sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Amigos

Reunião pública de 19/10/59
Questão nº 938
À medida que avances, montanha acima, nas trilhas da evolução,  é possível que muitos de teus amigos se transformem, porque não possam ver o que vês.
É qual se o vinho capitoso surgisse transfigurado em resíduo de fel, ou como se o brilhante longamente acariciado se metamorfoseasse em pedra falsa.
Consagras-te agora à luz.
Dormitam muitos na sombra.
Escolhes hoje servir.
Demoram-se muitos reclamando o serviço alheio.
Buscas presentemente a verdade.
Afeiçoam-se muitos à máscara da ilusão.
Desapegas-te de prazeres inferiores e posses materiais.
Algemam-se muitos à egolatria.
Estranhando-te a nova atitude, quase sempre te classificam os anseios de elevação com adjetivos injuriosos.
Porque não mais te acomodas nas trevas, há entre eles quem te chame orgulhoso.
Porque conservas a humildade na luz da abnegação, há entre eles quem te chame covarde.
Porque não mais te relaciones com a mentira, há entre eles quem te chame fanático.
Porque esqueces a ti mesmo no culto do amparo a outrem, há entre eles quem te chame idiota.
Entretanto, ama-os, mesmo assim, sem exigir que te amem, cultivando o trabalho que a vida te confiou.O serviço sustentado nas tuas mãos falará, sem palavras, de teus bons propósitos a criaturas diferentes que, tangidas pelo divino amor, chegarão de outros campos em teu auxílio.
Para isso, porém, é indispensável não entres no labirinto das lamentações vinagrosas.
Censurar é ferir, e queixar-se é perder tempo.
Renuncia, pois, à satisfação da convivência com aqueles que, embora continuem amados em teu coração, não mais te comunguem as esperanças.
Se te esquecerem, perdoa.
Se te desprezarem, perdoa mais uma vez.
Se te insultarem, perdoa novamente.
Se te atacarem, perdoa sempre.
Seja qual for a maneira pela qual te apareçam, nos dias da incompreensão, ajuda-os quanto puderes.
O silêncio em serviço é uma prece que fala.
Deus, que concede à semente o refúgio da terra e a bênção da chuva para que germine, em louvor do pão, dar-te-á também outras almas, com as quais te associes para a glória do bem.
Livro: Religião dos Espíritos - 73
Emmanuel / Chico Xavier.

Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
Decepções. Ingratidão. Afeições destruídas

938. As decepções oriundas da ingratidão não serão de molde a endurecer o coração e a fechá-lo à sensibilidade?
Resposta: Fora um erro, porquanto o homem de coração, como dizes, se sente sempre feliz pelo bem que faz. Sabe que, se esse bem for esquecido nesta vida, será lembrado em outra e que o ingrato se envergonhará e terá remorsos da sua ingratidão.
938a - Mas, isso não impede que se lhe ulcere o coração. Ora, daí não poderá nascer-lhe a idéia de que seria mais feliz, se fosse menos sensível?
Resposta: Pode, se preferir a felicidade do egoísta. Triste felicidade essa! Saiba, pois, que os amigos ingratos que os abandonam não são dignos de sua amizade e que se enganou a respeito deles. Assim sendo, não há de que lamentar o tê-los perdido. Mais tarde achará outros, que saberão compreendê-lo melhor. Lastimai os que usam para convosco de um procedimento que não tenhais merecido, pois bem triste se lhes apresentará o reverso da medalha. Não vos aflijais, porém, com isso: será o meio de vos colocardes acima deles.
A.K.: A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores gozos que lhe são concedidos na Terra é o de encontrar corações que com o seu simpatizem. Dá-lhe ela, assim, as primícias da felicidade que o aguarda no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benignidade. Desse gozo está excluído o egoísta.

