terça-feira, 21 de maio de 2013

LIBERDADE EM CRISTO

“Estais pois firmes na liberdade com que o Cristo nos libertou e não vos submetais de novo ao jugo da escravidão.” – Paulo. (GÁLATAS, 5:1.)
Meditemos na liberdade com que o Cristo nos libertou das algemas da ignorância e da crueldade.
Não lhe enxergamos qualquer traço de rebeldia em momento algum.
Através de todas as circunstâncias, sem perder o dinamismo da própria fé, submete-se, valoroso, ao arbítrio de nosso Pai.
Começa a Missão Divina, descendo da Glória Celestial para o estreito recinto da manjedoura desconhecida.
Não exibe uma infância destacada no burgo em que se acolhe a sua equipe familiar; respira o ambiente da vida simples, não obstante a Luz Sublime com que supera o nível intelectual dos doutores de sua época.
Inicia o apostolado da Boa Nova, sem constranger as grandes inteligências a lhe aceitarem a doutrina santificante, contentando-se a adesão dos pescadores de existência singela.
Fascinando as multidões com a sua lógica irresistível, não lhes açula qualquer impulso de reivindicação social, ensinando-as a despertar no próprio coração os valores do espírito.
Impondo-se pela grandeza única que lhe assinala a presença, acenam-lhe com uma coroa de rei, que Ele não aceita.
Observando o povo jugulado por dominadores estrangeiros, não lhe aconselha qualquer indisciplina, recomendado-lhe, ao invés disso, “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
Sabe que Judas, o companheiro desditoso, surge repentinamente possuído por desvairada ambição política, firmando conchavos com perseguidores da sua Causa
Sublime, contudo, não lhe promove a expulsão do círculo mais íntimo.
Não ignora que Simão Pedro traz no âmago da alma a fraqueza com que o negará diante do mundo, mas não se exaspera, por isso, e ajuda-o cada vez mais.
Ele, que limpara leprosos e sarara loucos, que restituíra a visão aos cegos e o movimento aos paralíticos, não se exime à prisão e ao escárnio público, à flagelação e à cruz da morte.
Reflitamos, pois, que a liberdade, segundo o Cristo, não é o abuso da faculdade de raciocinar, empreender e fazer, mas sim a felicidade de obedecer a Deus, construindo o bem de todos, ainda mesmo sobre o nosso próprio sacrifício, porque somente nessa base estamos enfim livres para atender aos desígnios do Eterno Pai, sem necessidade de sofrer o escuro domínio das arrasadoras paixões que nos encadeiam o espírito por tempo indeterminado ás trevas expiatórias.
Livro: Palavras de Vida Eterna.
Emmanuel / Chico Xavier.

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