O saber se
aninha na cúpula das qualidades enobrecedoras da alma. Ele deixa extravasar a
essência da vida, falando mesmo nos seus rudimentos, da existência de Deus.
A inteligência é
a faculdade de executar as ordens do raciocínio e, quando iluminada pelo amor,
obedece à vigilância do coração. A ciência terrena, há milhares de anos,
procura a inteligência nas secreções da matéria. Não encontrando, até hoje,
recusa-se a buscá-la em outras fontes. A natureza divina reserva para o futuro
a revelação oficial, aos homens de saber, de onde vem a inteligência.
Nesse momento,
as portas se abrirão rumo a outras conquistas, interligadas por afinidades a
essa verdade.
O mundo caminha
pela força do progresso. A coletividade avança nos mesmos paralelos, não
havendo regressão. Somente esperamos o melhor, por ser Deus a suprema majestade
da justiça e do amor. Os conhecimentos de um espírito são frutos de longos evos
na noite da eternidade. O desabrochar da alma deu-se com a garantia de milênios
sem conta, e o alvorecer do dia eterno, que jamais terá sombra, se aproxima,
para a felicidade de quem o conquistou, sob a égide de Deus.
Somos herdeiros
de tudo e de todo o bem. dependendo da chancela do tempo e dos intervalos do
espaço que nos faz compreender o valor da vida, o porquê dos problemas, da dor
e dos sacrifícios. Avancemos, homens e espíritos livres da carne, pertencentes
à Terra. Somos os mesmos em faixas diferentes, uns ajudando os outros para que
completemos os nossos ideais diante dos nossos compromissos. É falsa a idéia de
que, ao desencarnarmos, ingressamos no paraíso, na orquestração dos anjos. Só
não é falsa quando a conquistamos pela consciência, na arte prodigiosa da
maturidade espiritual.
O céu é
verdadeiro quando, em primeiro lugar, vigora intimamente, como lei
eletrostática que atrai o semelhante por frequências iguais.
A inteligência é
um acervo de qualidades inerentes à alma, que já passou por variados processos
evolutivos. É uma explosão racional da criatura para analisar a criação. E o
homem inteligente não tem tempo a perder com ilusões por demais passageiras.
Busca a
auto-educação das forças mentais, corrige os impulsos que não favorecem as
tendências do Evangelho, e não descansa enquanto a disciplina não fizer parte
da família dos valores imortais do coração.
As vezes,
parece-nos exagerada a filosofia das mensagens que nos levam à educação. Por
ventura não seria melhor, mas bem melhor, mais praticarmos do que falarmos e
escrevermos? Certamente que sim. Contudo, a própria natureza nos deixa crer,
pela força da lei, que a teoria tem preferência na construção de todo e
qualquer empreendimento e, para nós, a maior construção na Terra é a reforma do
homem. A teoria é o princípio de toda a criação da inteligência, para depois
passarmos por outras vias de consolidação.
Escutando, vendo
e lendo é que o raciocínio se aperfeiçoa, selecionando o que deve ou não fazer,
o que precisa ou não aceitar. Colidindo com as dificuldades, é que nós nos
lembramos das teorias referentes a elas, e armamo-nos de esperanças para vencê-las.
Quando somos
atacados pela maldade, nos apoiamos naquilo que já ouvimos no trato com o
perdão e alegramo-nos com a idéia de esquecermos as faltas. Perseguidos pelo
ódio, é que vamos atrás da filosofia do amor, refratada nos sentimentos, pois
ela, em si, assegura a felicidade.
Teoria e prática
estão alinhavadas, como edifício e base. Uma depende da outra.
A crista da
inteligência é o esplendor das virtudes, é a conquista do homem no terreno das
emoções, é a luz de Cristo que já expulsou todas as trevas da razão e as
sombras da sensibilidade.
Vós que estais
lendo esta mensagem, esforçai-vos para fazê-lo, como, se estivésseis expelindo
radiações de otimismo, pêlos condutos do verbo. Vós que estais ouvindo, fazei
como se respirásseis o ar mais puro do ambiente que vos envolve, alimentando,
com expressão de alegria, todo o cosmo orgânico faminto de paz e de luz.
Exercitai e
vereis como é bom usar a inteligência aliada à teoria, no enriquecimento da própria vida.
Livro:
Horizontes da Mente.
Miramez
/ João Nunes Maia.
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