(O Evangelho
Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Cap. VII – Item 3).
“E qualquer que
entre vós quiser ser o primeiro seja vosso servo.” – Jesus / Mateus, 20: 27.
Nos variados
setores da experiência humana, encontramos as mais diversas criaturas a
buscarem posições de destaque e postos de diretiva.
Há pessoas que
enveredam pelas sendas do comércio e da indústria, em corrida infrene por se
elevarem nas asas frágeis da posse efêmera.
Muitas elegem a
tirania risonha no campo social, para se afirmarem poderosas e dominantes.
Outras
pontificam através do intelecto, usando a Ciência como apoio da autoridade que
avocam para si mesmas.
Temos ainda as
inteligências que, em nome da inovação ou da arte, se declaram francamente
partidárias da delinquência e do vício, para sossegarem as próprias ânsias de fulguração
nas faixas da influência.
Todas caminham
subordinadas às mesmas leis, elevando-se hoje, para descer amanhã.
O império
econômico, a autoridade terrestre ou o intelectualismo sistemático possibilitam
a projeção da criatura no cenário humano, à feição de luz meteórica, riscando, instantaneamente,
a imensidade dos céus.
Em piores
circunstâncias, aquele que preferiu o brilho infernal do crime, esbarra, em
breve tempo, com a dureza de si mesmo, sendo constrangido a reunir os
estilhaços da vida, provocados por suas ações lamentáveis, na recomposição do
destino próprio.
Grande maioria
toma a aparência do comando como sendo a melhor posição, e raros chegam a
identificar, no anonimato da posição humilde, o posto de carreira que conduz a
alma aos altiplanos da Criação.
Apesar de tudo,
porém, a verdade permanece imutável.
A liderança
real, no caminho da vida, não tem alicerces em recursos amoedados.
Não se encastela
simplesmente em notoriedade de qualquer natureza.
Não depende unicamente
de argúcia ou sagacidade.
Nem é fruto da
erudição pretensiosa.
A chefia durável
pertence aos que se ausentam de si mesmos, buscando os semelhantes para
servi-los...
Esquecendo as
luzes transitórias da ribalta do mundo...
Renunciando à
concretização de sonhos pessoais em favor das realizações coletivas...
Obedecendo aos
estímulos e avisos da consciência...
E por amar a
todos sem reclamar amor para si, embora na condição de servo de todos, faz-se
amado da vida, que nele concentra seus interesses fundamentais.
Livro: O
Espírito da Verdade.
Espíritos
Diversos.
Chico Xavier e
Waldo Vieira.
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