Fatores limitantes: Sou por natureza uma
pessoa de personalidade muito determinada. Estabeleço para toda a minha família
firmes princípios religiosos a ser seguidos. mas parece que de nada adianta.
Nasci numa época em que os pais é que sabiam o que era melhor para seus entes queridos.
Sei exatamente o que meus filhos devem fazer e quais as boas qualidades que
lhes faltam. Quero promover o desenvolvimento espiritual deles, porém não me
ouvem, nem aceitam meu ponto de vista. Estou desgastado, perco sempre a
paciência. Que devo fazer nesta situação crítica?
Expandindo
nossos horizontes:
Quem vive num
baixo nível de consciência tem uma visão primária e muito acanhada das pessoas,
dos atos e dos acontecimentos. O discernimento ou a opinião que fazem sobre as
coisas é estreita e rudimentar.
Há um ditado que
diz: a verdade é uma tocha que brilha nas trevas, mas não as extingue. Esse
adágio leva a entender que diferentes pessoas, num mesmo ambiente, podem
perceber o mesmo fato de maneira divergente, e até mesmo antagônica.
A aurora boreal
extasia com seu espetáculo fascinante e encantador, mas para alguns é mero
fenômeno que passa despercebido, sem valor algum.
A brisa do mar é
sempre aromática e revigorante, mas para determinados indivíduos é simplesmente
vento inoportuno e incômodo, que despenteia os cabelos. Cada um vê a criação e
as criaturas exatamente como vê a si mesmo.
Quando você
estiver com a consciência desperta, notará com facilidade em todos os
acontecimentos um roteiro ou um ensinamento de vida. Ficar atento a tudo que
acontece, aos fatos interiores e exteriores, pode conduzi-lo a um autêntico
caminho de realização, fazendo com que você encontre um verdadeiro orientador
interno.
Conferências,
cursos, métodos e disciplinas o ajudarão a iniciar a caminhada ascensional, mas
lembre-se de que, para aprender a ver e discernir, você terá como requisito
básico o aperfeiçoamento de seus potenciais.
Não menospreze
as opiniões e os sentimentos de seus familiares, nem exija-lhes obediência
absoluta. Respeite a individualidade de cada um e oriente seus parentes
queridos com compreensão, sem usar mãos imperiosas.
A evolução
ocorre de forma surpreendente quando as pessoas estão preparadas.
Trata-se de
processo que vai se desenvolvendo ao longo do tempo e que tem início quando
elas mesmas se sentirem habilitadas. Não se pode reformar o mundo, apenas
reformar o próprio mundo individual.
Quem tem olhos
sensíveis e lúcidos enxerga nas ações humanas, mesmo nas que pareçam más,
alguns valores positivos, e identificam nos erros oportunidades de crescimento.
Ao contrário, aqueles que possuem os olhos turvos pela ignorância vêem de
acordo com o que eles realmente são em seu interior.
Como veria o
Cristo nessa circunstância? É uma indagação sempre oportuna e conveniente em
todas as situações. Entretanto, não devemos cair em uma angelitude ingênua,
vivendo em um paraíso antecipado, crendo facilmente em tudo o que é dito ou
mostrado pelos intérpretes intransigentes da vida cristã.
Os objetos
exteriores nos estimulam à ação de formular idéias ou ativar o raciocínio, mas
o que se percebe não se encontra nos objetos, e sim na mente de quem os
interpreta. A qualidade da percepção não se acha nas coisas que vemos, mas,
proporcionalmente, no desenvolvimento espiritual do indivíduo que examina.
Nossa forma de
ver é uma riqueza que não se vende nem se compra, mas se conquista. O
desrespeito é a verdadeira sepultura do discernimento do homem.
Seja acessível.
Lembre-se de que o direito de cada um consiste nas resoluções adotadas conforme
sua vontade, podendo ou não coexistir com o arbítrio dos demais. Esse é o fundamento
da lei de liberdade.
Livro: CONVIVER
E MELHORAR
Francisco do
Espírito Santo Neto.
Lourdes
Catherine e Batuíra.
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