Aptidão e experiência

Reunião pública de 29/7/60
Questão nº 192
Queres ouvir os desencarnados, de maneira correta.
Aspiras a enxergar nos reinos do espírito, sem nenhuma ilusão.
Pretendes cultivar o intercâmbio medianimico, sem leve tisna de engano.
Estendes os braços e esperas por sublimes demonstrações.
*
Contudo, entre aptidão e experiência há sempre distância igual àquela que existe entre projeto e realidade.
Aptidão é planejamento.
Experiência é dedicação.
A aptidão aponta o professor.
A experiência faz o ensino.
A aptidão indica o tarefeiro.
A experiência cria a obra.
A aptidão sugere.
A experiência edifica.
*
Em mediunidade, qual acontece em qualquer outro serviço nobre, não há conquista-relâmpago.
Se te propões a engrandecê-la, recorda os operários obscuros da evolução que passaram no mundo, antes de ti, lutando e sofrendo para que  encontrasses o caminho melhor.
Nenhum deles ficou na estação do entusiasmo ou na porta do sonho.
O suor de semelhantes heróis anônimos transparece das leis com que te garantes, do alimento de que te nutres, da roupa que vestes, da estrada que percorres ou da casa que habitas.
Qualidade mediúnica é talento comum a todos. Mas, exercer a mediunidade como força ativa no ministério do bem é fruto da experiência de quantos lhe esposam a obrigação, por senda de disciplina e trabalho, consagrando-se, dia a dia, a estudar e servir com ela.
Livro: Seara dos Médiuns - 54
Emmanuel / Chico Xavier.
Estudando O Livro dos Médiuns – Allan Kardec.
192. 2º) Segundo o desenvolvimento da faculdade:
Médiuns novatos – Os que não têm suas faculdades completamente desenvolvidas nem possuem a experiência necessária.
Médiuns improdutivos – Os que só recebem sinais sem importância, monossílabos, traços ou letras separadas. (Ver o capítulo sobre Formação dos Médiuns)
Médiuns desenvolvidos ou formados – Os que têm suas faculdades mediúnicas completamente desenvolvidas, transmitindo as comunicações com facilidade e presteza, sem vacilações. Compreende-se que esse resultado só pode ser obtido pelo hábito, enquanto entre os médiuns novatos as comunicações são lentas e difíceis.
Médiuns lacônicos – Os que recebem facilmente as comunicações, mas breves e sem desenvolvimento.
Médiuns explícitos – Os que recebem comunicações amplas e extensas como as que se podem esperar de um escritor consumado.
Esta aptidão está relacionada com a facilidade de combinação dos fluidos. Os Espíritos os procuram para tratar de assuntos que necessitam de grande desenvolvimento.
Médiuns experimentados – A facilidade de escrever é uma questão de hábito, que geralmente se obtém em pouco tempo, enquanto a experiência resulta de estudo sério de todas as dificuldades que se apresentam na prática do Espiritismo. A experiência confere ao médium o tato necessário para apreciar a natureza dos Espíritos que se manifestam, julgar pelos menores indícios as suas qualidades boas ou más, discernir a mistificação de espíritos enganadores que se disfarçam nas aparências da verdade. Compreende-se facilmente a importância dessa qualidade, sem a qual todas as outras perdem sua utilidade real. O mal é que muitos médiuns confundem a experiência, fruto do estudo, com a aptidão que decorre apenas do organismo. Julgam-se elevados a mestres porque escrevem com facilidade, rejeitam todos os conselhos e se tornam presas de Espíritos mentirosos e hipócritas, que os apanham lisonjeando-lhe o orgulho. (Ver, adiante, o capítulo sobre Obsessão)(9)
Médiuns flexíveis – Os que têm faculdades que se prestam mais facilmente aos diversos gêneros de comunicações, e pelos quais todos ou quase todos os Espíritos podem manifestar-se, espontaneamente ou por evocação.
Esta variedade de médiuns se aproxima bastante dos médiuns sensitivos.
Médiuns exclusivos – Os que recebem de preferência determinados Espíritos, e até mesmo com a exclusão de todos os outros respondendo ele pelos que são chamados através do médium.
Trata-se sempre de falta de flexibilidade. Quando o Espírito é bom, pode ligar-se ao médium por simpatia e com finalidade louvável. Quando é mau, tem sempre em vista submeter o médium à sua dependência. É mais um defeito do que uma qualidade, e muito próximo da obsessão. (Ver o capítulo sobre Obsessão)
Médiuns de evocações – Os médiuns flexíveis são naturalmente mais convenientes para esse gênero de comunicações, mais aptas a responder às questões específicas que lhes forem propostas. Mas há, para os caso de evocação, médiuns inteiramente especiais.(10)
Suas respostas se limitam quase sempre a um quadro restrito, não servindo para o desenvolvimento de assuntos gerais.
Médiuns de ditados espontâneos – Os que recebem de preferência comunicações espontâneas de Espíritos não chamados. Quando se trata de faculdade especial, é difícil, e às vezes mesmo impossível fazer uma evocação por seu intermédio.
Não obstante, são melhor aparelhados que os da variedade anterior. Compreenda-se que a aparelhagem aqui referida é a dos elementos cerebrais, porque é freqüentemente necessária, direi mesmo sempre, uma inteligência mais desenvolvida para os ditados espontâneos do que para as evocações. Entendam-se aqui, por ditados espontâneos, os que merecem verdadeiramente essa designação, e não algumas frases incompletas ou alguns pensamentos banais que se encontram geralmente nas anotações humanas.(11)
***
(9) Essa distinção entre experiência e aptidão é da maior importância no trato da mediunidade. O médium experiente, segundo o conceito Kardeciano, dificilmente se deixa enganar pelos Espíritos mistificados, por mais sutis que estes sejam. O médium apenas apto recebe comunicação absurda, livros e até mesmo séries de livros, sem perceber que está servindo de instrumentos a influências perniciosas. Daí a necessidade imprescindível de estudo do problema mediúnico para que a aptidão mediúnica seja bem aproveitada através da experiência que só o conhecimento propicia. (N. do T.)
(10) O problema das evocações é dos mais complexos. As evocações de Kardec eram feitas para estudos. Nas sessões habituais de natureza religiosa não se fazem evocações. Como os Espíritos assinalam, na rota a essa classificação, os médiuns flexíveis servem apenas em parte. E Kardec lembra a existência de médiuns especiais para evocações, que dependem, como se vê na observação dos Espíritos ao item seguinte, de condições intelectuais mais amplas (nem sempre da encarnação atual). (N. do T.)
(11) O problema da banalidade das comunicações mediúnicas depende, como se vê, mais do médium que dos Espíritos. Os que generalizam essa acusação deviam inteirar-se das comunicações registradas na Revista Espírita e nas obras da Codificação, além de outras da literatura mediúnica, como as de Francisco Cândido Xavier. (N. do T.)

Pensando Positivo – 128

Controle as emoções.
Não permita que elas traiam a razão. Nem sempre o coração acompanha o raciocínio da lógica, e é aí que você passa a enxergar com o que está sentindo, e muitas vezes essa visão não passa de miragem.
Não se iluda, nem deixe que o iludam. Ter emoções é muito bom, é sinal de sensibilidade. Mas, coordene-as para que não o façam perder a lógica das coisas.
Ame e deixe-se amar. Emocione e deixe-se emocionar.
Porém, pense com a cabeça e não com pó coração.
Livro: Pensando Positivo
Valdemir P. Barbosa.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Vida e Destino


"Eu sou a porta das ovelhas. Todos os que vieram antes de mim, são ladrões e salteadores. Eu sou a porta: se alguém entrar, por mim, será salvo; e entrará, sairá e achara pastagem. O ladrão não vem senão furtar, matar e destruir; eu vim para que elas tenham vida e a tenham em abundância." Jesus / João X, 8-10.

