As revelações
dos Espíritos convidam naturalmente a ideais mais elevados, a propósitos mais
edificantes.
Para as
inteligências realmente dispostas à renunciação da animalidade, são elas
sublime incentivo à renovação interior, modificando a estrutura fluídica do
ambiente mental que lhes é próprio.
Se a civilização
exige o desbravamento da mata virgem, para que cidades educadas surjam sobre o
solo e para que estradas se rasguem soberanas, é indispensável a eliminação de
todos os obstáculos, à custa do sacrifício daqueles que devotam ao apostolado do
progresso.
A Humanidade
atual, em seu aspecto coletivo, considerada mentalmente, ainda é a floresta
escura, povoada de monstruosidades.
Se nos
fundamentos evolutivos da organização planetária encontramos os animais pré-históricos,
oferecendo a predominância do peso e da ferocidade sobre quaisquer outros característicos,
nos alicerces da civilização do espírito ainda perseveram os grandes monstros
do pensamento, constituídos por energias fluídicas, emanadas dos centros de inteligência
que lhes oferecem origem.
Temos, assim,
dominando ainda a formação sentimental do mundo, os mamutes da ignorância, os
megatérios da usura, os iguanodontes da vaidade ou os dinossauros da vingança,
da barbárie, da inveja ou da ira.
As energias
mentais do habitantes da Terra tecem o envoltório que os retém à superfície do
Globo. Raros são aqueles cuja mente vara o teto sombrio com os raios de luz dos
sentimentos sublimados que lhes fulguram no templo íntimo.
O pensamento é o
gerador dos infracorpúsculos ou das linhas de força do mundo subatômico,
criador de correntes de bem ou de mal, grandeza ou decadência, vida ou morte,
segundo a vontade que o exterioriza e dirige. E a moradia dos homens ainda está
mergulhada em fluidos ou em pensamentos vivos e semicondensados de estreiteza espiritual,
brutalidade, angústia, incompreensão, rudeza, preguiça, má-vontade, egoísmo, injustiça,
crueldade, separação, discórdia, indiferença, ódio, sombra e miséria...
Com a
demonstração da sobrevivência da alma, porém, a consciência humana adquire domínio
sobre as trevas do instinto, controlando a corrente dos desejos e dos impulsos,
soerguendo as aspirações da criatura para níveis mais altos.
Os corações
despertados para a verdade começam a entender as linhas eternas da justiça e do
bem. A voz do Cristo é ouvida sob nova expressão na mais profunda acústica da
alma.
Quem acorda
converte-se num ponto de luz no serro denso da Humanidade, passando a produzir
fluidos ou forças de regeneração e redenção, iluminando o plano mental da Terra
para a conquista da vida cósmica no grande futuro.
Em verdade,
pois, nobre é a missão do Espiritismo, descortinando a grandeza da universalidade
divina à acanhada visão terrestre; no entanto, muito maior é muito mais sublime
é a missão do nosso ideal santificante com Jesus para o engrandecimento da própria
Terra, a fim de que o Planeta se divinize para o Reino do Amor Universal.
Livro: Roteiro.
Emmanuel / Chico
Xavier.
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