0278/LE
As leis de Deus
são justas em toda a criação, sempre atraímos de acordo com o que somos; a sintonia
nos faz reunir com os nossos iguais, no entanto, a misericórdia e o amor do
Todo Compassivo permite que os superiores venham sempre no meio dos inferiores,
deixando ali a esperança.
A Terra é uma
estância de luzes para uns, para outros uma casa de regeneração, e para tantos um
presídio. Nela se misturam bons e maus, perversos e estropiados, mas, mesmo
assim, cada qual vive a sua vida íntima, sem que o outro se imiscua na sua
tranqüilidade ou infortúnio.
Os Espíritos de
diferentes ordens se misturam uns com os outros, quando é necessário. Eles cumprem
a vontade de Deus, porém, têm a sua vida interna, que não se mistura. O
inferior não pode subir aos planos elevados, entretanto, os elevados podem
descer aos planos inferiores para ajudar, enriquecendo ainda mais suas
experiências.
Os Espíritos
puros vivem em comunidade de pureza, em planos que escapam aos sentidos humanos,
mas, eles descem de vez em quando para trabalhar no desenvolvimento da moral no
seio da inferioridade e, por vezes, até reencarnam na Terra, como lições vivas
de Jesus, dando e mostrando os caminhos para a Luz, pelo exemplo de moralidade e
de sabedoria.
As famílias se
reúnem por simpatia, os grupos familiares se congregam por força de atração, onde
surge a necessidade igualmente de fortalecer o amor de uns para com os outros;
todavia, não podemos generalizar a idéia, porque há casos em que, no seio de
famílias irreverentes, podem nascer Espíritos de alta envergadura espiritual,
dispostos a ajudarem aquela comunidade familiar, por amor à causa de servir.
É nesse sentido
que a evolução, ou despertamento, como se queira dizer, é individual; quem quiser
caminhar mais depressa na escala de ascensão pode e deve fazê-lo, sem que os
outros que convivem com ele possam atrapalhar. Eles somente poderão herdar os
exemplos, ficando os esforços para os que desejam despertar para a luz imortal
da verdade.
Aquele que
trabalha internamente, sempre evidencia o que faz pela vida que leva. Não há
nada que fica escondido, que não venha a ser descoberto. Essa é uma lei; tanto
o mal como o bem escurece ou clareia os caminhos de quem vive, dependendo da escolha
da criatura.
Mesmo nos mundos
superiores os Espíritos ali estagiados não são da mesma categoria. A diversidade
de elevação é muito grande. Uns ensinam, outros aprendem, só que, em mundos superiores,
os considerados inferiores são Espíritos conscientes dos seus deveres, que já esqueceram
o mal e se encontram no aprendizado da sabedoria espiritual, onde há mestres e discípulos.
Os Espíritos
Superiores sentem prazer em fazer o bem, pois, essa é sua condição de alma consciente
do que deve fazer. Acima de tudo, o bem comum, por natureza, é harmonioso enquanto
as contradições já carregam consigo os distúrbios da própria condição de desarmonia.
Jesus não se
esqueceu de dizer aos Seus discípulos que o céu está dentro das criaturas. E podemos
acrescentar: o inferno também. Cabe a cada uma descobrir os valores imortais no
coração, despertando e atrofiando as ilusões, se por acaso existem.
Uns com os
outros, todos juntos nos caminhos da fraternidade, certamente que deverão encontrar
o amor fundindo-se com a sabedoria, para que surja na consciência a
tranqüilidade, que não se perturba com nada. Eis aí o verdadeiro céu, com Deus,
Cristo e os anjos cantando a alegria maior de ser feliz.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume VI
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
278. Os Espíritos
das diferentes ordens se acham misturados uns com os outros?
Sim e não. Quer
dizer: eles se vêem, mas se distinguem uns dos outros. Evitam-se ou se
aproximam, conforme à simpatia ou à antipatia que reciprocamente uns inspiram
aos outros, tal qual sucede entre vós. Constituem um mundo do qual o vosso é
pálido reflexo. Os da mesma categoria se reúnem por uma espécie de afinidade e
formam grupos ou famílias, unidos pelos laços da simpatia e pelos fins a que
visam: os bons, pelo desejo de fazerem o bem; os maus, pelo de fazerem o mal,
pela vergonha de suas faltas e pela necessidade de se acharem entre os que se
lhes assemelham.
A.K. : Tal uma
grande cidade onde os homens de todas as classes e de todas as condições se
vêem e encontram, sem se confundirem; onde as sociedades se formam pela
analogia dos gostos; onde a virtude e o vício se acotovelam, sem trocarem
palavra.
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