0132/LE
O objetivo da
reencarnação do Espírito é o seu despertamento. Tudo que sai das mãos de Deus
conduz latentes valores imortais. O tempo encarregar-se-á de formar meios e
angariar métodos de acordar as almas para que elas sintam suas necessidades de
progredir e de amar.
O que chamamos
de perfeição são os talentos que Deus nos deu por misericórdia, aflorados e
iluminados por inúmeras experiências de vivência, frente a frente com múltiplos
problemas, dores e sacrifícios, na extensão de vidas sem conta, na argamassa da
carne. Deus nos impôs a reencarnação para no mostrar o que temos de fazer para
nós mesmos. Aquilo que devemos fazer, não podemos passar para outro; cabe-nos
enfrentar os nossos deveres com a disposição que a fé nos faculta. O nosso Pai
Celestial nunca se esqueceu da Sua paternidade, desde os primeiros momentos da
criação, até aos Espíritos puros que o cercam dispostos a fazer a Sua vontade.
Os Espíritos se
originam do mesmo princípio único, tocados com o mesmo amor pela Divindade. A
justiça de Deus é perfeita em todos os rumos da Sua sabedoria, e neste entendimento
é que os seres criados passam pelos mesmos processos de despertamento espiritual,
mas, com reações diversas. O ponto de saída e chegada é o mesmo para todos os Seus
filhos. As diferenças que encontramos de alma para alma, de homem para homem,
já deves ter deduzido, é a idade de cada ser, na pauta das suas existências.
Quanto, ao que muitos escritores espiritualistas dizem, que uns sofrem e outros
não, na ascensão que deviam conquistar, é opinião falsa, por não encontrar
ressonância na justiça do Todo-Poderoso. Se nasceram todos simples e ignorantes
todos foram às escolas, onde os ensinamentos são os mesmos e idênticas às
necessidades. Mesmo que as modalidades de aprendizagem sejam diversas, no fim,
a soma de trabalhos, dores e sacrifícios, de esforços individuais para aquisição
dos poderes, é a mesma, em busca das trilhas de libertação dos seus valores
morais e espirituais.
No princípio
recebemos de mãos generosas o apoio correspondente às nossas necessidades que,
quando adultos passamos a doar aos que se encontram na nossa retaguarda, como
compensação pelo que recebemos. Essa é uma lei: nada fica sem resposta na vida.
Tudo que existe, toma forma, perde a forma e torna a tomar corpo. E a alma não
pode fugir dessa lei universal, porque a reencarnação nos favorece o
crescimento espiritual mais rápido. Somos, por assim dizer, agredidos pela
matéria, e dessa agressão acordamos cada vez mais para o Amor, especulando em
todos os sentidos para aquisição da sabedoria. Bendita seja a reencarnação, que
nos aprimora e que nos eleva, dando-nos a entender que não existe a morte.
Livro: Filosofia
Espírita – Vol. III
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
132. Qual o
objetivo da encarnação dos Espíritos?
Deus lhes impõe
a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação;
para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas
as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda
outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte
que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o
Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim
de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que,
concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.
Allan Kardec.: A
ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na Sua
sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e
de se aproximar Dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se
encadeia, tudo é solidário na Natureza.
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