quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

AMOR UNIVERSAL - Miramez

0205/LE  
A doutrina da reencarnação não se afigura como destruidora dos laços de família. Pelo contrário, ela, como lei que vigora em todos os mundos onde os Espíritos reencarnam, alicerça a verdadeira fraternidade, por alimentar o amor universal entre todas as criaturas.
Cultivar o amor somente entre os ancestrais, oferecer atenção somente àqueles com os quais convivemos, amar só os nossos familiares a consciência em Cristo nos diz que reforça o egoísmo e o próprio orgulho, não só dos que nos acompanham como, igualmente, de toda uma raça.
A lei da reencarnação é divina por eliminar os limites de onde poderemos viver. Negá-la é desconhecer Jesus, que nos pede para amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, e acrescentamos: amar a todos e a tudo, pois, se a criação vem de Deus, somos todos irmãos, na graça e misericórdia do Senhor.
O princípio das vidas sucessivas nunca destrói os lares; ele os distende ao infinito e se forma na Terra uma única família para que tenhamos oportunidade de exercitar o amor; sem a reencarnação, não há condições de se estender o amor além das fronteiras do lar. Mas, com o tempo, as almas vão crescendo e percebendo, que precisam umas das outras, mesmo que se encontrem distantes. Basta ao homem olhar o que come, o que usa e o que não foi feito por suas próprias mãos nem pelos seus familiares e que, por vezes, vieram de fora, de outras nações. Façamos como o ar e as águas, que desconhecem barreiras de estados e nações, levando o conforto e a alegria onde quer que seja. Imitemos o sol: a sua luz se divide, manifestando saúde e doando vida onde pode alcançar para servir.
O conhecimento das vidas múltiplas destrói a importância exagerada que dispensamos aos nossos parentes, porque pode nos levar a nascer em vários lugares, percebendo, por intuição na recordação silenciosa, que a vida é amor, aquele amor que não se transforma em exigências, que não se vende e nem se compra, força criadora de harmonia e de paz, trabalhando no soerguimento de todos os caídos, por prazer de servir.
A falsa idéia de sangue real é que faz muitos negarem a reencarnação. O apego às heranças é embaraço para se crer que nascemos tantas vezes quantas forem necessárias; contudo, Deus não nos pediu opinião para fazer as leis que correspondem às nossas necessidades de despertamento espiritual. Quem ainda não deseja entender a lei da reencarnação esteja certo de que o tempo se encarregará dele e a escola das vidas sucessivas ensinará que essa lei, como dogma divino, é para o seu próprio bem, porque nos ajuda a entender e vivenciar o amor universal.
Trocamos os muitos corpos na nossa caminhada, para que possamos abolir o carma, corrigindo erros e ampliando nossos conhecimentos sobre a vida que continua em todas as direções do existir. Quem deseja ser livre haverá de conhecer a verdade, assim nos diz Nosso Senhor Jesus Cristo. Deus não consulta a vaidade dos homens para formular leis no universo, repetimos.
Quem não pôde ainda conceber a lei da reencarnação, como bênção de Deus em nosso favor, que medite sobre ela, que ore pedindo inspiração. O céu nunca foi pobre de conhecimentos, principalmente no que tange à libertação dos Espíritos. Para derrubar o passado, não basta alguns segundos de arrependimento. O arrependimento na reforma interna, pelo amor e pela caridade, pelo trabalho e pela compreensão. Tudo que possamos ver e sentir, troca de formas periodicamente, porque a vida é movimento, sendo que é a mesma luz divina que move as formas que cada vez mais ascendem para a luz da verdade.
Quem nasce, renasce; esta é a lei.
Livro: Filosofia Espírita – Vol. V
Miramez / Joao Nunes Maia.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Parentesco, filiação
205. A algumas pessoas a doutrina da reencarnação se afigura destruidora dos laços de família, com o fazê-los anteriores à existência atual ?
Ela os distende; não os destrói. Fundando-se o parentesco em afeições anteriores, menos precários são os laços existentes entre os membros de uma mesma família. Essa doutrina amplia os deveres da fraternidade, porquanto, no vosso vizinho, ou no vosso servo, pode achar-se um Espírito a quem tenhais estado presos pelos laços da consangüinidade.
205a) - Ela, no entanto, diminui a importância que alguns dão à genealogia, visto que qualquer pode ter tido por pai um Espírito que haja pertencido a outra raça, ou que haja vivido em condição muito diversa.?
É exato; mas essa importância assenta no orgulho. Os títulos, a categoria social, a riqueza, eis o que esses tais veneram nos seus antepassados. Um, que coraria de contar, como ascendente, honrado sapateiro, orgulhar-se-ia de descender de um gentil-homem devasso. Digam, porém, o que disserem, ou façam o que fizerem, não obstarão a que as coisas sejam como são, que não foi consultando-lhes a vaidade que Deus formulou as leis da Natureza.

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