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Esses Espíritos
fazem parte de uma categoria que mais se preocupa com o bem, usando de todas as
forças e recursos para ajudar os outros; alimentam a ternura para com seus
companheiros e não se esquecem de exercitar o perdão, ainda que encontrem, a princípio,
dificuldades para praticá-lo nas faltas cometidas contra si. Quando animam um
corpo físico, fazem todo o empenho em promover encontros, para que o bem se
espalhe e os homens compreendam o valor da fraternidade. Em um confronto entre
seus familiares e outros que não fazem parte de seu convívio familiar, muitas
vezes a bondade os leva à convivência com os primeiros, embora sofram com a
decisão. São altamente sensíveis, sofrendo com os sofredores, sentindo-se ainda
incapazes de contrariar as pessoas que amam.
Conforme o seu
grau evolutivo, o Espírito bom conhece um pouco de ciência e entende da
filosofia da vida imortal, abraçando a bondade como sendo a chave da sua
libertação. Embora não consiga desprender definitivamente do objeto que ama,
sente-se bem fazendo o bem e é consciente da necessidade de amar cada vez mais.
Compreende a existência de Deus e conhece Suas leis poderosas e sábias;
respeitam, de forma evidente, os direitos dos outros, embora ainda reaja quando
os seus direitos sejam invadidos por eles. Arrependem sinceramente quando erra
e reflete, por muito tempo, sobre as faltas por ele cometidas, esforçando-se
para repará-las.
O Espírito bom é
manso por natureza, e nunca usa a energia brusca com seus companheiros que
precisam ouvir a verdade, evitando servir de instrumento de corrigenda. Muitas
vezes, silencia para não ferir aqueles que se sentem contrariados em suas
ações. Já esqueceu o orgulho e o egoísmo, embora surjam, por vezes, em seu
íntimo, dúvidas quanto ao próprio comportamento.
Esses Espíritos
estão a caminho do amadurecimento espiritual, buscando verdadeiramente a
felicidade, o que depende do tempo e do esforço constante nas lides do amor.
Como Espíritos bons, não estão completamente desmaterializados alguns têm laços
presos aos interesses materiais, com ligações ainda a hábitos corriqueiros, embora
não sejam portadores de vícios nem tampouco sintam prazer em prejudicar os
outros. Têm prazer em exercitar a caridade e ajudar os que passam por seus
caminhos, entendendo que a felicidade está nesta atividade benevolente, embora
sintam ainda maior prazer ao fazê-lo por aqueles mais fortemente ligados a si.
Os bons
Espíritos já se encontram em escala de muito valor moral e se esforçam para conhecer
a ciência mais profunda, integrando se no Amor, que desconhece restrições de raça,
cor e pátria, buscando, assim, universalizar os seus sentimentos. São os
comumente identificados por Santos, Gênios, Protetores ou Guias, que se
espalham por todo o universo,
com profundas e sinceras intenções de
ajudar seus protegidos, dentro da segurança que aprenderam a respeitar.
Livro:
Filosofia Espírita - III
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O Livro
dos Espíritos – Allan Kardec
Segunda ordem –
Bons Espíritos
A.K.: 107.
CARACTERES GERAIS - Predominância do Espírito sobre a matéria; desejo do bem.
Suas qualidades e poderes para o bem estão em relação com o grau de
adiantamento que hajam alcançado; uns têm a ciência,outros a sabedoria e a
bondade. Os mais reúnem o saber às qualidades morais. Não estando ainda
completamente desmaterializados, conservam mais ou menos, conforme a categoria
que ocupem, os traços da existência corporal, assim na forma da linguagem, como
nos hábitos, entre os quais se descobrem mesmo algumas de suas manias. De outro
modo, seriam Espíritos perfeitos.
Compreendem Deus
e o infinito e já gozam da felicidade dos bons. São felizes pelo bem que fazem
e pelo mal que impedem. O amor que os une lhes é fonte de inefável ventura, que
não tem a perturbá-la nem a inveja, nem os remorsos, nem nenhuma das más
paixões que constituem o tormento dos Espíritos imperfeitos. Todos, entretanto,
ainda têm que passar por provas, até que atinjam a perfeição.
Como Espíritos,
suscitam bons pensamentos, desviam os homens da senda do mal, protegem na vida
os que se lhes mostram dignos de proteção e neutralizam a influência dos
Espíritos imperfeitos sobre aqueles a quem não é grato sofrê-la.
Quando
encarnados, são bondosos e benevolentes com os seus semelhantes. Não os movem o
orgulho, nem o egoísmo, ou a ambição. Não experimentam ódio, rancor, inveja ou
ciúme e fazem o bem pelo bem.
A esta ordem
pertencem os Espíritos designados, nas crenças vulgares, pelos nomes de bons
gênios, gênios protetores, Espíritos do bem. Em épocas de superstições e de
ignorância, eles hão sido elevados à categoria de divindades benfazejas.
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