Se desejas
aprender a lição da indulgência, observa o raio de sol.
Dissipando a
treva noturna, desce à Terra, cada dia, recapitulando, mil vezes, o mesmo ensinamento
de serviço e de paz.
Não indaga pelas
sombras da furna.
Não teme os
vermes que se lhe associam.
Não se queixa da
corrente enfermiça que flui do despenhadeiro.
Desce, contente
e feliz, à intimidade do precipício, com a mesma radiação com que nutre fontes
e flores.
Aquece o sábio e
o ignorante, o santo e o malfeitor, os justos e os injustos, os bons e os maus,
com a mesma generosidade, dentro da qual assinala os cimos do Céu.
Ampara a erva
daninha e o bom grão, a árvore valiosa e o arbusto infeliz, com o mesmo carinho
no qual se desdobra, claro e otimista, sobre lares e asilos, escolas e templos,
hospitais e jardins.
Se a nuvem lhe
empana o caminho, espera que a nuvem se dissolva e torna a fulgurar.
Se a tempestade
agita o firmamento, aguarda a recuperação da harmonia e volta a missão do
amor...
Não te esqueças.
O mundo jaz
repleto de obstáculos da incompreensão, de tormentos do ódio, temporais de
lágrimas, provações e infortúnios.
Aqui, em vales
de sombra, medra, o escalracho da discórdia, ali, abre-se o abismo de aflitivas
desilusões. Além, multiplicam-se cardos venenosos do orgulho e do exclusivismo,
da penúria e da crueldade, e mais além, destacam-se, agressivos e contundentes,
largos espinheiros de intolerâcia...
Não perguntes,
porém, pelos impedimentos prováveis.
Não relaciones
as inquietações da marcha.
Recorda, que o
Cristo é o Sol de nossas vidas e sê para as sendas que te cercam o raio de sol
infatigável no bem, espalhando em tua passagem o júbilo da esperança
renascente, o dom imperecível da luz e a graça do perdão.
Aprendamos a
entesourar os dons da vida, respeitando os ensinamentos que o mundo nos impõe,
na certeza de que entre a humildade e o trabalho, alcançaremos, um dia, os
cimos da Luz.
Livro: Jóia.
Emmanuel e André
Luiz / Chico Xavier.
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