“Graças sejam dadas a Deus, que por
Cristo nos carrega sempre em seu triunfo e, por nós, expande em toda parte o
perfume do seu conhecimento. Em verdade, somos para Deus o bom odor de Cristo,
entre aqueles que se salvam...” (2ª Epístola aos Coríntios, capítulo 2º
versículos 14 e 15)
As aspirações superiores de uma
instituição cristã podem ser analisadas sob vários aspectos. Um deles diz
respeito às condições do ambiente físico. As dependências de uma Casa Espírita
devem apresentar um mínimo de adequação, harmonia e conforto, sobretudo em
relação aos seguintes itens: espaço, ventilação, luz, temperatura, limpeza,
mobiliário, utensílios e cores.
O local e o clima, quanto mais
agradáveis e propícios ao trabalho, mais os obreiros irão contribuir com
alegria no programa de atividades em benefício do próximo.
A energia irradiada da mente envolve
não apenas as obras intelectuais, mas, igualmente, as edificações materiais. O
belo e o feio, o formoso e o disforme habitaram, antes de tudo, na intimidade
de quem os produziu, isto é, fizeram parte da criação incessante da vida
mental.
Tomemos como
exemplo as colorações luminosas da aura dos espíritos superiores: elas exercem
grande e determinante impacto sobre criaturas menos elevadas; do mesmo modo,
certas cores causam forte impressão ambiental com reflexos na produtividade,
criatividade e estado de espírito dos integrantes do núcleo de trabalho.
Nas tarefas
mediúnicas, o teor da luz empregada deve ser graduado, dando-se preferência a
lâmpadas que produzam nuances agradáveis e tranqüilizantes, o que facilitará as
medidas assistenciais e curativas a cargo dos mentores da reunião.
Aliás, o uso
criterioso das cores e suas tonalidades nas paredes, como a disposição
harmônica e singela dos móveis em uma sala, facilita os empreendimentos
socorristas. Um ambiente limpo, agradável e de bom gosto, integrado de peças
simples e indispensáveis, sem adornos desnecessários, é fator importante na
execução dos mecanismos do Bem.
É imperioso
perceber como estamos ligados energeticamente ao nosso ambiente de trabalho.
Seria recomendável que indagássemos: qual o teor do intercâmbio sensorial que
existe entre nós e nossa Instituição?
Os espaços
físicos que ocupamos interagem, muito mais do que pensamos, em nossa maneira de
viver. Devemos estar cientes de que através deles atua sobre nós o princípio da
interdependência. Sejam quais forem as denominações que recebem - campos
eletromagnéticos, forças áuricas ou energias geofísicas -, eles sempre nos
afetarão sobremaneira por meio de influenciações sutis, quase imperceptíveis.
Cabe-nos,
portanto, cuidar com esmero dos elementos formadores da atmosfera que nos
envolve, não apenas na lida espiritual, mas também na intimidade do próprio
lar.
A auréola dos
prédios ou das salas de reunião influenciam fortemente todas as nossas
experiências transcendentais. Embora essa percepção talvez não seja tão
palpável como desejaríamos, tenhamos a certeza de que é tão verdadeira como o
ar que respiramos.
Para reforçarmos
a saúde ambiental na comunidade de trabalho fraterno à qual pertencemos, é
aconselhável a formação de um jardim, o cultivo de plantas. Nossa relação com a
circunvizinhança provoca influência recíproca: a sanidade de um setor repercute
em outro.
Nossa ligação
com os vegetais está enraizada nas bases primordiais de nosso psiquismo. Faz
parte da nossa origem evolutiva; do desenvolvimento do princípio inteligente
pelas vias da Natureza.
Plantas no
Núcleo Espírita, além de estreitar ainda mais nossos vínculos com a Natureza,
nos dão a oportunidade de cuidar de coisas vivas e de cooperar com as obras da
Criação. Elas nos ajudam, interna e externamente, a obter uma atmosfera de
equilíbrio, proporcionando-nos beleza e vigor.
Na exortação do
grande apóstolo “... expande em toda parte o perfume do seu conhecimento...”, é
preciso identificarmos a simbologia da fragrância do conhecimento superior como
sendo a emanação volátil que se desprende do mundo íntimo de todos os dedicados
e sinceros estudiosos dos ensinamentos do Cristo Jesus.
Mentes sadias
impregnam de aromas agradáveis os recintos ou os santuários, consolidando
condições climáticas que criarão bem-estar e alegria de viver. Nós é que
construímos nosso domicílio do bem ou do mal, conforme a projeção de nossos
pensamentos.
Edificações mal
iluminadas, relaxadas e caminhando para a ruína física denotam desleixo do
mundo íntimo de seus administradores e cooperadores.
Se os
integrantes de um grupo a serviço do Evangelho cultuam o próprio templo da
alma, reformando sempre que for preciso sua casa mental, essa atitude de reconstrução
ativa se reflete exteriormente em cuidados especiais com a agremiação espírita
à qual pertencem, como: conservação, apreço, zelo, capricho e estética singela.
“Em verdade, somos para Deus o bom odor de
Cristo, entre aqueles que se salvam...”, quer dizer, devemos nos esforçar para
receber as influências que emanam do Criador, hauridas da Seara Espírita, e
agir para que as forças ambientais revitalizantes favoreçam não somente a nós
mesmos, mas todos aqueles que conosco mourejam nos campos da Cristandade.
Livro: CONVIVER
E MELHORAR
FRANCISCO DO
ESPÍRITO SANTO NETO
LOURDES
CATHERINE E BATUÍRA