Gemia a Terra
humilhada,
A noite do
cativeiro
Dominava o mundo
inteiro
Sob o carro da
opressão;
Com mandíbulas
vorazes
De loba que se
subleva,
Roma, encharcada
de treva,
Estendia a
escravidão.
Entre as águias
poderosas,
Jazia Atenas
vencida,
Carpia Cartago a
vida
Ligada a grilhão
cruel.
Na Capadócia, na
Trácia,
Na Mauritânia e
no Egito,
O povo chorava
aflito,
Tragando cicuta
e fel
O frio invadira
os templos ,
Não mais Eros de
olhar brando,
Nem bela
Afrodite amando,
Nem apoio
encantador;
O Olimpo dormira
em sombra,
Cessara a graça
de Elêusis,
Não surgiam
outros deuses,
Que não fossem
do terror.
Mas quando o mal
atingira
O apogeu da
indiferença,
Disse Deus na
altura imensa:
“Faça-se afora
mais luz!”
E um livro
desceu brilhando,
Para a Historia
envilecida:
Era o Evangelho
da Vida,
Sob as lições de
Jesus.
Tremeram dourados sólidos,
O orgulho caiu
de rastros;
Arcanjos vinham
dos astros
Em cânticos de
louvor.
Mas ao invés da
vingança,
Contra o ódio,
contra a guerra,
O livro pedia à
Terra:
Bondade, Perdão
e Amor...
Começara o novo
Reino...
Horizontes
infinitos
Descerraram-se
aos aflitos,
Perdidos nos
escarcéus;
Os fracos e os
desditosos,
Os tristes e os
deserdados,
Contemplaram,
deslumbrados
Novos mundos,
novos céus.
Desde então a
Humanidade
Trabalha,cresce,
porfia,
Ao clarão do
novo dia,
Por escalar
outros sóis;
E a mensagem
continua,
Em sublimes
resplendores,
Artistas, Santos
e Heróis.
Espíritas,
companheiros
Da grande Luz
Restaurada,
Tracemos a nossa
estrada,
Na glória do
amor cristão;
E servindo
alegremente
Na luta, na dor,
na prova,
Busquemos na
Boa-Nova
O Livro da
Redenção
Médium: Chico
Xavier
Da obra: Poetas
Redivivo
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