A vida é uma luta acérrima, um caminhar incessante para a realização do destino. O destino é a luz que, quanto mais dela nos aproximamos, mais clareia e realça os horizontes da vida.
A vida material tem nascente e ocaso: nasce com as carícias promissoras da aurora; morre abafada nas trevas da noite!
E a vida nasce e renasce tantas vezes quantas são as areias do mar e os átomos do ar!
Na Terra imperam as alternativas: o dia estende seu luzente lençol de gaze, iluminando, aos olhos humanos, as belezas da Natureza; a noite obumbra as alegrias e as esperanças com o seu manto tenebroso.
No alto fulgem estrelas, mas se avolumam nuvens; ora, a aragem derrama fluidos nas pétalas das rosas e dos jasmins, perfumando a atmosfera; ora, estrugem os raios concentrando a seiva das plantas no caule trêmulo de terror!
Nas fases tão diversas da vida terrestre, à pureza d’alma sucedem as paixões malsãs, e, a estas, a enfermidade e a velhice acabrunhadora.
Enquanto louras crianças correm e folgam nos prados atapetados de musgos e sombreados por arvoredos, e os moços fascinados pelas grandezas e dominados pela volúpia embrenham-se nos tremedais, os velhos e desvalidos curvados ao peso dos anos e das dores, caminham para o túmulo na esperança do renascimento!
Na alegria e na tristeza, na abastança e na miséria, na velhice e na mocidade, na saúde e na enfermidade, na sabedoria e na ignorância, na vida e na morte, o Espírito pode paralisar a sua marcha ascensional para a Verdade, mas não se exime do seu destino!
Nas encostas das montanhas também raiam claridades e descem chispas luminosas.
A luz do destino projeta auroras do nascimento à morte e realça, na sua plenitude, os horizontes da Vida Eterna.
Tenhamos fé: a vida é luta acérrima para a conquista da perfeição; o destino é grandioso e acena com promissoras felicidades. Tudo caminha para a luz!
No caminho palmilhado pelo Cristo, brilham as verdades precursoras do destino; Ele é a Luz que clareia aos homens o roteiro da perfeição; nele está a Vida de todas as grandes almas; Ele é o caminho, a Verdade e a Vida; Ele nos guia para o destino e o destino é a Vida Eterna, onde reinam as mais perenes felicidades.
Tenhamos fé e caminhemos na Luz da Vida pelo caminho traçado por Jesus; Bom Pastor, ele quer que tenhamos vida, e no-la dá em abundância!
Livro: Parábolas e ensinos de Jesus
Cairbar Schutel
http://gecasadocaminhosv.blogspot.com.br

SEMELHANTES


“O homem que lisonjeia a seu próximo, arma-lhe uma rede aos passos.” Pv. 29, v. 5.

Diz, com muita propriedade, um escritor espiritual, neste lance doutrinário: “O nosso próximo é continuação de nós mesmos”.
Pois, quem lisonjeia aos outros está pisando em brasas; o adulador sempre desfigura a personalidade do adulado.
O egoísmo é pai da separação, distorce os valores da fraternidade.
Na verdade, os nossos semelhantes somos nós mesmos, em faixas diferentes, com necessidades idênticas. Quem alimentar a ideia de esquecer a humanidade, jamais o conseguirá, porque Deus está com todos.
A lisonja é um modo disfarçado de perseguir. Dificilmente encontramos alguém que não caia em suas malhas, e a porta que mais favorece a sua entrada é a vaidade, mesmo porque não poderemos, no estágio em que nos encontramos, viver sem o estímulo da importância do que fazemos.
Elogiar alguém, no momento exato e nas doses adequadas, é qual receita médica que segue as linhas do exame minucioso do clínico.
Constitui-se em esforço, em otimismo, em saúde para o Espírito que luta por um ideal elevado.
Todos temos tendências para o fanatismo. Os extremos nos atraem qual ímãs poderosos. E os ardorosos em combaterem os extremistas, em muitos casos condenam um erro que cometem, sem do mesmo se aperceberem.
Quando sentimos necessidade de estimular um companheiro, faze-o, sem que isso se transforme em interesse disfarçado.
O apoio moral aos que lutam conosco, é dever da criatura de bem.
São duas forças que te cercam, diante do teu irmão: de um lado, a lisonja e do outro a inveja. E uma tem algo da outra, sem que notemos. A razão, educada nos moldes do Mestre, é trilharmos no meio, sem nos apegarmos a nenhuma delas, usando o bom senso.
Cuidemos de policiar, igualmente, o nosso modo de ser, para que não cometamos erro maior, no exagero do amor próprio.
A exaltação de nós mesmos costuma ser inveja, ou medo de nos tornarmos menores quando elogiamos os outros.
Querer ser o que não é, é desfigurar a realidade.
A lisonja, com exagero, é uma bondade oprimida.
Livro: Tuas mãos
Médium: João Nunes Maia
Pelo Espírito Carlos

Lindas Frazes - Belegaj Frazoj 10


“Ne estas preĝo sen respondo...” – André Luiz / Chico Xavier.


"Neniam forlasu tion kion faras vin ridi" – Nekonata aŭtoro.


“Personoj kiu disdonas amo, ne estas tempo nek dispozicio por ĵeti ŝtonoj.” – Fratino Dulce.


