0411/LE
O Espírito,
quando está parcialmente desligado da matéria, mesmo que seja em relaxamento profundo,
por vezes tem a intuição do dia da sua desencarnação, quando está preparado
para tal revelação. Muitos sabem até o dia certo, e mesmo a hora, do seu
desenlace espiritual. Isso acontece em todas as religiões e mesmo filosofias
espiritualistas.
Quem sente essa
verdade, alimenta-a, sem dúvida. Jesus foi um marco dessa prática, quando anunciou
tudo o que deveria acontecer com Ele. Além do pressentimento da morte, existem também
revelações outras, como desastres, morte de parentes e de amigos. Essa será a mediunidade
do futuro, quando as revelações nos virão pelos processos da intuição.
Não há segredos
para a alma livre, ou para a que fica livre, mesmo estando se movendo na carne.
O Espiritismo nos mostra toda as modalidades, como o Mestre fez com os
discípulos, para desenvolver ou despertar as faculdades espirituais que dormem
no centro da vida. Se pudéssemos compilar em livros todos os casos acontecidos
em todo o mundo, teríamos vários volumes, porque todos os dias acontecem em
todos os países essas revelações, como, também, de pessoas que, em estado de
catalepsia, visitaram o outro mundo, o mundo dos Espíritos, lembrando-se de
tudo o que com elas sucedeu.
O que falta à
humanidade é maturidade de consciência para se sustentar, passando a viver os ensinamentos
de Jesus, que confirma o intercâmbio entre os dois mundos, a reencarnação e, enfim,
todos os anúncios da Doutrina Espírita, que trilha junto à verdade.
Não é revelado a
todos os seres o dia da sua morte, porque criaria confusão no meio dos homens,
sem o devido preparo. Falta-lhes a educação espiritual para tal anúncio em massa.
Somente com o
tempo, os Espíritos superiores deverão usar o espaço para os avisos desta ordem.
Temos de considerar, nesta fase por que passa a humanidade, o momento de
grandes provações, quando as almas se encontram aturdidas, e seus corações crêem
e descrêem, fazem e desfazem, afirmam e negam, abençoam e amaldiçoam.
Jesus é a
firmeza da humanidade. Esse é o século da confusão, após o qual nascerá a estabilidade
nos corações aflitos. A Doutrina Espírita veio cuidar das criaturas perdidas em
ondas revoltas, e ela é capaz de conduzi-las à praia, na extensão da sua
harmonia, para que todos tenham paz no coração, e a consciência receba a
tranqüilidade que não perturba. Depois da calmaria, as revelações no sentido da
morte, nesse ou naquele dia, não vão trazer distúrbio algum à alma e, sim,
alegria, por voltar à verdadeira pátria, onde poderá encontrar, já esperando,
os velhos amigos e familiares que a precederam pelos portais do túmulo.
O Espírito,
estando desprendido da matéria, tem a sua visão expandida e seu conhecimento ampliado,
de sorte que a vida lhe aparece da existência de Deus. Isso, quando ele passa a
conhecer um pouco da verdade. Devemos idear pensamentos valiosos, meditar na
nobreza da vida, e passar a viver copiando a vida de Jesus, porque Deus nos
assiste por muitos canais, mas, na Terra, Ele se firma na personalidade do
Cristo, que flui a vida para todos nós com mais intensidade de amor. O amor é a
explosão de vida, no centro das vidas, onde domina Deus e esplende o Cristo.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume IX
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
411. Estando
desprendido da matéria e atuando como Espírito, sabe o Espírito encarnado qual
será a época de sua morte?
Acontece
pressenti-la. Também sucede ter plena consciência dessa época, o que dá lugar a
que, em estado de vigília, tenha intuição do fato. Por isso é que algumas
pessoas prevêem com grande exatidão a data em que virão a morrer.