terça-feira, 1 de outubro de 2013

Tarefas

Gostarias de servir, guindado porém, aos altos postos, e dirimirias muitas dificuldades, Solvendo os aflitivos problemas que esmagam o povo.
Preferirias atuar em relevantes compromissos, onde a própria atividade se convertesse em repressão ao crime de todos os matizes.
Desejarias abraçar missões especiais, no mundo das pesquisas científicas ou no campo das ciências sociais, abrindo horizontes claros para a Coletividade.
Pretenderias o trabalho nas altas esferas religiosas, comentando as necessidades das massas junto aos administradores do mundo e sugerindo roteiros iluminativos quanto libertadores.
Estimarias a liderança na Coletividade favorecido pelos recursos que enxergas nos outros, e lamentas serem inúteis onde se encontram...
No entanto, não sabes as lutas das posições frontais.
Desconheces, talvez, que todos eles, Convidados pelas leis a atenderem as dificuldades dos outros homens, são, igualmente, homens em dificuldade.
Atormentam-se, sofrem, choram e vivem com a máscara sobre o nariz, conforme os figurinos da política infeliz ou os modelos da cultura em abastardamento.
Lutam contra máquinas emperradas e odiosas.
Muitas vezes são vencidos.
Alçaram-se às culminâncias do poder sem base para os pés.
São iguais a ti mesmo.
A posição de relevo não faz o caráter reto.
A mudança de governo não opera repentina mudança de moral.
O problema social é mais complexo do que parece.
Podes, todavia, muito fazer. Não de cima, mas de onde te encontras.
O suntuoso palácio subalterniza-se ao alicerce que serve de apoio à construção.
Se o sacerdócio que anelas não te alcança o ideal, recorda que o lar é a escola da iniciação primeira para qualquer investidura.
Todos aqueles que se notabilizaram, no mundo, passaram pelas mãos anônimas do domicílio familiar, onde se apagaram os pais e os mestres na extensão de sacrifícios grandiosos e desconhecidos.
A ferramenta humilde que rasga o solo onde repousará o monumento é irmã do buril que talhou a pedra.
A enxada gentil que prepara a terra é companheira da pena que sanciona as leis agrárias de justa distribuição de terrenos.
Todas as tarefas do bem são ministérios divinos em que devemos empenhar a vitalidade, sem esmorecimento nem reclamação.
Sem as mãos da humilde cozinheira, as mãos do sábio não poderiam movimentar o progresso humano...
Cumpre, pois, o dever que te cabe, com a alma em prece, e embora não sejas notado na Terra, demorando-te desconhecido, recorda que Jesus, até agora, é o Grande Servidor Anônimo, a ensinar-nos que a maior honra da vida é o privilégio de ajudar e passar adiante, servindo sempre e sem cansaço.
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco
Livro: SOS Família.

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