“La beleco de la tago ne estas en la koloro de la ĉielo, ĝi estas en la okuloj de kiu vidas” – Nekonata aŭtoro.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

LÊ E MEDITA

A mente sem estudo que a renove padece retardamento.
Recorda a eternidade da vida e não desistas de aprender. Consagra alguns instantes de cada dia à leitura e à reflexão.
O livro nobre é uma lâmpada que o Senhor determinou brilhasse em teu caminho.
Ensina sem exigência, corrige sem alarde, transforma sem ruído e ajuda sem paga.
Lê e medita... No silêncio do espírito, os pensamentos do Céu iluminam os pensamentos da Terra e vozes benevolentes e sábias nos falam aos ouvidos, através do verbo inarticulado da inspiração.
Não menosprezes a página que constrói, auxilia, esclarece e melhora.
Realmente, a educação legítima é obra de elevação moral, mas a perfeição interior não surge sem o conhecimento.
A sublimação exclui não apenas o egoísmo, mas também a ignorância.
Amar e saber, ajudar e discernir, eis alguns sinais das almas enobrecidas.
Emmanuel / Médium Chico Xavier
Livro: Intervalos.

LOUVOR


         Todo o povo, vendo isto, deu louvor a Deus” – Jesus /Lucas, 18:43
A manhã esplende jubilosa, louvando a terra adormecida com a dádiva do despertar.
A vida canta estuante ao nascer do dia, louvando a mensagem da luz.
As flores sorriem perfumes ao contato dos raios selares, louvando a graça do calor.
A terra umedecida produz, louvando a felicidade da doação fertilizante.
O rio abraça jubilosamente o oceano, louvando a amplidão marinha.
O diamante brilha, louvando as marteladas lapidadoras que o fizeram fulgir.
O homem ama, louvando a oferenda divina que lhe felicita o coração.
O crente ajoelha-­se ditoso e louva o Senhor agradecendo a dádiva da fé.
* * * 
Flutuando, corre a nuvem louvando a oportunidade de distender-­se na atmosfera rarefeita.
A árvore cresce e louva o solo que a viu  nascer, estendendo galhos que projetam sombra acolhedora, multiplicando bênçãos de flores e frutos...
Toda a vida na terra é um hino de louvor ao Senhor de todas as coisas.
O sol que brilha, o coração que ama, a ave que canta, as mãos que socorrem, a flor que perfuma, o ser que perdoa, o diamante que fulge, o sentimento  que ajuda, são manifestações do espírito de louvor que vivifica o mundo, entoando a música de gratidão à Fonte Doadora e Soberana da Vida.
Através do trabalho ativo e continuado, entoa, também, o teu hino de louvor  ao feliz ensejo de realização na terra dolorida, fazendo dos braços instrumentos de progresso que gera a harmonia e do coração harpa divina a modular contínua canção  de esperança e paz.
Agora que encontraste a Doutrina Espírita que te liberta da pesada canga da ignorância e que te dá ao lado do discernimento o entusiasmo e o amor à vida, louva e agradece a Deus a felicidade que ora te enriquece, distribuindo as flores da tua alegria íntima em forma de caridade para com todos e amor a tudo e todos, jubiloso  ao claro sol da legítima razão de viver: servir para redimir­-se! 
Livro: FLORAÇÕES EVANGÉLICAS  -38
Joanna de Angelis / Divaldo Franco.
         Espiritismo! Doutrina consoladora e bendita! Felizes dos que te conhecem e tiram proveito dos salutares ensinamentos dos Espíritos do Senhor! (Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Cap. X item 18 parágrafo 2).

