O exercício mediúnico deve considerar o
Evangelho como o guia mais capaz de inspirar orientação nos tortuosos caminhos
da vida. Quando sentimos o afloramento da mediunidade, as nossas idéias nos
convidam a extravagantes comportamentos. Mesmo que seja em um ser já por
natureza equilibrado, ele não deixa de pensar em algumas vantagens ou mesmo em
glórias humanas.
Quando o bom
senso não deixa anunciar seus pensamentos, estes, ainda assim, se desprendem
pelas vibrações da alma em todas as direções da casa do Senhor. Somos,
portanto, conhecidos intimamente pelos benfeitores que nos assistem e nos
acompanham. Quando nos conscientizamos disso, começamos a cortar os pensamentos
que sabemos impróprios.
O dever nos chama para a compostura mediúnica.
Se falamos muito sobre a mediunidade, cabe-nos descrever todas as experiências
dos caminhos já trilhados pelos primeiros médiuns desta doutrina abençoada. Os
que estão, no momento, na Terra são agraciados por grande profusão de valores,
através de mensagens e mais mensagens sobre o assunto, e livros e mais livros
na pauta da educação da mediunidade. Ainda assim, alguns medianeiros não conseguem
viver nas trilhas do Divino Amigo como servos fiéis da Boa Nova de Deus.
Não insistimos para que sigas homens, mas
somente os seus bons exemplos. Quando eles conseguirem dar-te isso,
acompanha-os, enquanto eles estiverem direcionados pelo Bem, aquele Bem que
visa a coletividade. Sê organizado em todas as tuas atividades com os
Espíritos, com as crianças e com os idosos, com o mundo e com os homens que,
por vezes, não participam dos teus ideais.
A harmonia faz bem a todas as criaturas, mais
ainda ao médium, pois é através dela que os bons companheiros da
espiritualidade maior se comunicam com os seres da Terra. Desfaze-te dos
pensamentos fixos, principalmente aqueles alimentados pela vaidade e pelo
orgulho. Não queiras mostrar que tudo o que fazes é o certo; para isso tens uma
razão. Analisa e compara, investiga e vê as idéias dos outros com carinho. Às
vezes elas são melhores do que as nossas e só porque não nasceram nas nossas mentes,
costumamos desprezá-las.
Cada criatura vive em uma determinada faixa e
pode perceber a lei melhor que nós, ajudando-nos no aperfeiçoamento. Os nossos
melhores instrutores, quase sempre, são os que não nos suportam.
Médium algum é infalível, tampouco o são os
sábios e os santos. Todos estão à cata do saber maior. Queira Deus possamos ter
a humildade de aprender até com os animais, com as plantas, com a natureza.
Sejamos comedidos em todos os nossos atos, sem
deixar a desconfiança invadir nossos corações. Crer é muito bom para todos nós
e melhor ainda é saber crer.
Se ainda não aprendeste a conter os teus
pensamentos desencontrados, pelo menos exerce uma vigilância sobre o que deves
falar aos outros. Eis a grande importância que tem a palavra e a tua ação para
os olhos e ouvidos alheios. Podes construir com ela ou com ela também destruir
muitas esperanças. A responsabilidade é de quem fala. Todos inclusive nós que escrevemos carecemos de
educara palavra, bem perto do Evangelho, para que o nosso verbo seja de paz, na
lua do amor. Confiemos em Deus e em nós, sem perdermos as pegadas do Cristo.
O médium não pode esquecer-se da decência nas
suas lides mediúnicas, nem no meio dos homens, seus companheiros de trabalhos
do dia a dia. A mediunidade com Jesus é uma escola onde o aprendizado não falta
em nenhum momento. De acordo com o nosso ideal, recebemos aquilo que pensamos
ser, colhemos os frutos na conjunção das sementes plantadas.
Estamos procurando a segurança mediúnica e,
para tal, é de nosso dever buscar a Jesus em todas as nossas dificuldades de
educação, para que Ele nos ensine a disciplina, pelos caminhos que nos levam ao
amor.
Para muitos pode parecer que a mediunidade é
coisa fácil e que, para o seu desenvolvimento, basta fechar os olhos,
concentrar-se, e alguém, ao nosso lado, invocar os espíritos. O engano de
muitos tem levado outros a recomeçarem em novas reencarnações. Quando surgir no
teu íntimo o interesse pela Doutrina Espírita, procura saber como ela começou,
e começa pelo início.
Deves entender primeiro seus objetivos, o
porquê estamos nos comunicando com os Espíritos e qual é a mensagem de Jesus a
todas as criaturas. Não deves brincar com fogo sem as devidas prudências de
como lidar com ele. Quem não se interessa pelas boas maneiras espirituais, com certas
renúncias, é bom que não se apresente para o desenvolvimento mediúnico, porque
Deus ligou as faculdades do Espírito à harmonia do coração e o dom da
mediunidade não pode ser comercializado, como fazem os novos fariseus com a
política e mesmo com certas religiões.
O Cristo fundamentou novos rumos para os
entendimentos dos homens.
Não tinha onde
reclinar a cabeça e foi quem mais doou à humanidade inteira. E ainda continua a
despejar o Seu amor, simplesmente por amor, em todas as atividades humanas e
espirituais.
Podemos considerar o médium como um discípulo
de Jesus e como tal, não precisa dizer o que deve ser feito para a sua própria
felicidade. A compostura mediúnica deve ser a primeira idéia dos que buscam o desenvolvimento
das suas faculdades, de modo que o exemplo nobre de uma vida seja uma fonte
inesgotável, igual àquela que encontrou a samaritana, quando ia buscar água
para saciar a sede do corpo.
Confiemos no Evangelho e demos as mãos ao
Cristo, para que possamos viver com Deus.
Livro: Segurança
Mediúnica.
Miramez / João
Nunes Maia.
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