0405/LE
Muitos sonhos
evidenciam aquilo que o Espírito viu antes ou pressentiu; os que são interpretados
como banais, confirmam, noutra dimensão, a fragilidade do Espírito, e outros
não foram bem interpretados à luz do verdadeiro entendimento espiritual.
Os sonhos são
como os nossos entendimentos quando encarnados. O que se passa durante o dia da
alma no corpo, o que vê, o que ouve, o seu trabalho, não são ilusões, por se
encontrar frente a frente com as coisas e não precisar de interpretações, ao
passo que, na liberdade parcial da alma, pela porta do sono, o que se vê ou
ouve pode mudar-se pelo que se encontra com mais nitidez na memória do corpo
físico.
O Espírito se
encontra ligado ao corpo, sujeito às suas vibrações e às idéias mais condicionadas
na alma. Isso vai se aclarando com a evolução dos Espíritos encarnados e com a
própria atmosfera terrena. O ambiente pesado do planeta onde estagia a
humanidade, influência, e muito, nas recordações dos sonhos e visões espirituais.
O tempo é o ilustrador divino; ele nos faz compreender melhor as leis
espirituais, capazes de nos trazer a verdade no reino do coração e da
inteligência Compete a cada criatura estudar, esforçar para se melhorar todos
os dias, lapidando seus valores para que eles possam se expressar nos caminhos
da vida.
Jesus Cristo foi
um Doador Divino para todos os povos que, de pronto, não o reconheceram como
tal, por estarem iludidos com o ouro e os prazeres inferiores. Mas todos estão
sendo chamados e escolhidos para compreenderem o Cristo de Deus e passarem a
modificar suas vidas, baseados na vida de Jesus. Quando o Cristo estiver em
nossos corações, passará tudo a se confirmar, porque quem conhece a verdade tornar-se-á
livre das mentiras. O véu cairá e as nossas visões, nossos sonhos, não sairão
da realidade da vida e do caminho para Deus.
As más
interpretações dos sonhos se encontram ligadas às idéias fortemente alimentadas
por nós, no decorrer do dia, quando o pensamento dominante é que se expressa
como verdadeiro, sob forte condicionamento. Mas não se pode negar muitos dos
sonhos reais que acontecem em muitas situações, principalmente com moribundos,
por se encontrarem mais desprendidos da matéria. Quem está em uma cama onde vai
deixar o fardo físico, usa as faculdades mediúnicas mais acentuadamente e se
comunica sempre com o outro mundo, onde está prestes a ingressar. São visões
comprovadas em todos os países, no seio de todos os povos.
Não nos cansamos
de apontar a Doutrina dos Espíritos como caminho para entender esses fatos
espirituais e sentir a consciência em paz; quem desejar aprender os
significados dos sonhos e visões mais nitidamente, que estude o Espiritismo com
atenção, que ele, essa filosofia divina, o encaminhará para o verdadeiro
entendimento espiritual, ainda somando para o seu bem, muita paz de Espírito,
por mostrar de modo verdadeiro, que existe a felicidade.
Devemos nos
reunir sempre e trocarmos idéias sobre os valores imortais do Espírito; na
pátria do Espírito, sempre fazemos isso, e quando for feito no plano dos
encarnados, os desencarnados estarão juntos, para inspirar sobre a verdade,
salientando o amor e mostrando todos os caminhos da caridade que salva.
Empenhemo-nos
neste aprendizado, onde o perdão se manifesta como conciliador divino, e que a
fraternidade seja o elo da vida para a vida. Estaremos, assim, unidos em nome
de Deus, sob a égide de Jesus Cristo.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume VIII
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
O sono e os sonhos
405. Acontece
com freqüência verem-se em sonho coisas que parecem um pressentimento, que,
afinal, não se confirma. A que se deve atribuir isto?
Pode suceder que
tais pressentimentos venham a confirmar-se apenas para o Espírito. Quer dizer
que este viu aquilo que desejava, foi ao seu encontro. É preciso não esquecer
que, durante o sono, a alma está mais ou menos sob a influência da matéria e
que, por conseguinte, nunca se liberta completamente de suas idéias terrenas,
donde resulta que as preocupações do estado de vigília podem dar ao que se vê a
aparência do que se deseja, ou do que se teme. A isto é que, em verdade, cabe
chamar-se efeito da imaginação. Sempre que uma idéia nos preocupa fortemente,
tudo o que vemos se nos mostra ligado a essa idéia.
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