domingo, 25 de novembro de 2012

Crescimento, não Martírio – Hammed


 “Não olvideis que o objetivo essencial, exclusivo, do Espiritismo é o vosso adiantamento, e é para alcança-lo que é permitido aos Espíritos vos iniciar quanto à vida futura, vos oferecendo exemplos que podeis aproveitar. Quanto mais vos identificardes com o mundo que vos espera, menos lamentareis aquele em que estais agora. Esse é, em suma, o objetivo atual da revelação.”  (Livro dos Médiuns – Allan Kardec, 2ª parte – Cap. XXVI, item 292 – 22º).
O termo arquétipo se origina do grego e quer dizer “o que é impresso desde de o início”. Ainda na antiguidade, passou a significar também as “formas imateriais” ou o “mundo das ideias”, na concepção de Platão.
Carl Gustavo Jung denominava de “arquétipos” as imagens primordiais, definindo-os como matizes sem conteúdo próprio que servem para estruturar ou dirigir o material psicológico – elementos organizadores, modelos ou formas universais – profundamente gravado no inconsciente coletivo de toda criatura humana. O “arquétipo” pode ser exemplificado como uma espécie de canal seco escavado por um curso d’água, o qual, à medida que o leito comece a ser novamente banhado, organiza e modela inteiramente as características do rio. São condutores ou orientadores do comportamento e das atividades mentais.
Os “arquétipos” se firmam no inconsciente, só surgindo no consciente através de figuras, de representações ou de sonhos, como conteúdos arquetípicos. Manifestam-se como estruturas psíquicas universais, inatas (não aprendidas), com possibilidades de reproduzir ideias semelhantes nas criaturas humanas; por isso, aparecem coletivamente, de forma simbólica, na literatura, nas artes e nos mitos de todos os povos.
A expressão inconsciente coletivo, segundo o conceito junguiano, é uma herança psicológica, um tipo de memória da raça ou da espécie, onde se encontram conteúdos de estruturas psíquica, padrões universais ou arquétipos existentes na intimidade de todos os serem humanos.
Essas ideias de Jung muitos se afinam com certas conceituações da Doutrina Espírita. Por exemplo: o Espírito, ao reencarnar , traz consigo valores, conhecimentos e experiências acumuladas através da noite dos tempos. Nasce equipado com um arcabouço psicológico – repertório de estruturas mentais em formas de vocações, tendências, sentimentos e ideais -, que, em contato com o meio ambiente da atual encarnação, se manifesta espontaneamente, sem que criatura se aperceba, aparecendo até mesmo nas situações mais corriqueiras do seu mundo diário.
A noção espírita das “vidas sucessivas” considera que toda cirança, no instante do nascimento, traz em si conteúdos psicológicos em potencial. O ambiente e as pessoas com quem e onde ela convive só podem aprimorá-la, não determinando integralmente seu jeito de ser, agir e pensar. Na criança apenas desperta o que já existia nela, ou seja, seus arquivos da alma, armazenados no corpo perispiritual. O Espírito encarnado veste uma roupagem – sua personalidade atual – e vivencia diversas personalidade, interpretadas no “teatro da vida”, palco das múltiplas existências.
Não obstante encontrarmos uma ampla variedade de “arquétipos”, classificados por Jung e sucessivamente por seus discípulos, analisaremos, aqui, o “arquétipo do herói”, encontrado nos clássicos, nos dramas, nas poesias e nos livros sagrados das mais antigas culturas, em forma de lendas e de epopeias mitológicas. No entanto é importante ressaltar que as características pessoais da personalidade humana apresentam alterações naturais e compreensíveis nas configurações dos “arquétipos”, devido ao grau evolutivo ou ao padrão psicológico em que estagia.
Quem tem um “herói” dentro de si tem igualmente um outro lado, um “mártir”. As pessoas em cuja existência predomina o “arquétipo do herói” vivem heroicamente estressadas. Caminham com a fronte projetada de forma imponente e o corpo (guerreiro) inclinado pra frente como se estivessem sempre prontas para lutar. Exigem perfeição de si mesmas e daqueles que estão a sua volta. Não expressam sua verdadeira realidade, ou seja, não querem ser ou não querem viver como são – seres humanos. Inconscientemente, acreditam que são super-humanos. Rejeitam o processo natural que nos impôs o Criador: Viver a normalidade da natureza humana.
Em contrapartida, a recíproca é verdadeira. A criatura que vive de modo intenso numa estrutura mental de “herói” irá gerar, consequentemente, uma estrutura oposta – o culto à dor e ao martírio. Essas estruturas se interagem. Ora a personalidade está numa crise de “heroica bravura”, ora na crise de “sofredora impotente”.
Ao longo dos tempos, muitos de nós desenvolvemos a crença de que nos privando das alegrias da vida, cultuando o sofrimento, não cuidando de nós mesmos, sendo austeros e mártires, desempenharíamos bem a nossa missão terrena e, como resultado, estaríamos cumprindo nossa tarefa mediúnica.
Não à glória em sofrer por sofrer! Não existe nenhuma recompensa em cultuar a dor; na verdade , não estamos aqui para mostrar como temos sido padecentes, mas sim para aprendermos como cessar as amarguras que nos afligem, como crescermos espiritualmente, como superarmos nossos pontos fracos e como recuperarmo-nos dos equívocos, prosseguindo no cultivo do progresso interior, com tranquilidade e satisfação de viver.
“Não olvideis que o objetivo essencial, exclusivo, do Espiritismo é o vosso adiantamento, e é para alcançá-lo que é permitido aos Espíritos vos iniciar quanto à vida futura (...)”
É importante observarmos que, segundo os Guias da Humanidade, a principal finalidade da manifestação dos Espíritos é o nosso adiantamento: em virtude disso, “ser médium” tem como ponto fundamental e indispensável a edificação do Reinos dos Céus dentro de nós mesmos. Portanto, ser médium não é necessário ser herói nem mártir, mas simplesmente cultivar o mundo interior – a melhoria pessoal. “(...) Esse é, sem suma, o objetivo atual da revelação.”
Os seres humanos são pluridimensionais, guardando no reino interior características comuns a todos, representadas pelos subprodutos do conjunto dos “arquétipos” presente em sua estrutura psíquica.
Sensitivos ou não, todos temos matrizes ou imagens de heróis ou de mártires profundamente arraigadas em nossa intimidade. A mentalidade heroica é um mito elitista, que tem como principio a personificação de que certas pessoas nasceram privilegiadas e para ser servidas.
Enquanto o “idela martirizante” modela as pessoas para o sacrifício e para uma abnegação exagerada para agradar a Deus, visando a uma troca para adquirir a salvação eterna, o “papel de vítima” costuma ser usado, em muitas ocasiões, para dissimular uma grandeza inexistente na alma. Oculta igualmente uma máscara de resignação, para que o individuo não descubra ou não tome consciência do que ele realmente é.
Jesus Cristo, o Médium de Deus, entregou-se ao holocausto em prol da missão de amor pela humanidade, que para Ele foi a plenitude da implantação de uma vida consciente e amorosa em todas as criaturas da Terra. É compreensível que muitas almas sublimadas se entreguem a atos heroicos ou ao martírio de si mesmas. Para a exemplificação e glorificação dos ideais superiores da Divina Providencia. O Mestre, porém, não se deixou crucificar para ser reconhecido como herói ou mártir, mas para semear os princípios da “sabedoria que eleva” e do “amor incondicional” n coração de todas as criaturas.
Os médiuns devem exercitar a capacidade de distinguir entre o “sacrifício regenerador” e o “culto ao sofrimento” causado pela fraqueza e pela credulidade, filhas das crenças injustas e absurdas.
Na vida, cada ser está estagiando num determinado grau evolutivo; por isso existem diversas missões e inúmeros encargos nos caminhos existenciais.
Médiuns! Qual é o seu conceito sobre mediunidade? Vocês a veem como método educacional ou como exaltação à dor? Será que sua vivência atual (heroísmo ou martírio) é um produto necessário a seu desenvolvimento e crescimento espiritual, ou simplesmente fruto de uma auto-punição ou de um auto-engano?
Livro: A imensidão dos Sentidos.
Hammed / Francisco do Espírito Santo Neto.

