Segundo as
questões 990 a 1002 de O Livro dos Espíritos - Allan Kardec, o nosso arrependimento pelo que
fizemos de errado, tanto pode ser como encarnado quando, pelo nosso aprendizado
já conseguimos distinguir o que é o bem e o que é o mal, ou como desencarnado.
Quando o nosso
arrependimento se dá na nossa estada no plano espiritual, a conseqüência é o
desejo de uma nova oportunidade no plano físico para novos aprendizados morais
para que sejamos um pouco mais feliz e para isso devemos expiar as faltas
cometidas.
O arrependimento
como encarnado tem como resultado a melhora na mesma existência, se houver
tempo para a reparação dos erros cometidos.
Nenhuma criatura
humana é voltada exclusivamente para o mal, pois o mal não existe, ele é
simplesmente a ausência do bem.
Se alguém nos
perguntar quem são nossos inimigos, devemos responder que são aqueles a qual
ainda não descobriram que nos amam, pois aquelas pessoas que nesta vida só tem
a maldade no coração, em outra terão o bem já criado raízes e em outras
totalmente plantadas como uma árvore frondosa e resistente, pois é necessário
que todos, um dia, atinjam a perfeição relativa, uns mais rápidos e outros
lentos, de acordo a evolução individual.
Todo aquele que
é mau e não reconhece seus erros na vida corporal, com certeza os reconhecera
na vida espiritual e por isso sofrerá muito quando reconhecer todo mal que
praticou.
Logicamente esse
arrependimento não é de imediato; uns mesmo sofrendo permanecem alheios a
necessidade do arrependimento, mas como a todos Deus da oportunidades iguais,
esses também um dia o arrependimento baterá a porta do coração.
Como o progresso
é uma lei Divina, todos aqueles que necessariamente não são maus, mas não se
preocupam com a própria vida e muito menos se ocupa de coisas úteis, terão de
sofrer por aquilo de bom que deixaram de fazer. Mas eles também tem o desejo de
amenizar seus sofrimentos; ainda não o fazem porque a vontade verdadeira ainda
esta longe de ser conseguida. Citamos como exemplo uma pessoa que prefere morar
sob viaduto, ponte, marquise, pedindo esmolas do que trabalhar para saírem da
situação em que se encontram.
Há Espíritos
desencarnados que têm consciência que são maus e agravam sua situação
prolongando seu estado de inferioridade desviando os homens que seguem um bom
caminho.
Esses são
aqueles de arrependimento tardio.
Não podemos
esquecer que nem todo arrependimento vem do âmago de alma, portanto, alguns
podem se deixar levar para o caminho do mal pelas influências de Espíritos mais
atrasados.
Existem
Espíritos bastante inferiores que aceitam e acolhem as preces que são feitas em
seus benefícios e ha outros mais esclarecidos que são dotados de um
endurecimento e de um cinismo enorme. Os Espíritos, na questão 997 do LE, nos
esclarecem que “a prece só tem efeito em favor do Espírito que se arrepende”.
Aquele que permanece no orgulho, com o coração revoltado contra Deus e
persistindo nos seus erros, com certeza não recebem as benesses da prece, até o
dia de seu arrependimento sincero.
“A expiação se
cumpre na existência corpórea, através das provas a que o Espírito é submetido,
e na vida espiritual pelos sofrimentos morais decorrentes do seu estado de
inferioridade” (O Livro dos Espíritos - Allan Kardec, Questão 998)
Não basta o
Espírito se arrepender sinceramente do mal praticado, se esse arrependimento
não estiver acompanhado de boas obras. Todo, ato mal deve ser reparado.
Podemos a partir
desta vida resgatar nossas faltas, mas não podemos esquecer que “o mal não é
reparado senão pelo bem, e a reparação não tem mérito algum se não atingir o
homem no seu orgulho ou nos interesses materiais“ (O Livro dos Espíritos - Allan Kardec, questão 1000).
Segundo Martins
Peralva no livro “O Pensamento de Emmanuel”, Cap. 37, “em sã consciência,
nenhum espírita esclarecido julgar-se-á isento de experiências reabilitadoras
sob alegação, doutrinariamente inconsistente, de que “se arrependeu do mal
praticado” e, por tal motivo, justificado está perante as leis divinas"
Completando esse
capítulo, ele nos diz que devemos levar em conta quatro pontos essenciais, a
saber:
a) Reconhecer
com humildade, o erro cometido.
b) Não
reproduzi-lo ou, pelo menos, tudo fazer no sentido de evitar sua repetição.
c) Ajudar
aqueles a quem ferimos.
d) Sustentar-nos
na fé e no trabalho, a fim de que a reabilitação se dê, gloriosa e sublime, uma
vez que, indubitavelmente, o trabalho e a fé são avanços de sustentação das
almas enfraquecidas.
Livro: Curso Básico de Espiritismo – 2º
Ano FEESP
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