Ouvirás referências
descaridosas, em torno do sexo transviado; no entanto, guardarás invariável
respeito para com os acusados, sejam Eles quais forem.
Muito fácil
traçar caminhos no mapa. Sempre difícil trilhá-los, debaixo da tempestade, às vezes
sangrando as mãos para sanar dificuldades imprevistas.
É preciso saber
penetrar fundo nas necessidades do Espírito, para enxergá-las com segurança.
Aplica a bondade
e a compreensão, toda vez que alguém se levante contra alguém, porque, em
matéria de sexo, com raras exceções, todos trazemos heranças dolorosas de existências
passadas, dívidas a resgatar e problemas a resolver.
Muitos daqueles
que apontam, desdenhosamente, os irmãos caídos em desequilíbrio emotivo,
imaginando-se hoje anichados na virtude, são apenas devedores em moratória, que
enfrentarão, amanhã, aflitivas tentações e provações, quando soar o momento de reencontrarem
os seus credores de outras eras.
Não condenarás.
Enunciando tais
conceitos, não aceitamos os desvarios afetivos como sendo ocorrências naturais.
Propomo-nos definí-los por doenças da alma, junto das quais a piedade é trazida
para silenciar apreciações rigorístas.
Nas quedas de
sentimento, há que considerar não somente a fraqueza, necessitada de compaixão,
mas também, e muito comumente, o processo obsessivo que reclama socorro ao
invés de censura. Não podemos medir a nossa capacidade de resistência, no lugar
do companheiron(a) em crise, e, por isso, é aconselhável caminhar com a misericórdia
em quaisquer situações, para que a misericórdia não nos abandone quando a vida
nos chame ao testemunho de segurança Moral.
Se alguém caiu
em desvalimento ou desceu à loucura, em assunto do coração, misericórdia para ele
(a)!
Em todas as
questões do sexo transviado, usa a misericórdia por base de qualquer recuperação.
E, quando a severidade nos intime a gritar menosprezo, acalentar maledicências,
estender escárnio ou receitar punições, recordemos Jesus Cristo, aquele de nós
que jamais tenha errado, em nome do amor, seja em pensamento ou palavra, atitude
ou ação, atire a primeira pedra.
Livro: Encontro
Marcado.
Emmanuel / Chico
Xavier.
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