Autoperdão – Hammed


 “Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo...“... porque se sois duros, exigentes, inflexíveis, se tendes rigor mesmo por uma ofensa leve, como quereis que Deus esqueça que, cada dia, tendes maior necessidade de indulgência?...  “(Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Capítulo 10, item 15).
Nossas reações perante a vida não acontecem em função apenas dos estímulos ou dos acontecimentos exteriores, mas também e sobretudo de como percebemos e julgamos interiormente esses mesmos estímulos e acontecimentos. Em verdade, captamos a realidade dos fatos com nossas mais íntimas percepções, desencadeando, conseqüentemente, peculiares emoções,que serão as bases de nossas condutas e reações comportamentais no futuro.
Portanto, nossa forma de avaliar e de reagir e, as atitudes que tomamos em relação aos outros, conceituando-os como bons ou maus, é determinada por um sistema de autocensura que se encontra estruturado em nossos “níveis de consciência” mais profundos.
Toda e qualquer postura que assumimos na vida se prende à maneira de como olhamos o mundo fora e dentro de nós, a qual pode nos levar a uma sensação íntima de realização ou de frustração, de contentamento ou de culpa, de perdão ou de punição, de acordo com o “código moral” modelado na intimidade de nosso psiquismo.
Esse ‘julgador interno” foi formado sobre as bases de conceitos que acumulamos nos tempos passados das vidas incontáveis, também com os pais atuais, com os ensinamentos de professores, com líderes religiosos, com o médico da família, com as autoridades políticas de expressão, com a sociedade enfim.
Também, de forma sutil e quase inconsciente, no contato com informações, ordens, histórias, superstições, preconceitos e tradições assimilados dos adultos com quem convivemos em longos períodos de nossa vida. Portanto, ele, o julgador interno, nem sempre condiz com a realidade perfeita das coisas.
Essa “consciência crítica”, que julga e cataloga nossos feitos, autocensurando ou auto-aprovando, influencia a criatura a agir do mesmo modo que os adultos agiram sobre ela quando criança, punindo-a, quando não se comportava da maneira como aprendeu a ser justa e correta; ou dando toda uma sensação de aprovação e reconforto, quando ela agia dentro das propostas que assimilou como sendo certas e decentes.
A gênese do não-perdão a si mesmo está baseada no tipo de informações e mensagens que acumulamos através das diversas fases de evolução de nossa existência de almas imortais.
Podemos experimentar culpa e condenação, perdão e liberdade de acordo com os nossos valores, crenças, normas e regras, vigentes, podendo variar de indivíduo para indivíduo, conforme seu país, sexo, raça, classe social, formação familiar e fé religiosa. Entendemos assim que, para atingir o autoperdão, é necessário que reexaminemos nossas convicções profundas sobre a natureza do nosso próprio ser, estudando as leis da Vida Superior, bem como as raízes da educação que recebemos na infância, nesta existência.
Uma das grandes fontes de auto-agressão vem da busca apressada de perfeição absoluta, como se todos devêssemos ser deuses ou deusas de um momento para outro. Aliás, a exigência de perfeição é considerada a pior inimiga da criatura, pois a leva a uma constante hostilidade contra si mesma, exigindo-lhe capacidades e habilidades que ela ainda não possui.
Se padrões muito severos de censura foram estabelecidos por pais perfeccionistas à criança, ou se lhe foi imposto um senso de justiça implacável, entre regulamentos disciplinadores e rígidos, provavelmente ela se tornará um adulto inflexível e irredutível para com os outros e para consigo mesmo.
Quando sempre esperamos perfeição em tudo e confrontamos o lado “inadequado” de nossa natureza humana, nos sentiremos fatalmente diminuídos e envolvidos por uma aura de fracasso. Não tomar consciência de nossas limitações é como se admitíssemos que os outros e nós mesmos devêssemos ser oniscientes e todo-poderosos. Afirmam as pessoas: “Recrimino-me por ter sido tão ingênuo naquela situação...”; “Tenho raiva de mim mesmo por ter aceitado tão facilmente aquelas mentiras...” “Deveria ter previsto estes problemas atuais”; “Não consigo perdoar-me, pois pensei que ele mudaria...”. São maneiras de expressarmos nossa culpa e o não-perdão a nós mesmos - exigências desmedidas atribuídas às pessoas perfeccionistas.
Os viciados em perfeição acham que podem fazer tudo sempre melhor e,portanto, rejeitam quase tudo o que os outros fazem ou fizeram. Não aceitam suas limitações e não enxergam a “perfeição em potencial” que existe dentro deles mesmos, perdendo assim a oportunidade de crescimento pessoal e de desenvolvimento natural, gradativo e constante, que é a técnica das leis do Universo.
A desestima a nós próprios nasce quando não nos aceitamos como somos. Somente a auto-aceitação nos leva a sentir plena segurança ante os fatos e ocorrências do cotidiano, ainda que os indivíduos ao nosso redor não entendam nossas melhores intenções.
O perdão concede a paz de espírito, mas essa concessão nos escapará da alma se estivermos presos ao desejo de dirigir os passos de alguém, não respeitando o seu propósito de viver.
Devemos compreender que cada um de nós está cumprindo um destino só seu, e que as atividades e modos das outras pessoas ajustam-se somente a elas mesmas. Estabelecer padrões de comportamento e modelos idealizados para os nossos semelhantes é puro desrespeito e incompreensão ante o mecanismo da evolução espiritual. Admitir e aceitar os outros como eles são nos permite que eles nos admitam e nos aceitem como somos.
Perdoar-nos resulta no amor a nós mesmos - o pré-requisito para alcançarmos a plenitude do “bem viver”. Perdoar-nos é não importar-nos com o que fomos, pois a renovação está no instante presente; o que importa é como somos hoje e qual é nossa determinação de buscar nosso progresso espiritual.
Perdoar-nos é conviver com a mais nítida realidade, não se distraindo com ilusões de que os outros e nós mesmos “deveríamos ser” algo que imaginamos ou fantasiamos.
Perdoar-nos é compreender que os que nos cercam são reflexos de nós mesmos, criações nossas que materializamos com nossos pensamentos e convicções íntimas.
O texto em estudo - “Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo” - quer dizer: enquanto não nos libertarmos da necessidade de castigar e punir o próximo, não estaremos recebendo a dádiva da compreensão para o autoperdão.
Adaptando o excerto do apóstolo Paulo às nossas vidas, perguntamo-nos:  “...porque se sois duros, exigentes, inflexíveis, se tendes rigor mesmo por uma ofensa leve...”,  como haveremos de criar oportunidades novas para que o “Divino Processo da Vida” nos fecunde a alma com a plenitude do Amor e,assim, possamos perdoar-nos?
Livro: Renovando Atitudes.
Hammed / Francisco do Espírito Santo Neto. 

