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A antipatia
entre duas pessoas nasce em qualquer uma delas primeiro, no entanto, provavelmente
um é sempre mais esclarecido que o outro, e por força da natureza melhorada, a
antipatia deve surgir no que ainda tem uma natureza mais bruta, que alimenta a
inferioridade.
Existem ainda
casos de dívidas do passado entre duas pessoas, onde uma delas já está propensa
ao perdão. Essa, esquece logo as lembranças e a repulsão quando encontra o antagonista,
mas a outra, que desconhece a desculpa, trava uma guerra consigo mesma para odiar
mais, ao deparar com o seu antigo inimigo, piorando cada vez mais a sua situação
espiritual.
Certamente que o
bom Espírito sente repulsão pelo mau, mas esforça-se para não odiar, por estar
na escala da educação dos seus sentimentos. O Espírito superior não muda sua
paz interior pelas antipatias que recebe de alguém; conserva sua serenidade e
ainda ora por todos os que caluniam e odeiam.
Convém anotar-se
que o Espírito que odeia se encontra na ordem dos ignorantes, que não percebeu
ainda a luz nem experimentou a paz de consciência. Foi por essa razão que veio
ao mundo o Cristo, sendo que a humanidade não reconheceu a Sua presença como
deveria.
Assim ele fez
voltar a Sua doutrina na feição do Espiritismo codificado por Allan Kardec, na certeza
de que essa filosofia grandiosa iria dar continuidade à educação dos que
ignoram a verdade. A Doutrina dos Espíritos tem o poder de fazer reviver com
Jesus, com todas as suas qualidades nobres, trabalhando para que Ele seja
conhecido por toda a humanidade.
O Espírito
inferior desconfia de todos e percebe no ar quando vai ser censurado pelo seu
igual.
Ele está sempre
em rixas com os seus parceiros. Com estas páginas sobre “O Livro dos Espíritos”,
nós desejamos a todos que melhorem em todos os sentidos e alcancem o amor, amando;
que alcancem o perdão, perdoando; que alcancem a caridade, praticando-a em
todas as suas nuances.
Se ainda
alimentamos alguma antipatia por alguém, pensemos mais e desfaçamos logo este estado
negativo em nossa vida. Cada sentimento inferior que palpita em nosso íntimo, é
semente inferior lançada no terreno mental e no coração de quem odeia, e por
isso responderemos. Não convém esse estado, porque todo sofrimento nasce desse
descuido.
Fecundemos
nossos pensamentos, palavras e obras com a fraternidade, pois ela é capaz de construir
em nossos caminhos a luz que jamais se apagará. Mesmo que não tenhamos antipatia
por alguém, mesmo que ninguém se antipatize conosco, trabalhemos em favor dos que
ainda se encontram nessa faixa de vida nas sombras, para que eles, no amanhã, esqueçam
deste nome, antipatia, e do que ele representa para os infelizes.
O mundo está
cheio de ódio, de inveja, de orgulho e de egoísmo, esperando que nossas mãos trabalhem
para a paz de todos. Podemos fazer alguma coisa em favor do amor, e não nos esqueçamos
de espalhar benefícios. Comunguemos com o Cristo, que ele já comungou com o nosso
coração em Deus.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume VIII
Miramez / João
Nunes Maia
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec
391. A antipatia
entre duas pessoas nasce primeiro na que tem pior Espírito, ou na que o tem
melhor?
Numa e noutra indiferentemente, mas distintas
são as causas e os efeitos nas duas. Um Espírito mau antipatiza com quem quer
que possa julgar e desmascarar. Ao ver pela primeira vez uma pessoa, logo sabe
que vai ser censurado. Seu afastamento dessa pessoa se transforma em ódio, em
inveja e lhe inspira o desejo de praticar o mal. O bom Espírito sente repulsão
pelo mau, por saber que este o não compreenderá o porque díspares dos dele são
os seus sentimentos. Entretanto, consciente da sua superioridade, não alimenta
ódio, nem inveja contra o outro. Limita-se a evitá-lo e a lastimá-lo.
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