domingo, 26 de maio de 2013

PARÁBOLA DO ADMINISTRADOR INFIEL

“Um homem rico tinha um administrador que foi denunciado por dissipar os seus bens. Mandou chamá-lo e disse-lhe: 'Que é isso que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração, pois já não podes ser administrador!’ O administrador então refletiu: ‘Que farei, uma vez que meu senhor me retire à administração? Cavar? Não tenho força. Mendigar? Tenho vergonha... Já sei o que farei para que, uma vez afastado da administração, tenha quem me receba na própria casa.”
“Convocou então os devedores do seu senhor um a um, e disse ao primeiro: ‘Quanta deves ao meu senhor?’  ‘Cem barris de óleo’ , respondeu ele. Disse então: ‘Toma tua conta, senta e escreve depressa cinquenta. Depois disse a outro: ‘E tu, quanto deves?’ 'Cem medidas de trigo’, respondeu. Ele disse: ‘Toma tua conta e escreve oitenta. E o senhor louvou o administrador desonesto por ter agido com prudência.” (Jesus / Lc 16:1-8).
Muitas parábolas de Jesus possuem um significado bem diverso da literalidade do texto.
Para a compreensão de algumas dessas parábolas, basta apenas entender qual é o valor simbólico de certa palavra, como a parábola do semeador, que, por exemplo, quando compreendemos que a semente significa “o ensinamento contido no Evangelho”, entendemos o valor simbólico do termo e assimilamos a mensagem.
Outras parábolas, no entanto, além do significado simbólico dos termos trazem uma lógica bem diversa. Estas, para serem compreendidas, exigem uma abstração, um desprendimento da primeira impressão, para se encontrar o real significado. Exigem uma indagação:
Se todos os ensinamentos de Jesus pregam a honestidade, a sinceridade, o trabalho... Qual é a mensagem aqui contida?
Analisando esta parábola do administrador infiel, podemos de imediato, questionar: Ora, quem é o senhor, patrão, ou empregador que ao surpreender sou empregado fraudando-o vai elogiá-lo?
Logo, a parábola ressalta, exatamente, a diferença extrema entre a conduta dos “proprietários” da Terra e o verdadeiro proprietário (Deus).
Vejamos o significado simbólico dos termos:
 O Senhor - representa Deus, o Legítimo Proprietário de todas as coisas;
 O Administrador - representa cada um de nós, administrando qualquer bem material que esteja em nossas mãos;
 Os Devedores - representam todos os nossos semelhantes, todos aqueles que encontramos em nossa vida.
Revendo a parábola, agora poderemos entender seu significado:
O Senhor (Deus) louvou seu administrador (qualquer um de nós) por atenuar os débitos daqueles devedores (nossos semelhantes), pois essa é uma Lei de Deus, ou seja, que todos nos administremos nossos bens (bens temporários) de forma que favoreça todos nossos semelhantes.
Eis a lógica inversa: enquanto os proprietários que são deste mundo punem seus administradores que não preservam seus bens e não cobram centavo por centavo, o Verdadeiro Proprietário felicita todos seus administradores que são clementes com seus devedores. A lição é valorosa!
Há no mundo dois tipos de bens:
Os bens materiais - estes não nos pertencem de fato, pois somos meros administradores. Eles podem ser-nos retirados em um instante. Nem por lei, nem por decreto, nem pelos mais altos editos da mais alta justiça do mundo eles permanecerão conosco, se assim for a Vontade Divina.
Os bens espirituais - estes são nossos por direito, pois os adquirimos, através dos tempos, pelo trabalho, pelo estudo, pelo esforço, pela perseverança... Nem paus, nem pedras; nem vento, nem tempestade; nem traça, nem ferrugem; nem bandoleiro algum poderá levá-los. São os verdadeiros tesouros do Espírito, inalienavelmente nossos.
A grande lição desta parábola é o desapego aos bens materiais. Inúmeras vezes acumulamos bens, usamos os recursos egoisticamente ou os destruímos, visando exclusivamente proveitos pessoais, sem levar em conta os legítimos direitos do Legítimo Proprietário: Deus. Jesus mostra-nos, com muita clareza, um caminho para corrigirmos nossa má administração: o desapego e a prática da caridade para com o próximo, e o uso desses bens para multiplicar o progresso e o bem estar coletivo.
Sejamos bons administradores: compartilhemos com abundancia todos os bens que estiverem sob nossa administração, para nos tornarmos verdadeiros discípulos de Jesus!
Livro: Curso de Aprendizes do Evangelho – FEESP. 2º Ano.

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