“O homem que lisonjeia a seu próximo, arma-lhe uma
rede aos passos.” Pv. 29, v. 5.
Diz, com muita propriedade, um escritor espiritual,
neste lance doutrinário: “O nosso próximo é continuação de nós mesmos”.
Pois, quem lisonjeia aos outros está pisando em
brasas; o adulador sempre desfigura a personalidade do adulado.
O egoísmo é pai da separação, distorce os valores da
fraternidade.
Na verdade, os nossos semelhantes somos nós mesmos, em
faixas diferentes, com necessidades idênticas. Quem alimentar a ideia de
esquecer a humanidade, jamais o conseguirá, porque Deus está com todos.
A lisonja é um modo disfarçado de perseguir.
Dificilmente encontramos alguém que não caia em suas malhas, e a porta que mais
favorece a sua entrada é a vaidade, mesmo porque não poderemos, no estágio em
que nos encontramos, viver sem o estímulo da importância do que fazemos.
Elogiar alguém, no momento exato e nas doses
adequadas, é qual receita médica que segue as linhas do exame minucioso do
clínico.
Constitui-se
em esforço, em otimismo, em saúde para o Espírito que luta por um ideal
elevado.
Todos temos tendências para o fanatismo. Os extremos
nos atraem qual ímãs poderosos. E os ardorosos em combaterem os extremistas, em
muitos casos condenam um erro que cometem, sem do mesmo se aperceberem.
Quando sentimos necessidade de estimular um
companheiro, faze-o, sem que isso se transforme em interesse disfarçado.
O apoio moral aos que lutam conosco, é dever da
criatura de bem.
São duas forças que te cercam, diante do teu irmão: de
um lado, a lisonja e do outro a inveja. E uma tem algo da outra, sem que
notemos. A razão, educada nos moldes do Mestre, é trilharmos no meio, sem nos
apegarmos a nenhuma delas, usando o bom senso.
Cuidemos de policiar, igualmente, o nosso modo de ser,
para que não cometamos erro maior, no exagero do amor próprio.
A exaltação de nós mesmos costuma ser inveja, ou medo
de nos tornarmos menores quando elogiamos os outros.
Querer ser o que não é, é desfigurar a realidade.
A lisonja, com exagero, é uma bondade oprimida.
Livro: Tuas mãos
Médium: João Nunes Maia
Pelo Espírito Carlos
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