E o mentor,
finalizando a aula valiosa, falou com simplicidade:
- Para auxiliar
com segurança nas trilhas humanas, é necessário que a compaixão se nos faça
base em qualquer atitude.
Nenhuma
exasperação conduz à beneficência.
Qualquer
apontamento destrutivo é agente perturbador no campo das boas obras.
Entreguemo-nos à
sementeira do amor, sem aguardar qualquer tributo de gratidão.
Os espíritos
reencarnados trazem por si pesada carga de tribulações, para que nos seja
lícito atormentá-los com admoestações e censuras.
Quase sempre,
todos eles sofrem e choram...
Esse apresenta
alto nível de vigor, no entanto, carrega as desvantagens da precipitação;
aquele atingiu a segurança econômica, mas transporta enfermidade oculta a
frenar-lhe os movimentos; outro acumulou enorme fortuna, contudo, lastima o
desequilíbrio dos descendentes; outros muitos que ontem se mostravam despreocupados,
hoje lamentam a perda de criaturas inesquecíveis; esse conquistou a fama,
entretanto, se vê relegado à solidão; aquele que obteve influência e poder
sobre milhares de pessoas, todavia, precisa apoiar-se em algum coração amigo, a
fim de não cair sob o peso das próprias obrigações; outro é sábio, mas
necessita escorar-se em alguém, de modo a não sucumbir ante as exigências da
vida comunitária; e outros muitos se destacam em campeonatos de beleza e
inteligência, no entanto, acalentam consigo os impulsos negativos que os
aproximam da doença e da morte.
Misericórdia
para todos é o que nos pede o Senhor da vida.
O instrutor dera
por terminada as elucidações, mas um companheiro abeirou-se dele e perguntou:
- Professor,
existirá, porventura, algum processo pelo qual possamos instalar facilmente a
compaixão por dentro de nós?
O interpelado
sorriu com bondade e rematou:
- Amigo, a
compaixão é fruto do discernimento. Quantos de nós, que nos achamos neste
recinto, já atravessamos as estradas humanas, e, por isso, conhecemos quanto
custa trabalhar pelo bem nos constrangimentos e dificuldades do plano físico.
Em razão disso, recordemos a lição de Jesus: aquele de nós que houver passado
pelo caminho dos homens, com a grandeza dos anjos, atire a primeira pedra.
Meimei / Chico
Xavier.
Do livro: Deus
Aguarda.
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