espírito evoluído vai gastar tempo em se lembrar de todas as particularidades
de vidas passadas? Somente os principais fatos lhe interessam. Há muitas e muitas
existências que deve elidir, por não haver necessidade de tais lembranças e ele
deixa que elas se percam nas noites do esquecimento, como relata o Livro dos
Espíritos.
O Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo é uma universidade no presente. Conhecendo-o e praticando
as suas lições de luz, pouco vale a recordação do passado; interessa andar para
frente, sob a inspiração do Mestre. Existe nos conceitos de Jesus uma fonte
eterna, que cura todos os males, que ensina todas as ciências, que se chama Amor.
Procuremos
pensar no amor e descobrir aquele que o Cristo ensinou e viveu, que nele e por ele
os dons desabrocharão como flor de luz, a nos mostrar todos os caminhos para a felicidade.
A Doutrina Espírita vem fazer o homem se lembrar da necessidade de descobrir a
si mesmo, e procurar viver na cidade do coração.
O que devemos
fazer é não nos perturbarmos no momento de deixar as vestes carnais, porque é
realmente uma troca de vestes, qual se faz quando encarnado, com as vestes de tecido.
Mas, verdadeiramente, somente o amor pode nos dar segurança nos momentos de trocar
essas vestes pelas vestes espirituais.
Entreguemos a
Deus o que deve vir em nosso socorro. Ele sabe se precisamos de recordações do
passado, e como nos entregá-las com docilidade, como sendo lições de luz para
os nossos caminhos de trevas. Forçar a natureza que desconhecemos é impulso da ignorância.
Devemos postergar tais atitudes, favorecendo, assim, as mãos divinas para nos guiar
com segurança.
A curiosidade de
recordações pode nos vedar a esperança do porvir. Deixemos nascer o Cristo em
nós pelo amor, que seremos salvos de todas as investidas dos desacertos.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume VII
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
308. O Espírito
se recorda de todas as existências que precederam a que acaba de ter?
Todo o seu
passado se lhe desdobra à vista, quais a um viajor os trechos do caminho que
percorreu. Mas, como já dissemos, não se recorda, de modo absoluto, de todos os
seus atos. Lembra-se destes conformemente à influência que tiveram na criação
do seu estado atual. Quanto às primeiras existências, as que se podem
considerar a infância do Espírito, essas se perdem no vago e desaparecem na
noite do esquecimento.
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