domingo, 31 de agosto de 2014

Forças ambientais - Batuíra

      “Graças sejam dadas a Deus, que por Cristo nos carrega sempre em seu triunfo e, por nós, expande em toda parte o perfume do seu conhecimento. Em verdade, somos para Deus o bom odor de Cristo, entre aqueles que se salvam...” (2ª Epístola aos Coríntios, capítulo 2º versículos 14 e 15)
        As aspirações superiores de uma instituição cristã podem ser analisadas sob vários aspectos. Um deles diz respeito às condições do ambiente físico. As dependências de uma Casa Espírita devem apresentar um mínimo de adequação, harmonia e conforto, sobretudo em relação aos seguintes itens: espaço, ventilação, luz, temperatura, limpeza, mobiliário, utensílios e cores.
     O local e o clima, quanto mais agradáveis e propícios ao trabalho, mais os obreiros irão contribuir com alegria no programa de atividades em benefício do próximo.
     A energia irradiada da mente envolve não apenas as obras intelectuais, mas, igualmente, as edificações materiais. O belo e o feio, o formoso e o disforme habitaram, antes de tudo, na intimidade de quem os produziu, isto é, fizeram parte da criação incessante da vida mental.
Tomemos como exemplo as colorações luminosas da aura dos espíritos superiores: elas exercem grande e determinante impacto sobre criaturas menos elevadas; do mesmo modo, certas cores causam forte impressão ambiental com reflexos na produtividade, criatividade e estado de espírito dos integrantes do núcleo de trabalho.
Nas tarefas mediúnicas, o teor da luz empregada deve ser graduado, dando-se preferência a lâmpadas que produzam nuances agradáveis e tranqüilizantes, o que facilitará as medidas assistenciais e curativas a cargo dos mentores da reunião.
Aliás, o uso criterioso das cores e suas tonalidades nas paredes, como a disposição harmônica e singela dos móveis em uma sala, facilita os empreendimentos socorristas. Um ambiente limpo, agradável e de bom gosto, integrado de peças simples e indispensáveis, sem adornos desnecessários, é fator importante na execução dos mecanismos do Bem.
É imperioso perceber como estamos ligados energeticamente ao nosso ambiente de trabalho. Seria recomendável que indagássemos: qual o teor do intercâmbio sensorial que existe entre nós e nossa Instituição?
Os espaços físicos que ocupamos interagem, muito mais do que pensamos, em nossa maneira de viver. Devemos estar cientes de que através deles atua sobre nós o princípio da interdependência. Sejam quais forem as denominações que recebem - campos eletromagnéticos, forças áuricas ou energias geofísicas -, eles sempre nos afetarão sobremaneira por meio de influenciações sutis, quase imperceptíveis.
Cabe-nos, portanto, cuidar com esmero dos elementos formadores da atmosfera que nos envolve, não apenas na lida espiritual, mas também na intimidade do próprio lar.
A auréola dos prédios ou das salas de reunião influenciam fortemente todas as nossas experiências transcendentais. Embora essa percepção talvez não seja tão palpável como desejaríamos, tenhamos a certeza de que é tão verdadeira como o ar que respiramos.
Para reforçarmos a saúde ambiental na comunidade de trabalho fraterno à qual pertencemos, é aconselhável a formação de um jardim, o cultivo de plantas. Nossa relação com a circunvizinhança provoca influência recíproca: a sanidade de um setor repercute em outro.
Nossa ligação com os vegetais está enraizada nas bases primordiais de nosso psiquismo. Faz parte da nossa origem evolutiva; do desenvolvimento do princípio inteligente pelas vias da Natureza.
Plantas no Núcleo Espírita, além de estreitar ainda mais nossos vínculos com a Natureza, nos dão a oportunidade de cuidar de coisas vivas e de cooperar com as obras da Criação. Elas nos ajudam, interna e externamente, a obter uma atmosfera de equilíbrio, proporcionando-nos beleza e vigor.
Na exortação do grande apóstolo “... expande em toda parte o perfume do seu conhecimento...”, é preciso identificarmos a simbologia da fragrância do conhecimento superior como sendo a emanação volátil que se desprende do mundo íntimo de todos os dedicados e sinceros estudiosos dos ensinamentos do Cristo Jesus.
Mentes sadias impregnam de aromas agradáveis os recintos ou os santuários, consolidando condições climáticas que criarão bem-estar e alegria de viver. Nós é que construímos nosso domicílio do bem ou do mal, conforme a projeção de nossos pensamentos.
Edificações mal iluminadas, relaxadas e caminhando para a ruína física denotam desleixo do mundo íntimo de seus administradores e cooperadores.
Se os integrantes de um grupo a serviço do Evangelho cultuam o próprio templo da alma, reformando sempre que for preciso sua casa mental, essa atitude de reconstrução ativa se reflete exteriormente em cuidados especiais com a agremiação espírita à qual pertencem, como: conservação, apreço, zelo, capricho e estética singela.
 “Em verdade, somos para Deus o bom odor de Cristo, entre aqueles que se salvam...”, quer dizer, devemos nos esforçar para receber as influências que emanam do Criador, hauridas da Seara Espírita, e agir para que as forças ambientais revitalizantes favoreçam não somente a nós mesmos, mas todos aqueles que conosco mourejam nos campos da Cristandade.
Livro: CONVIVER E MELHORAR
FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO
LOURDES CATHERINE E BATUÍRA

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