0013 / LE
As qualidades de
Deus são marcadas pelas nossas comparações pálidas, por não haverem outras em
que possamos nos apoiar. Sujeitamos o Senhor às nossas fracas deduções em
confronto com os nossos dons, colocando o nosso Pai Celestial dotado das nossas
faculdades altamente aprimoradas.
Que Ele nos
perdoe as comparações.
Quando falamos
que Deus é a Suprema Inteligência, é porque não encontramos recursos na
linguagem para destacá-lO de outra forma.
Inteligência e
razão ainda são posses do Espírito comum; o Criador está acima de todas as
colocações humanas, e mesmo espirituais, do nosso plano.
Quando falamos
que Deus é Amor, certamente estamos diminuindo o Grande Foco de Luz que nos
sustenta todos. O amor é um dos seus atributos; Ele é muito mais que o amor.
Ele é, pois, o Incomparável.
A ansiedade dos
homens em conhecer Deus, seus atributos, sua intimidade, é impulso dos
primeiros passos da criatura na escala evolutiva, e isso vai se arrefecendo de
acordo com a seqüência do despertar espiritual; não que os Espíritos percam a
vontade de conhecê-lo, pelo contrário: o que perdem é o interesse de passar dos
limites das suas forças. Não desejando contrariar as leis, cumprem os seus
deveres e esperam a sábia vontade dAquele que tudo conhece pela onisciência dos
seus valores.
A magnitude de
Deus ofusca todas as luzes e a sua bondade inspira todas as bondades do
universo; o seu amor alimenta todo o amor da criação e o seu trabalho é o
exemplo que deveremos operar constantemente.
É muito bom
falar de Deus, pensar em Deus e, se for o caso, escrever sobre Deus, porque é
neste ambiente que passamos a conhecê-lo melhor e respeitá-lo condignamente.
Enquanto assim
agimos, estamos condicionando idéias elevadas acerca da sua inconfundível
personalidade. Este exercício é de alto valor para a nossa integração com a
Divindade, pois se processa uma operação de seleção de valores nas nossas
intimidades, como no íntimo de quem, porventura, nos ouvir ou ler.
É tempo que o
próprio tempo aperfeiçoará nas bênçãos do Comandante Maior.
Uma coisa
falamos com muita alegria: que as sementes dos atributos do Criador se
encontram plantadas nas nossas consciências, na profundidade do nosso ser e, se
assim podemos dizer, a força do progresso se encarregará de despertá-las para a
luz e fazê-las crescerem para a fonte de onde vieram.
Ninguém foge
desses caminhos delineados pela Grande Vida. A área da nossa liberdade é muito
pequena para sabermos o de que verdadeiramente precisamos; tudo obedece à
vontade dAquele que nos criou, tudo vem dEle e vai para o seu seio fecundo e
celestial.
Quem deseja
analisar a capacidade de Deus, que observe a sua criação, a harmonia e a
mecânica do Universo. Tudo é luz na sua feição divina, mesmo o que pensamos ser
treva, por nos faltarem dons desenvolvidos na busca da intimidade das coisas.
Oh! Homens que
caminhais conosco, se quereis viver felizes, deixai despertar as luzes que
existem em vossos corações, na conjuntura das vossas forças, agradecendo à
Divindade e tomando as mãos do Cristo, que Ele vos libertará!
Sejamos fortes
na educação de nós mesmos todos os dias, porque é na persistência do trabalho e
no esforço do dever, que beijamos as flores da sabedoria como se fossem a face
do Criador, nos dignando para um novo amanhecer.
Livro: Filosofia
Espírita – Vol. I
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
13. Quando
dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente,
soberanamente justo e bom, temos idéia completa de Seus atributos?
Do vosso ponto
de vista, sim, porque credes abranger tudo. Sabei, porém, que há coisas que
estão acima da inteligência do homem mais inteligente, as quais a vossa
linguagem, restrita às vossas idéias e sensações, não tem meios de exprimir. A
razão, com efeito, vos diz que Deus deve possuir em grau supremo essas
perfeições, porquanto, se uma Lhe faltasse, ou não fosse infinita, já Ele não
seria superior a tudo, não seria, por conseguinte, Deus. Para estar acima de
todas as coisas, Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de
qualquer das imperfeições que a imaginação possa conceber.
A.K.: Deus é
eterno. Se tivesse tido princípio, teria saído do nada, ou, então, também teria
sido criado, por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos
ao infinito e à eternidade.
É imutável. Se
estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo nenhuma estabilidade
teriam.
É imaterial.
Quer isto dizer que a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De
outro modo, ele não seria imutável, porque estaria sujeito às transformações da
matéria.
É único. Se
muitos Deuses houvesse, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder na
ordenação do Universo.
É onipotente.
Ele o é, porque é único. Se não dispusesse do soberano poder, algo haveria mais
poderoso ou tão poderoso quanto ele, que então não teria feito todas as coisas. As que não
houvesse feito seriam obra de outro Deus.
É soberanamente
justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela, assim nas
mais pequeninas coisas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite se
duvide nem da justiça nem da bondade de Deus.
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