sexta-feira, 10 de maio de 2013

ESPÍRITO DA TREVA

Está em toda parte.
Surge inesperadamente e assume faces de surpresa que produz estados d’alma afligentes, configurando pungentes conflitos que conduzem, não raro, a nefandas conseqüências.
Às vezes, no lar, os problemas se avultam, na ordem moral, desconcertando  a paisagem doméstica; no trabalho, discussões inesperadas, por nonadas, tomam aspectos de gravidade, que conduz os contendores a ódios virulentos e perniciosos; nas relações, irrompem incompreensões urdidas nas teias da maledicência, fragmentando velhas amizades que antes se firmavam em compromissos de lealdade fraterna Inamovível; na rua e nas conduções gera inquietações que consomem e lança pessoas infelizes no caminho, provocantes, capazes de atirar por coisas de pequena monta, nos rebordos de abismos profundos, aqueles que defrontam...
É o espírito da treva. Está, sim, em toda parte.
Membro atuante do que constitui as “força do mal”, que por enquanto ainda assolam a Terra, na atual conjuntura do planeta, irrompe inspirando e agindo, nos múltiplos departamentos humanos, objetivando desagregar e infelicitar as criaturas, no que se compraz.
Espírito estigmatizado pela agonia íntima que sofre, envenenado pelo ódio  em que se consome ou revoltado pelo tempo perdido, na vida passada, sintoniza com as imperfeições morais e espirituais do homem, mantendo comércio pernicioso de longo curso.
Está, também, às vezes, encarnado no círculo das afeições. Aqui é o esposo rebelde, a genitora alucinada, a nubente corroída por  ciúme injustificável, o filho ingrato, o irmão venal, a filha viciada e ultrajante, a irmã desassisada; ali é o vizinho irritante, o colega pusilânime, o chefe mesquinho, o  amigo negligente, o servidor  cansativo, o companheiro hipócrita exigindo atitude de sumo equilíbrio, em convite contínuo à serenidade e à perseverança nos bons propósitos.
Transmite a impressão de que não há lugar para o amor nem o bem, como  se a vida planetária fosse uma arbitrária punição e não sublime concessão do Amor  Divino, a benefício da nossa redenção.
* * *  Como quer que apareça o espírito das trevas, no teu  caminho, enfrenta­o  simples de coração e limpo de consciência. Não debatas nem te irrites com ele.
 Ante os doentes, o medicamento primeiro e mais eficaz é a compaixão que se lhes dá, não levando em conta o que dizem ou fazem por considerar que estão fora da razão e do discernimento, pela ausência da saúde.
Arma­te a todo instante com a prece e põe o capacete da piedade, conduzindo a luz da misericórdia para clarificar o caminho e vencerás em qualquer luta, permanecendo livre face a qualquer das suas ciladas.
E quando, enfraquecido na luta, o espírito da treva estiver a vencer­te após exasperar­te danosamente, quase colimando por empurrar­te ao fosso da insensatez, lembra­te de Jesus e dize:
“Afasta­te de mim, espírito do mal” —, e avança sem parar na direção do dever sem olhar para trás.
“Depois vai e leva consigo mais sete espíritos piores do que ele,  Ali entram e habitam”. (Mateus, 12:45) 
“O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais caras afeições”. (O Evangelho Segundo O Espiritismo – Allan Kardec, cap. 10 item 6)
Livro: Florações Evangélicas.
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco.

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