Há, no homem,
sempre presente, um imenso desejo de repousar, espairecer, sair do trabalho,
refazer energias.
Programas de
férias se sucedem em todas as quadras do ano, com excursões, esportes,
divertimentos.
Quem reside nos
campos deseja viajar às cidades; quem trabalha nas montanhas busca as praias;
quem vive nos trópicos anela pelo frio e as recíprocas são verdadeiras.
A febre das viagens
toma conta das criaturas.
Aquele que as
não realiza, sente-se diminuído, marginalizado, sem status social.
Por extensão,
todos desejam realizar o seu plano alternativo de espairecimento e descanso.
Um grande número
se entrega a trabalhos esfalfantes durante o ano para economizar e realizar o
seu sonho nas férias.
Labora até a
exaustão, assume compromissos para pagar depois, a expensas de juros
escorchantes no resgate penoso, a fim de gozar hoje.
Comenta-se sobre
as facilidades para viajar, as vantagens, e tudo são apenas palavras.
Trata-se de um
modismo.
Com raras
exceções, as viagens são penosas e as excursões exaustivas.
Pouco repouso e
muito incômodo. As alegrias e entusiasmos do começo emurchessem à medida que
passam os dias, substituídos pelo sono irregular, pelas indisposições, pelas
horas intérminas de espera em hotéis abarrotados, com serviços deficientes e
outros percalços.
A propaganda bem
apresentada fala da exceléncia de tudo, que a realidade demonstra não ser
verdade.
Na ocasião do
retorno, quando não acontecem problemas muito comuns em tais ocasiões,
recompõem-se as aparências a fim de impressionar aqueles que ficaram, e os
comentários exagerados afloram aos lábios sorridentes dos felizardos, que agora
partem para a faina de regularizar ou recuperar os gastos, cansando-se muito
mais.
* * *
Toda mudança de
atividade faculta renovação de energias e dá novas motivações.
Um bom balanço
de labores define quais as opções de que se dispõe como alternativas para o
bem-estar.
O homem
necessita, sem dúvida, de férias, de repouso, de espairecimento, que lhe
proporcionam alegrias e refazimento para prosseguir trabalhando.
Expedientes
excitantes, planos extravagantes, movimentação contínua e horários
preestabelecidos constituem esforços desnecessários, com desperdício de
energias.
A preocupação
com trajes, a aparência, o tormento das compras de novidades e lembranças,
exaurem o sistema nervoso, que se desgoverna, gerando irritação e mau humor.
* * *
Jesus comentou
que “o Pai até hoje trabalha” e Ele “também trabalha”.
O trabalho é lei
da vida, tanto quanto o é o repouso. Este, porém, não é paralisação,
ociosidade, nem corrida da busca de coisa-nenhuma.
Como repouso
entenda-se tranqüilidade interior, recuperação de forças, conquista de
otimismo, estar de bem com a vida.
Proporcionar-se
relaxação, leitura agradavel esporte sadio, convivência com pessoas
experientes, joviais, alegres, sem ruídos, viajar em calma para tomar contato
com outros lugares, costumes, indivíduos, sem pressa, constituem método eficaz
para um bem utilizado repouso.
Igualmente,
meditar, no próprio lar; orar, buscando sintonia com as nascentes do pensamento
superior; confraternizar com os sofredores, confortando-os e ajudando-os;
asserenar-se, escutando melodias de profundo conteúdo emocional, são recursos
valiosos e técnicas de repouso que podem ser aplicados em qualquer lugar, nas
horas possíveis.
Basta entrar no
quarto, fechar a porta e conversar com Deus, conforme ensinou Jesus ao
referir-se à técnica da oração. O quarto é o mundo íntimo e a porta é o acesso
ao exterior. Nesse lugar silencioso ouvirás Deus.
* * *
No teu programa
de saúde física e mental inclui o repouso como necessidade prioritária.
Cuida, porém, do
que farás como recurso repousante.
Aproveita a
ocasião para descobrires-te, conheceres-te melhor e identificar O que, em
verdade, te é indispensável, selecionando com rigor aquilo que necessitas para
uma vida saudável, abandonando ou dando menos valor aos demais.
Repouso, sim,
com ação edificante.
Livro: Jesus e
Atualidade.
Joanna de
Ângelis / Divaldo Franco.
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