Não só

“E peço isto: que a vossa caridade abunde mais e mais em ciência e em todo o conhecimento.” - Paulo. (Filipenses, 1:9.)
A caridade é, invariavelmente, sublime nas menores manifestações, todavia, inúmeras pessoas muitas vezes procuram limitá-la, ocultando-lhe o espírito divino.
Muitos aprendizes crêem que praticá-la é apenas oferecer dádivas materiais aos necessitados de pão e teto.
Caridade, porém, representa muito mais que isso para os verdadeiros discípulos do Evangelho.
Em sua carta aos filipenses, oferece Paulo valiosa assertiva, com referência ao assunto.
Indispensável é que a caridade do cristão fiel abunde em conhecimento elevado.
Certo benfeitor distribuirá muito pão, mas se permanece deliberadamente nas sombras da ignorância, do sectarismo ou da auto-admiração não estará faltando com o dever de assistência caridosa a si mesmo?
Espalhar o bem não é somente transmitir facilidades de natureza material. Muitas máquinas, nos tempos modernos, distribuem energia e poder, automaticamente.
Caridade essencial é intensificar o bem, sob todas as formas respeitáveis, sem olvidarmos o imperativo de auto-sublimação para que outros se renovem para a vida superior, compreendendo que é indispensável conjugar, no mesmo ritmo, os verbos dar e saber.
Muitos crentes preferem apenas dar e outros se circunscrevem simplesmente em saber; as atividades de todos os benfeitores dessa espécie são úteis, mas incompletas.
Ambas as classes podem sofrer presunção venenosa.
Bondade e conhecimento, pão e luz, amparo e iluminação, sentimento e consciência são arcos divinos que integram os círculos perfeitos da caridade.
Não só receber e dar, mas também ensinar e aprender.
Livro: Vinha de Luz
Emmanuel / Chico Xavier.

Pensando Positivo - 113

Freie os impulsos.
Há muitos males que poderiam ser evitados, se todos exercessem controle sobre si mesmos.
Não dê corda às atitudes intempestivas. Você não imagina o que pode gerar agindo instintivamente.
Domine-se. Procure manter a serenidade, a razão.
Não vale a pena tentar revidar ou se encolerizar.
A sua saúde física e mental depende do seu equilíbrio.
Vacine-se contra os ímpetos da revolta.
Livro: Pensando Positivo.
Valdemir P. Barbosa.

sábado, 24 de novembro de 2012

Prolegômenos

Fenômenos que escapam às leis da ciência comum manifestam-se por toda parte. E revelam como causa a ação de uma vontade livre e inteligente.
A razão nos diz que um efeito inteligente deve ter como causa uma força inteligente. E os latos provaram que essa força pode entrar em comunicação com os homens através de sinais materiais.
Essa Força, interrogada sobre sua natureza, declarou pertencer ao mundo dos seres espirituais que se despojaram do envoltório corporal do homem. Desta maneira é que foi revelada a Doutrina dos Espíritos.
As comunicações entre o mundo espírita e o mundo corpóreo pertencem à Natureza e não constituem nenhum talo sobrenatural. É por isso que encontramos os seus traços entre todos os povos e cm todas as épocas. Hoje elas são gerais e evidentes por todo o mundo.
Os Espíritos anunciam que os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal estão chegados c que, sendo os ministros de Deus e os agentes da sua vontade, cabe-lhes a missão de instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.
Este livro é o compêndio dos seus ensinamentos. Foi escrito por ordem e sob ditado dos Espíritos superiores para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, livre dos prejuízos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão de seu pensamento e não tenha sofrido o seu controle. A ordem e a distribuição metódica das matérias assim como as notas e a forma de algumas partes da redação constituem a única obra daquele que recebeu a missão de o publicar.
No número dos Espíritos que concorreram para a realização desta obra, há muitos que viveram em diferentes épocas na Terra, onde pregaram e praticaram a virtude e a sabedoria. Outros não pertencem, por seus nomes, a nenhum personagem de que a História tenha guardado a memória, mas a sua elevação é atestada pela pureza de sua doutrina e pela união com os que trazem nomes venerados.
Eis os termos em que nos deram, por escrito e por meio de muitos médiuns, a missão de escrever este livro:
“Ocupa-te, com zelo e perseverança, do trabalho que empreendeste com o nosso concurso, porque esse trabalho é nosso. Nele pusemos as bases do novo edifício que se eleva e um dia deverá reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e caridade; mas, antes de o divulgares, revê-lo-emos juntos afim de controlar todos os detalhes.
“Estaremos contigo sempre que o pedires, para te ajudar nos demais trabalhos, porque esta não é mais do que uma parte da missão que te foi confiada e que um de nós já te revelou.
“Entre os ensinamentos que te são dados, há alguns que deves guardar somente para ti, até nova ordem; avisaremos quando chegar o momento de os publicar. Enquanto isso, medita-os, a fim de estares pronto quando te avisarmos.
“Porás no cabeçalho do livro o ramo de parreira que te desenhamos porque é ele o emblema do trabalho do Criador (1). Todos os princípios materiais que podem melhor representar o corpo e o Espírito nele se encontram reunidos: o corpo é o ramo; o Espírito é a seiva; a alma ou o espírito ligado à matéria é o bago. O homem quintessência o Espírito pelo trabalho e tu sabes que não é senão pelo trabalho do corpo que o espírito adquire conhecimentos.
“Não te deixes desencorajar pela crítica. Encontrarás contraditares encarniçados, sobretudo entre as pessoas interessadas em trapaças. Encontrá-los-ás mesmo entre os Espíritos, pois aqueles que não são completamente desmaterializados procuram, muitas vezes, semeara duvida, por malícia ou por ignorância. Mas prossegue sempre; crê em Deus e marcha confiante: aqui estaremos para te sustentar e aproxima-se o tempo em que a verdade brilhará por toda parte

