Existir
significa ter vida, fazer parte do Universo, contribuir para a harmonia do
Cosmos.
A existência
humana é uma síntese de múltiplas experiências evolutivas, trabalhadas pelo
tempo através de automatismos que se transformam em instintos e se transmudam
nas elevadas expressões do sentimento e da razão.
À medida que os
automatismos biológicos se convertem em impulsos dirigidos — ressalvados alguns
que permanecerão sem a contribuição da consciência — o ser psicológico passa a
sobressair, conduzindo, de início, a carga dos atavismos que deverão ser
remanejados, diluindo aqueles de natureza perturbadora e aprimorando
aqueloutros que se transformarão em fontes de alegria, de prazer e de paz...
Simultaneamente,
a razão abandona as brumas da ignorância que a entorpece — qual cascalho que
envolve a gema preciosa — e se delineiam objetivos e sentido existencial enquanto
não surge essa necessidade, o primarismo predomina, e o ser, não obstante em
estágio de humanidade, apenas reage, sem saber agir; ambiciona sem discernir
para que; agride ou deprime-se, por desconhecer o valor da luta saudável,
sempre desafiadora para a conquista do progresso. Somente então, surgem as
interrogações que fazem parte da busca do sentido existencial: a) para que viver? b) por que lutar? c) como
desenvolver essa capacidade de perseverar até alcançar a meta?
A vida é
inerente a tudo, e tentar explicar-lhe a causa, o motivo do Primeiro Movimento
que lhe deu origem, é perder-se em elucubrações filosóficas e religiosas
desnecessárias. Aceitar-lhe a realidade sem discussão, que se apresenta como
fuga psicológica para o seu enfrentamento, é o primeiro passo.
Vive-se, e isso
é incontestável. Negá-lo, significa anular-se, anestesiar a capacidade de
pensar.
Viver da melhor
forma possível é o desafio imediato. Viver bem — desfrutando dos recursos que a
Natureza e a inteligência proporcionam — para bem viver — realizações internas
com o desenvolvimento ético adequado, que proporcionam bem-estar interior —,
eis a razão por que lutar.
Tal conquista
sempre se consegue mediante o esforço da não aceitação comodista, partindo-se
para a luta de crescimento pessoal e de transformação ambiental, que facultam a
existência feliz.
O próprio
esforço, na mínima realização vitoriosa, contribui para o favorecimento da
capacidade de se prosseguir conquistando as metas que, ao serem alcançadas,
oferecem outras novas, que podem proporcionar melhores condições de plenitude e
de integração na Consciência Cósmica.
Cada etapa
vencida, portanto, mais capacita o ser para as porvindouras que lhe cumpre
conquistar. Experimentada uma vitória, surgem motivações especiais para o
prosseguimento das lutas que acenam conquistas mais significativas,
particularmente no íntimo, quando o ser psicológico desabrocha e predomina
sobre o conjunto fisiológico.
Livro: Amor, Imbatível
Amor.
Joanna de
Ângelis / Divaldo Franco.
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