quarta-feira, 1 de maio de 2013

O adolescente e o problema das drogas

Entre os impedimentos para a auto-identificação, no período da adolescência,  destacase a rejeição. Caracterizado pelo abandono a que se sente relegado o jovem no lar, esse estigma o acompanha na escola, no grupo social, em toda parte, tornandoo tão  amargurado quão infeliz. Sentindose impossibilitado de autorealizarse, o adolescente,  que vem de uma infância de desprezo, foge para dentro de si, rebelandose contra a vida,  que é a projeção  inconsciente da família desestruturada,  contra todos,  o  que é uma verdadeira desdita.
Daí ao desequilíbrio, na desarmonia psicológica em que se encontra,  é um passo. Os  exemplos domésticos,  decorrentes de pais que se habituaram  a usar  medicamentos sob qualquer pretexto, especialmente Valium e Librium, como buscas de equilíbrio, de repouso,  oferecem aos filhos estímulos negativos de resistência para enfrentar desafios e dificuldades de toda natureza.
Demonstrando  incapacidade para suportar  esses problemas sem a ajuda de mecanismos químicos ingeridos,  abrem espaço  na mente da prole,  para que,  ante dificuldades, fuja para os recantos da cultura das drogas que permanece em voga.  Por outro lado, a exuberante propaganda, a respeito dos indivíduos que vivem buscando remédios para quaisquer  pequenos achaques,  sem o  menor  esforço  para vencêlos através dos recursos mentais e atividades diferenciadas, produz estímulos nas mentes jovens para que façam o mesmo, e se utilizem de outro tipo de drogas, aquelas que se transformaram em epidemia que avassala a sociedade e a ameaça de violência eloucura.
O  alcoolismo desenfreado, sob disfarce de bebidas sociais,  levando os indivíduos a estados degenerativos,  a perturbações de vária  ordem,  tornase fator  predisponente para as famílias seguirem o mesmo exemplo, particularmente os filhos,  sem estrutura de comportamento saudável.
O  tabagismo  destruidor,  inveterado,  responde pelas enfermidades graves do  aparelho respiratório,  criando dependência irrefreável, transformandose em estímulo nas mentes juvenis para a usança de tais bengalas psicológicas, que são porta de acesso  a outras substâncias químicas mais perturbadoras.
A utilização da maconha,  sob  a justificativa de não  ser  aditiva,  apresentada como  de consequências suaves e sem perigo  de maiores prejuízos,  com muita propriedade também denominada erva do  diabo,  cria, no organismo,  estados de dependência, que facultarão a utilização  de outras substâncias mais pesadas, que dão  acesso à loucura, ao crime, em desesperadas deserções da realidade, na busca de alívio  para a pressão angustiante e devoradora da paz.
Todas essas drogas tornamse convitessoluções para os jovens desequipados de discernimento, que se lhes entregam inermes, tombando, quase irremissivelmente,  nos seus vapores venenosos e destruidores, que só a muito custo  conseguem superar,  após exaustivos tratamentos e esforço hercúleo.  Os  conflitos,  de qualquer  natureza,  constituem os motivos de apresentação falsa para que o indivíduo  se atire ao uso e abuso de substâncias perturbadoras, hoje ampliadas com os barbitúricos,  a heroína,  a cocaína, o  crack e outros opiáceos.
E não faltam conflitos na criatura humana, principalmente no jovem que, além dos fatores de perturbação  referidos,  sofre a pressão  dos companheiros  e dos traficantes —  que se encontram nos seus grupos sociais com o fim de os aliciar;  a rebelião  contra os pais,  como forma de vingança e de liberdade;  a fuga das pressões da vida,  que lhe parece insuportável; o distúrbio emocional, entre os quais se destacam os de natureza sexual...
A educação  no lar  e na  escola Constitui o  valioso  recurso  psicoterapêutico  preventivo em relação  a todos os tipos de drogas e substâncias aditivas,  desvios comportamentais e sociais, bengalas psicológicas e outros derivativos.  A estruturação  psicológica do  ser  élhe o  recurso  de segurança para o  enfrentamento de todos os problemas que constituem a existência terrena, realizandose em plenitude,  na busca dos objetivos essenciais da vida e aqueloutros que são  consequências dos primeiros. Quando se está desperto para as finalidades existenciais que conduzem à auto-realização,  à auto-identificação,  todos os problemas são  enfrentados com naturalidade e paz, porquanto ninguém amadurece psicologicamente sem as lutas que fortalecem os valores aceitos e propõem novas metas a conquistar.
Os mecanismos de fuga pelas drogas, normalmente produzem esquecimento, fugas temporárias ou  sentimento de maior apreciação da simples beleza do mundo, o  que é de duração  efêmera,  deixando pesadas marcas na  emoção  e na conduta,  no psiquismo  e no soma,  fazendo desmoronar todas as construções da fantasia e do  desequilíbrio.
É  indispensável  oferecer ao jovem valores que resistam aos desafios do  cotidiano, preparandoo para os saudáveis relacionamentos sociais,  evitando que permaneça em isolamento que o empurrará para as fugas, quase sem volta, do uso das drogas de todo tipo, pois que essas fugas são viagens para lugar nenhum.
Sempre se desperta desse pesadelo com  mais cansaço,  mais tédio,  mais amargura e saudade do  que se haja experimentado,  buscandose retornar  a qualquer  preço, destruindo a vida sob os aspectos mais variados.  Por fim, devese considerar que a facilidade com que o jovem adquire a droga que lhe  aprouver, tal  a abundância que se lhe encontra ao  alcance,  constituilhe provocação e estímulo, com o objetivo de fazer a própria avaliação de resultados pela  experiência pessoal.  Como  se,  para conhecerse a gravidade,  o  perigo  de qualquer  enfermidade,  fosse necessário  sofrêla,  buscandolhe a contaminação  e deixandose infectar.
A curiosidade que elege determinados comportamentos desequilibradores já é sintoma de surgimento da distonia psicológica, que deve ser corrigida no começo, a fim de que se seja poupado de maiores conflitos ou de viagens assinaladas por perturbações de vária ordem.  Em todo esse conflito e fuga pelas  drogas,  o  amor  desempenha papel fundamental,  seja no lar, na escola,  no grupo  social,  no trabalho,  em toda parte,  para evitar ou corrigir o seu uso e o comprometimento negativo.
O amor possui o miraculoso condão de dar segurança e resistência a todos os indivíduos, particularmente os jovens, que mais necessitam de atenção, de orientação e de assistência emocional com naturalidade e ternura.
Diante, portanto, do desafio das drogas, a terapia do amor, ao lado das demais especializadas, constitui recurso de urgência, que não  deve ser postergado a pretexto  algum, sob pena de agravarse o problema, tornandose irreversível e de efeitos destruidores.
Livro: Adolescência e Vida.
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco.

Um comentário:

  1. Olá!!

    Quer ganhar dinheiro trabalhando 1 hora por dia com teu blog?
    Não precisa vender nada e nem indicar pessoas.

    Acesse: http://ganhosweb.com
    Dúvidas, envie um email para suporte@ganhosweb.com

    ResponderExcluir