Obs.: 0 ramo de parreira do início é o fac-símile do que foi desenhado pelos Espíritos.
         São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luis, O Espírito de Verdade, Socrates, Platão, Fênelon, Franklin, swedemborg. Etc...
Livro: Livro dos Espíritos – Allan Kardec.

Imposições


“... Não é o que entra na boca que enlameia o homem, mas o que sai da boca do homem. O que sai da boca parte do coração, e é o que torna o homem impuro...” “... mas comer sem ter lavado as mãos não é o que torna um homem impuro...” (Evangelho Segundo O Espiritismo – Allan Kardec, Capítulo 8, item 8.)

Os costumes de uma época refletem de tal maneira sobre os indivíduos que eles passam a vê-los primeiramente como “normas sociais”, depois como “valores morais”, culminando finalmente como “ordens divinas”.
A liberdade de pensar e agir é um dos direitos mais sagrados do homem e, portanto, asas poderosas para o seu adiantamento espiritual. Liberdade da qual ele nunca deverá abrir mão, em hipótese alguma. Pessoas amarradas por normas opressoras mal podem respirar o ar de suas próprias idéias e mal podem se locomover para o crescimento interior, porque aspirações são anuladas, gestos são vigiados, anseios são negados constantemente.
“Não é o que entra na boca que enlameia o homem, mas o que sai da boca do homem.” - adverte Jesus de Nazaré às criaturas de seu tempo, que se apegaram às práticas e regulamentos preestabelecidos pelos homens e dos quais eles mesmos, por ser pessoas ortodoxas e intolerantes, faziam “casos de consciência”.
 Os judeus, por confundirem freqüentemente leis divinas com leis civis, atribuíam ao costume de lavar as mãos antes das refeições, à circuncisão, às questões do sábado e a outras tantas situações sociais, motivos geradores de polêmicas religiosas, porque se prestavam mais às práticas exteriores do que aos verdadeiros anseios de renovação das almas.
As pessoas de bem, no início do século, declaravam que os senhores dignos e respeitáveis deveriam somente sair à rua de chapéu, paletó e gravata, bem como, as honradas senhoras, de forma alguma, andariam desacompanhadas da família, devendo vestir também toda uma “toilette” impecável com imprescindíveis luvas, chapéus, leques e lenços perfumados,como elementos de “bem se compor” das elites da época.
No tempo de Jesus não poderia ser diferente. Ele, vivendo entre criaturas radicais, fanáticas pelas crenças religiosas do passado, que cultuavam “normas” e “regras” dadas pelos antigos profetas, haveria de não ser compreendido por sua postura de relacionamento livre de preconceitos e por ensinar sempre novos aspectos de ver e sentir a vida.
O Mestre tinha “senso de alma”, ou seja, bom senso, porque usava sua sensibilidade e lógica para orientar a si mesmo e aos outros que lhe escutava mas lições de sabedoria, pois era contrário à superstição e à hipocrisia dos que “honravam com os lábios, mas não com o coração”.
O que é moral ou imoral é relativo, em se tratando de costumes e regras sociais, porque em cada tempo, em cada era e em cada povo mudam-se as leis sociais, mudam-se os valores, muda-se a moral social.
No entanto, a moral à qual se reportava o Cristo de Deus não era aquela estabelecida pelos padrões imperfeitos do conhecimento humano, nem a que faz comparações do que é adequado ou inadequado, nem a que faz estatística e rotula coisas e pessoas. Entende-se que nossa alma tem sua própria história de vida, que somos totalmente individualizados por termos sido expostos a diversos estímulos e experiências diferentes ao longo da nossa jornada, na multiplicidade das vidas, e, portanto, devemos ser vistos de conformidade coma nossa vida interior.
Ele sabia que grande parte do nosso sofrimento ou conflitos internos provinha do fato de nos considerarmos errados, por não estarmos dentro dos moldes convencionados pela sociedade em que vivemos.
Matar será sempre imoral perante as Leis Divinas, apesar de que, dentro dos padrões da “moral social”, matar na guerra é motivo de condecorações com medalhas e honrarias.
Dessa forma, analisemos, raciocinando com discernimento: a que moral nós estamos nos prendendo? A das leis passageiras da elite de uma época, ou a das leis eternas e verdadeiras de todos os tempos?
Pesquisemos atentamente os alicerces de nossa conduta moral. Eles podem ser os frutos de nossa dor, por permanecermos presos ao conflito de “lavarmos ou não as mãos”; ou podem ser as raízes de nossa felicidade, por seguirmos Jesus escutando a voz do nosso coração.
Livro: Renovando Atitudes
Hammed / Francisco do Espírito Santo Neto.