Fatores
limitantes: Às vezes, sinto que estou desamparado neste mundo. Faço o possível
para manter boas relações com as pessoas; procuro ajudá-las e me esforço para
perdoar-lhes. Tenho-me dedicado semanalmente às obras assistenciais e às
atividades doutrinárias. Sinto o “peso da responsabilidade” e parece que não
vou suportá-lo. Tenho a sensação de que vou esmorecer. Apesar de minha
perseverança no bem, por que continuo sofrendo as intempéries da vida?
Expandindo
nossos horizontes:
Pessoas
aprenderam que devem dedicar a vida aos ideais do amor, ocupando-se dos valores
da bondade e dos gestos da fraternidade.
Simplesmente
isso bastaria? Será que agem assim por terem adquirido uma autêntica
consciência crística, ou por obedecerem a mera prescrição religiosa, fundamentada
num sentimentalismo superficial? Quais são os valores que mobilizam suas
atitudes íntimas? O que as impulsiona interiormente?
Criaturas fogem
dos desgostos da vida buscando um ideal maior para suportarem suas dores
existenciais, mas não percebem que muitas vezes estão vivendo uma fantasia.
Nutrem-se do produto de uma imaginação enganosa. Mais além, quando confrontam a
realidade, padecem mais intensamente com a morte das ilusões recém-cultivadas
do que com o próprio sofrimento em que viviam.
O caminho do
conhecimento de si mesmo amplia a mente, desenvolve a razão e proporciona uma
inteligência lúcida, retirando a consciência da alienação em que vive.
Quando você
compreender que é uno com Deus, conseguirá sair de uma suposta vida de devoção,
centrada em interesses imediatistas, para uma existência de realização plena
com o Ser Onipresente.
Constitui o mais
elevado grau de religiosidade a certeza de que Ele está em mim, e eu estou
nEle.
Quando você faz
o bem esperando recompensa e gratidão, imediatamente a ação é considerada
interesseira e mercantilista. Portanto, não doe alguma coisa nem se dedique a
alguém sob condições. Porventura o jasmim com sua alva cor, graça e elegância
revela seu aroma inebriante pela obrigação de que lhe agradeçam por isso?
Por que você não
se esforça para entender os mecanismos naturais do Universo?
A dor é, em si
mesma, benéfica e tem por objetivo conduzi-lo ao equilíbrio. Se você pudesse
perceber por si próprio os erros que está cometendo e corrigi-los, não haveria
necessidade de atravessar rigorosas lições de sofrimento. Logo, sofrer não é
castigo, é aprendizagem.
A questão é que
você não quer aprender, mas unicamente livrar-se dos problemas, sem esforço e
de forma milagrosa. Você quer prêmios e concessões divinas na prática de ações
bondosas, não equilíbrio e entendimento.
A atuação mais
importante que você pode ter em benefício de si e dos outros é conhecer cada
vez mais a verdade e o amor em plenitude. O autoconhecimento o aproxima
amorosamente de todos os seres humanos, sem distinção de credo, raça e condição
social.
As dores
aparecem como último recurso a ser aplicado. Elas apenas solicitam-lhe
transformação interior.
Embora a
consciência exterior não esteja certificada do motivo do sofrimento, julgando-o
severo e doloroso demais, a consciência íntima irá guiá-lo para o curso da
evolução espiritual, a qual todos estão destinados. Aceitar isso implica um
passo importantíssimo para o auto-descobrimento e, como resultado quase que
imediato, o alívio; e, por fim, a cura definitiva.
Por maiores que
sejam, ou por mais que pareçam intermináveis, as horas cinzentas no inverno da
vida, procure ouvir a mensagem oculta que elas nos trazem. O frio da
incompreensão, que você carrega por dentro por não entender os mecanismos da
Vida, pode ser muito mais atroz e desapiedado que os flocos de neve
causticantes e gélidos que caem lá fora, nos dias de intenso inverno.
Livro: CONVIVER
E MELHORAR
FRANCISCO DO
ESPÍRITO SANTO NETO
LOURDES
CATHERINE E BATUÍRA
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