Em matéria de
respeito ao livre-arbítrio, reparemos a conduta do Cristo, junto daqueles que
lhe partilham a marcha.
Companheiro de
João Batista, não lhe torce a vocação.
Em circunstância
alguma encarcera espiritualmente os discípulos em atitudes determinadas.
Ajuda sem pedir
adesões.
Ensina sem
formular exigências.
Escarnecido em
Nazaré, onde fixara moradia, não procura evidenciar-se.
Renova Maria de
Magdala, sem constrangê-la.
Não ameaça
Nicodemos, porque o doutor da lei não lhe compreenda de pronto a palavra.
Não exibe
poderes divinatórios para impressionar o Sinédrio.
Permite que
Pedro o renegue à vontade.
Deixa que Judas
deserte como deseja.
Confere a
Pilatos e Antipas pleno direito de decisão.
Não impede que
os amigos durmam no horto, enquanto ora em momento grave.
O
cireneu que se destaca, a fim de auxiliálo no transporte da cruz, é
trazido pelo povo, mas não rogado por ele mesmo.
E, ainda depois
da morte, volvendo ao convívio dos irmãos de ideal, não tem
qualquer bravata de interventor.
Entende as
dúvidas de Tomé.
E quando visita
Saulo de Tarso, às portas de Damasco, aparece na condição de um amigo, sem
qualquer intuito de violência.
Onde surge, o
Mestre define a luz e o amor em si mesmo, indicando, no próprio exemplo, o
roteiro certo, mas sem coagir pessoa alguma nessa ou naquela resolução.
*
Quando quiseres
verificar se os Espíritos comunicantes são bons e sábios, rememora o
padrão de Jesus e perceberás que são realmente sábios e bons se te ajudam
a realizar todo o bem com esquecimento de todo o mal, sem te afastarem da responsabilidade
de escolheres o teu caminho e de seguires adiante com os próprios pés.
Livro: Seara dos
Médiuns.
Emmanuel / Chico
Xavier.
Estudando o
Livro dos Médius
Questão nº 224
Parágrafo 3º
Acrescentemos
outra consideração de muita gravidade no que concerne às línguas estrangeiras.
Os ensaios deste gênero são sempre feitos por curiosidade e por experiência.
Ora, nada mais
antipático aos Espíritos do que as provas a que tentem sujeitá-los. A elas
jamais se prestam os Espíritos superiores, os quais se afastam, logo que se
pretende entrar por esse caminho. Tanto se comprazem nas coisas úteis e sérias,
quanto lhes repugna ocuparem-se com coisas fúteis e sem objetivo. É, dirão os
incrédulos, para nos convencermos e esse fim é útil, porque pode granjear
adeptos para a causa dos Espíritos. A isto respondem os Espíritos: “A nossa
causa não precisa dos que têm orgulho bastante para se suporem indispensáveis.
Chamamos a nós os que queremos e estes são quase sempre os mais pequeninos e os
mais humildes. Fez Jesus os milagres que lhe pediam os escribas? E de que
homens se serviu para revolucionar o mundo? Se quiserdes convencer-vos, de
outros meios dispondes, que não a força; começai por submeter-vos; não é regular
que o discípulo imponha sua vontade ao mestre.”
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