Hora final!... A
angústia, às súbitas, me toma...
Na fixidez do
olhar, as lágrimas por clima...
Dentre a névoa
difusa, uma luz se aproxima...
Ergo-me!... O
corpo lembra esdrúxula redoma!...
Redivivo, me
arrasto... Aspiro doce aroma...
Saio... O luar
esplende... A visão se reanima...
O mundo é um
roseiral estrelado em cima...
Dos recessos do
ser, o regozijo assoma!...
Será isso
morrer?... Em êxtase me espanto!...
Arfa-me o peito
em prece... Ouço terno acalanto...
Velhas canções
do lar!... Brilha a noite orvalhada!...
Torno aos amados
meus!... Cessa a estrada sombria
E parto, livre
enfim, sonhando novo dia
No encalço de
Outra Luz, na luz da madrugada!...
Cale a boca!...
Se eu falo mas não faço,
Isso não é da
conta de ninguém!”
Livro: Poetas Redivivos.
Espíritos
Diversos / Chico Xavier.
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