“... as multidões ficaram extasiadas com o seu
ensinamento, porque as ensinava com autoridade e não como os seus escribas.” (Mateus,
capítulo 7º, versículos 28 e 29)
As organizações cristãs e o apostolado que
lhes diz respeito caracterizam-se pelo auxílio fraterno, sem golpes de
autoritarismo, sem gestos de condenação. Combater a ignorância e acender as
chamas da esperança nas almas deve ser a meta dos que dirigem e orientam.
Quando falamos, revelamos o nosso interior,
não só pelas palavras que utilizamos mas também pelos gestos, pela inflexão ou
entonação da voz. O olhar, a forma e o tom das expressões acentuam ou suavizam
o sentido das frases, disseminando entendimento ou fomentando descontentamento.
Comunicando de forma impulsiva e apressada os
avisos e as informações de caráter administrativo, os trabalhadores poderão
desfigurar a importância de cada um deles, colocando objeções de forma oculta
ou declarada.
Uma grande orquestra necessita, além da
competência de seu maestro, da cooperação e capacitação técnica de todos os
músicos, para que possa executar com perfeição acordes melodiosos descritos nas
pautas musicais. O conjunto depende das partes.
Por mais que
Mozart nos tenha legado todo o seu talento primoroso e por mais que todos se
conduzam pelas mãos do regente, que se atém à partitura, se um único
instrumentista desafinar, comprometerá a execução da obra musical.
Essa analogia
tem a providencial utilidade de deixar-nos cientes quanto à nossa quota de
participação para o êxito da tarefa na organização da Casa Espírita. Se ocorrer
problemas por conta de nossa displicência, seremos nós mesmos os primeiros a
não receber os benefícios da harmonia e da fraternidade, por termos saído da
sintonia mental.
O coordenador do
grupo deverá efetuar e regulamentar reuniões de esclarecimento e de ajuste
quanto à organização dos serviços. É importante também que saiba motivar os
operários do bem, através de estímulos externos: ambiente de trabalho agradável
e arejado, adaptação aos usos e costumes modernos, por meio de recursos
audiovisuais, por exemplo, que facilitam a concentração, preces e meditações.
E, da mesma forma, que consiga provocar nos servidores, por prioritários e
imprescindíveis, estímulos internos: vontade de progredir, pensamentos
elevados, autoconfiança, comunhão fraternal e busca constante de inspiração na
Videira de Luz.
O bom
coordenador deve enfatizar os pontos positivos do grupo, sem ignorar suas
limitações e sem deixar de lado a responsabilidade e encargos de sua ação
disciplinar. Deve ter uma saudável filosofia de vida para poder ajudar com
otimismo, sobrepor-se ao negativismo e partir da premissa de que a cortesia e a
compreensão com respeito aos erros humanos é uma das maiores provas de caridade
e amor cristão.
Havendo
necessidade de repreender alguém, que procure fazê-lo de modo reservado e
cordial, usando sempre de empatia, ou seja, colocando-se imaginariamente no
lugar do outro e observando como gostaria de ser advertido se tivesse cometido
a mesma falta.
A autoridade de
Jesus Cristo, a que se refere Mateus nesses versículos, é o poder de quem já
aprendeu a unir-se aos outros, sem exigir de maneira autoritária que os outros
gravitem em torno de seus passos. E o comportamento de quem ensina respeitando
os outros, a fim de atingir a unidade ou união fraternal.
Para bem
aconselhar, é preciso escolher o momento oportuno, utilizar termos claros e
exatos, demonstrando coerência entre a orientação e a atitude adotada.
Não é possível
criar qualquer analogia entre imposição e aconselhamento. Seja qual for o setor
de atividades e de relacionamentos da alma humana, a política administrativa
deve estar sempre aliada à autoridade moral e à brandura de sentimentos.
Livro: CONVIVER
E MELHORAR
FRANCISCO DO
ESPÍRITO SANTO NETO
LOURDES
CATHERINE E BATUÍRA
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