quinta-feira, 30 de abril de 2015

CRENÇA DE MÃE – Casemiro Cunha.

 

Cria, era a sua crença: livre, fora
Da carne, pela morte a alma subia
Ao campo do infinito, sem demora,
E em nova estrela, nova tenda erguia.

Morreu-lhe o filho; e a pobre velha, agora,
Todas as tardes, mal se oculta o dia,
Senta-se à porta e, pela noite afora,
Os astros, um por um, sonda e vigia...

Uma vez perguntei-lhe, nas estrelas,
Que buscas tu, ó mãe desventurada,
Que não te cansas nunca de revê-las?!

Então, nos olhos perpassou-lhe o brilho
De uma esperança... e respondeu-me: – Nada,
Quero saber em qual está meu filho.

Livro: Antologia de Poetas Espíritas.
Clovis Ramos.

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